Realizado em Vitória/ES, de 09 a 11 de Setembro de 2015.
ISBN: ISBN 978-85-85905-13-2
TÍTULO: AVALIAÇÃO AMBIENTAL DOS SEDIMENTOS DA BARRAGEM DO MUNICÍPIO DE INHUMAS – GO
AUTORES: Silva, J.B. (IFG- CAMPUS INHUMAS) ; Sá, F.P. (IFG- CAMPUS INHUMAS) ; Borges, E.C.L. (IFG- CAMPUS INHUMAS)
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi analisar as características físico-químicas de
sedimentos superficiais (perfil 0-15 cm) da barragem do município de Inhumas, em
períodos sazonais distintos para averiguar o impacto ao meio ambiente. Os
parâmetros avaliados foram: umidade, matéria orgânica, pH intersticial e em
CaCl2, fósforo total e granulometria. Analisou-se os resultados por Quimiometria
e pode-se afirmar que a construção da barragem e as atividades antrópicas nas
proximidades causaram impactos significativos ao meio, tais como desvio no curso
d’água, mudanças na biogeoquímica do solo, resultando na diminuição na
absorção/adsorção de nutrientes.
PALAVRAS CHAVES: análises físico-químicas; sedimento; barragem
INTRODUÇÃO: A crescente ocupação urbana do município de Inhumas-GO estimula o aumento das
atividades antrópicas próximas ao rio Meia Ponte. Esse crescimento de forma não
sustentável pode gerar contribuições poluidoras difusas e pontuais para os
mananciais que abastecem o município de Inhumas e região, comprometendo a
qualidade de suas águas e consequentemente dos sedimentos. (SANEAGO, 2000;
VASCONCELOS et al., 2011).Quando se trata de meio aquático, os sedimentos são de
extrema relevância ambiental, pois é um compartimento fundamental na avaliação
da qualidade e formas de impactos a que os ecossistemas aquáticos estão ou
estiveram submetidos, sendo o local que serve de depósito de nutrientes e/ou
poluentes a partir da coluna d’água, em prol da capacidade que possui de sorver
e acumular as espécies e é onde as concentrações das mesmas se tornam maiores
que nas águas correspondentes. Também é importante ressaltar sua capacidade de
realizar trocas ou não com a coluna d’água, logo a proteção e controle da
particularidade dos sedimentos é um fator importante para a qualidade das águas
em um corpo hídrico (BAIRD, 2002; JESUS et al., 2004). É fundamental destacar
que dentro da legislação há a Resolução CONAMA nº. 370/2006 na qual prorroga o
prazo para complementação das condições e padrões de lançamento de efluentes,
que era previsto no art. 44 da Resolução no 357/2005. Sendo assim, há alteração
pela Resolução nº 397/2008 que descreve sobre a classificação dos corpos
hídricos e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece
as condições e padrões de lançamento de efluentes, que foi prorrogada pela
resolução nº. 410/2009 e complementada pelas resoluções nº. 430/2011 e nº.
393/2009 e a nº. 344/2004 foi alterada pela nº 421/2010 e e revogada pela nº.
454/2012.
MATERIAL E MÉTODOS: A barragem no rio Meia Ponte está localizada na Chácara Cedro em Inhumas- GO
cerca de 3,5 km do centro do município, sua largura é de 20 m e profundidade
variando entre 6 m (período seco) a 8 m (período chuvoso). A localização dos
pontos de amostragem foram: ponto 1 no rio Meia Ponte a 30 m da barragem
(influências locais de fazendas e chácaras agropastoril); ponto 2 cerca de 3 m
da margem direita e 6 m da barragem, lado da SANEAGO (influências locais de
chácaras e da construção da barragem); ponto 3 no centro da barragem, cerca de
10 m da margem direita e 6 m da barragem, lado da SANEAGO (influências locais da
construção da barragem) e ponto 4 cerca de 3 m da margem esquerda e 6 m da
barragem, (influências locais de fazendas e chácaras).
As amostragens foram realizadas no mês de Março de 2012 (período chuvoso) e em
Maio de 2012 (período seco), o clima era estável com sol. Coletou-se cerca de
500 g de sedimento superficial (0-15 cm de profundidade) a montante da barragem.
As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos e mantidas sob refrigeração
(caixa de isopor com gelo) durante o transporte para o laboratório localizado no
Instituto Federal de Goiás, Campus Inhumas, onde uma parte foi congelada a -4
°C, e a outra, seca em estufa a 40 ºC por 24 horas, para não haver perda de
nutrientes (ARAUJO et al., 2010). Após este procedimento, foram maceradas com
auxílio de almofariz de porcelana e pistilo para, então, prosseguir as análises:
umidade (Estufa 100-110 ◦C), matéria orgânica (Calcinação 550 ◦C), pH em solução
de Cloreto de Cálcio, Fósforo total (Método Metavanadato por Espectrofotometria
Uv-Vis) e granulometria (NBR 7181/84-NBR 6508/84).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir dos resultados realizou-se a Análise por Componentes Principais a fim
de responder duas indagações: Há classificação por estação sazonal? Há
classificação para cada ponto coletado? No processamento dos resultados a PCA
mostrou que com duas componentes principais permitiram representar 77,5% da
variância dos dados originais, sendo 55,99% (autovalor 5,04) em PC1 e 21,53%
(autovalor 1,94) PC2. Os parâmetros avaliados foram insuficientes para obter uma
classificação por períodos sazonais. No entanto, a análise de PC1xPC2 (FIGURA 1)
revelou a classificação dos pontos amostrados de acordo, principalmente, com a
granulometria. O sedimento amostrado no rio possui granulometria argilo-siltosa,
alto teor de fósforo total, matéria orgânica, e umidade. Ao contrário, para as
amostras coletadas na barragem (margens e centro) na qual possuem granulometrias
arenosas oriundas de fontes externas e menores teores de matéria orgânica e
umidade. Tais resultados mostraram que a construção da barragem e as atividades
antrópicas nas proximidades causaram impactos significativos ao meio, tais como
desvio no curso d’água, mudanças na biogeoquímica do solo, resultando na
diminuição na absorção/adsorção de nutrientes. Segundo a CETESB (2012) a
granulometria quantificada nas amostras de sedimento, está intrinsecamente
ligada às características mineralógicas as quais compõe uma matriz limnológica.
Assim sendo, quando a matriz apresenta elevado teor de sedimentos finos,
representados por altas quantidades de silte e argila e menor de areia,
possibilitam grandes chances de se encontrar tanto contaminantes quanto
poluentes e, também maior retenção de água, verificando a qualidade do sedimento
presente no corpo hídrico.
Figura 1
GRÁFICO DE LOADINGS NORMALIZADOS E SCORES COMO
FUNÇÃO DA VARIAÇÃO DA RESPOSTA DA QUALIDADE
AMBIENTAL EM SEDIMENTOS (C: CHUVOSA E S: SECA)
CONCLUSÕES: A construção da barragem na cidade de Inhumas causou forte impacto na qualidade
ambiental dos sedimentos no rio Meia Ponte, com variações sazonais
características, provocando alterações no pH e granulométricas, devido ao uso do
concreto e mudanças nas características do sedimento, afetando drasticamente a
biota aquática e a dinâmica biogeoquímica. Uma forma simples de remediar os
sedimentos quando estão impactados ou contaminados é cobrir os mesmos com solo ou
sedimentos limpos, na qual se torna uma barreira entre os sedimentos contaminados
e o ambiente aquático.
AGRADECIMENTOS: Agradeço à professora Drª. Elisangela pela orientação e amizade, ao professor
Dr. Fernando pelo apoio e ao grupo NEPIAP pelas discussões.
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CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Altera o inciso II do § 4o e a Tabela X do § 5º, ambos do art. 34 da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente- CONAMA no 357, de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Resolução nº 397, de 3 de abril de 2008. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=563>. Acesso em: 06 Ago. 2015.
CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Prorroga o prazo para complementação das condições e padrões de lançamento de efluentes, previsto no art. 44 da Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, e no art. 3o da Resolução nº 397, de 3 de abril de 2008. Resolução nº 410, de 04 de Maio de 2009. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=603>. Acesso em: 06 Ago. 2015.
CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Dispõe sobre revisão e atualização da Resolução CONAMA nº 344, de 25 de março de 2004. Resolução nº 421, de 03 de Fevereiro de 2010. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=621>. Acesso em: 06 Ago. 2015.
CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Resolução nº 430, de 13 de Maio de 2011. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646>. Acesso em: 07 Ago. 2015.
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