Realizado em Vitória/ES, de 09 a 11 de Setembro de 2015.
ISBN: ISBN 978-85-85905-13-2
TÍTULO: A QUÍMICA ALIADA AO MEIO AMBIENTE: REUTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DE FRUTAS PARA PRODUÇÃO DE AGUARDENTE.
AUTORES: Santos, C.L. (IFAL) ; Pimentel, Y.D.G. (IFAL) ; Silva, V.N.T. (IFAL)
RESUMO: A química atual vem se preocupando cada vez mais com as questões ambientais. A
química verde é um exemplo disso, é uma linha de pensamento que tem se difundido a
fim de tornar a química favorável ao meio ambiente. Desta forma, este trabalho
visa a diminuição do descarte residual indevido, provenientes de processamentos
alimentícios, como também o incentivo ao combate do desperdício muito presente no
Brasil. Apresentando uma alternativa que consiste no aproveitamento das cascas de
abacaxi para a produção de aguardente. Os resultados foram gratificantes, pois
além dos resíduos orgânicos coletados apresentarem condições favoráveis para a
obtenção do destilado, foi desenvolvido aspectos sustentáveis durante todo o
processo.
PALAVRAS CHAVES: Química; resíduos orgânicos; aguardente
INTRODUÇÃO: “O papel da química é essencial para garantir que a próxima geração de produtos,
materiais e energia seja mais sustentável do que a atual.” (Química nova, 2003).
A destinação indevida para resíduos de frutas provenientes de processamentos
alimentícios é bastante expressiva no Brasil, tendo como consequência um vasto
desperdício desnecessário. Além de provocar perdas irrecuperáveis na economia,
favorece o desequilíbrio do abastecimento, diminuindo a disponibilidade de
recursos para a população, resultando em danos ao meio ambiente. Entre os
objetivos mais importantes para o desenvolvimento sustentável encontra-se a
capacidade de reduzir os danos ambientais causados pelos descartes
desnecessários de resíduos orgânicos. Assim, visando o aumento das ações contra
a poluição e exigências de soluções para os males que já presenciamos as
consequências, este trabalho tem por objetivo o aproveitamento dos resíduos de
frutas para a produção de aguardente, uma bebida tipicamente brasileira com
graduação alcoólica de 38 a 54%. Esse destilado é a segunda bebida alcoólica
mais consumida no Brasil, tendo uma importância considerável no mercado
nacional. As cascas utilizadas para a obtenção do destilado foram coletadas em
quiosques de refresco no centro de Maceió-Al.
MATERIAL E MÉTODOS: As cascas de abacaxi foram coletadas, higienizadas e separadas das com aparência
de podridão. Só assim, prosseguiu com o processo de fermentação, e as analises
físico-químicas de pH, temperatura, °Brix, acidez e teor alcoólico, com o objetivo
de analisar a qualidade da bebida posteriormente produzida. Por fim, seguiu com a
destilação em um alambique de cobre.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para garantir que a fermentação ocorresse em condições favoráveis, foi realizado
analises físico-químicas durante todo o processo. Os mostos produzidos obtiveram
analises sempre na media: breve diminuição do °Brix, sendo cessado o processo de
fermentação quando o mesmo atingiu 4%, pH em torno de 4,5 e baixa acidez,
aproximadamente 0,05% de ácido acético. Após o término da fermentação, seguiu
com a destilação no alambique de cobre. Esta ocorreu em perfeitas condições com
um tempo total de 90 minutos. O destilado obtido apresentou 52°GL e o rendimento
foi de 70%. Mostrando que as cascas de abacaxi resultaram em boa matéria-prima
para o desenvolvimento da bebida, além de ser uma ótima alternativa para a
diminuição de resíduos orgânicos provenientes de indústrias alimentícias. Com
isso, o aproveitamento de cascas de frutas trabalha com o desenvolvimento
sustentável, que compreendem a importância ambiental, social e econômica desses
resíduos para o mundo.
CONCLUSÕES: Este trabalho teve resultados satisfatórios, com aguardente de boa qualidade,
aprovados por técnicos do IFAL – campus Maceió. A obtenção do destilado a partir
do aproveitamento de cascas de abacaxi teve resultados gratificantes. Sendo
sustentável e economicamente viável, esses resíduos constituíram em boa matéria-
prima para produção de aguardente. Originando uma bebida de extrema qualidade,
além de proporcionar uma alternativa para o combate do desperdício desnecessário e
a diminuição dos impactos ao meio ambiente.
AGRADECIMENTOS: Ao IFAL - Campus Maceió, pelo apoio estrutural e financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BORGES, R. F. Panela Furada: o incrível desperdício de alimentos no Brasil, 3 ed. São Paulo: Columbus, 1991. 124 p.
BRASIL. Decreto n. 6.871, de 04 de Junho de 2009. Dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas. In: MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
QUÍMICA NOVA. Química verde, os desafios da química do novo milênio. Disponível em: <http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CCcQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Fqn%2Fv26n5%2F17210.pdf&ei=UVbgU62LDMPjsASvpIDYCA&usg=AFQjCNGWWxGpFr1Ktn-fXi4Ov6eI6WQ0Xw>. Acesso em: 20 julho 2015.
QUÍMICA VERDE. Escola de química verde. Disponível em: <http://www.usp.br/quimicaverde/>. Acesso em: 22 julho 2015.