Realizado em Vitória/ES, de 09 a 11 de Setembro de 2015.
ISBN: ISBN 978-85-85905-13-2
TÍTULO: ESTUDO DAS VARIÁVEIS AMBIENTAIS DO CORANTE ALIMENTÍCIO AZUL INDIGOTINA
AUTORES: Rocha, G.H.A.M. (IFG) ; Anunciação, S.A. (IFG) ; Martins, B.M. (IFG) ; Silva, G.O. (IFG) ; Borges, E.C. (IFG) ; Sá, F.P. (IFG)
RESUMO: Efluentes que são descartados pelas indústrias de alimentos e têxteis são
importantes
fontes de poluição da água, pois podem conter grandes concentrações de
matéria orgânica
causando a eutrofização além da intensa cor devido à presença de substâncias
cromóforas, caracterizadas como corantes, na qual possuem várias restrições
legais
quanto à sua periculosidade carcinogênica. Neste trabalho foi efetuado um
estudo da
solução do corante Azul Indigotina em função das características ambientais.
Para este
fim, isolou-se diversas concentrações da solução do corante em variadas
situações, como
ausência e presença de luz e temperatura ambiente, afim de observar-se as
estabilidades
deste corante. Notou-se que em temperatura e luz ambiente, ao longo tempo, a
solução
clarifica sua tonalidade.
PALAVRAS CHAVES: Estudo Ambiental; Corantes Alimentícios; Azul Indigotina
INTRODUÇÃO: As alterações ambientais devido à ação antrópica têm atingido níveis extremamente preocupantes, resultando numa redução significativa na qualidade do solo, do ar e da água (DE SÁ; CUNHA; NUNES, 2013). A poluição ambiental passou a ser um assunto de
interesse público, visto que o problema tem se agravado ao longo dos anos, colocando
em risco a saúde da comunidade, comprometendo as gerações futuras. Assim, a remoção
de cor a partir de efluentes torna-se ambientalmente importante porque, mesmo uma pequena quantidade de corante em água pode ser visível e altamente tóxico para a
vida aquática, afetando processos simbióticos, reduzindo a capacidade de
reoxigenação da água, dificultando a passagem de luz solar e, consequentemente,
reduzindo a atividade fotossintética (CHIOU; HO; LI, 2004; SRINIVASAN; VIRARAGHAVAN,
2010). Sabe-se que corantes presentes em efluentes são muito difíceis de remover, uma vez que esses são moléculas recalcitrantes, resistentes à digestão aeróbia e
estáveis a agentes oxidantes (SRINIVASAN; VIRARAGHAVAN, 2010). Portanto, o estudo,
em específico, do Azul Indigotina torna-se importante sobre as variáveis ambientais,
afim de conhecer melhores metodologias para remoção da coloração deste corante em meio aquoso. Sabe-se que este corante alimentício possui baixa estabilidade à luz,
calor e ácido e baixa estabilidade oxidativa, sendo considerado seu uso seguro. Objetiva-se, assim, definir as variáveis ambientais do corante Azul Indigotina como
tempo de preparo, luminosidade e temperatura, para assim, contribuir em estudos da
remoção deste corante com materiais de baixo custo.
MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Química do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Inhumas, utilizando os equipamentos e reagentes já existentes no mesmo. Para caracterização das soluções
foram utilizados o espectrofotômetro UV/Vis deste mesmo laboratório. Em primeira
instância foi preparada uma concentração inicial de 1.000 mgL/L, e em seguida foram
diluídas concentrações menores de 20 mgL/L, que foram isoladas, respectivamente,
dessas concentrações: A. Isolado em um compartimento de plástico que ficará exposto
a luz e ao calor ambiente; B. Isolado em um compartimento de plástico que ficará
armazenada em local escuro a temperatura ambiente; C. Isolado em um compartimento de
vidro que ficará exposto a luz e calor ambiente; D. Isolado em um compartimento de
vidro que ficará armazenado em local escuro a temperatura ambiente; E. Isolado em um
compartimento de vidro que ficará em refrigeração; F. Isolado em um compartimento de
plástico que ficará em refrigeração. Em seguida, todos os fracos foram levados a
análise espectrofotométrica, com configuração para região do visível, em
comprimentos de onda de 400 a 700 nm. Outras concentrações também foram analisadas,
como de 1000 mg/L, 2000 mg/L, 40 mg/L, 60 mg/L, 80 mg/L, em curtos e longos prazos,
variando de 1 a 2 meses ou mais. A base referencial foram as concentrações de 20
mg/L.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir dos estudos efetuados, observou-se que as soluções aquosas do corante
alimentício Azul Indigotina de concentração de 20 mg/L, em A, B observou-se que o
meio aquoso modifica sua coloração da tonalidade original do corante para um
esverdeado claro. Em C e D observou-se que a tonalidade azul modifica-se para mais
um tom mais claro. Em E e F, as colorações permanecerão as mesmas. Em estudos de
análises espectrofotométricas, observou-se que há decrescência nas curvas de
absorbâncias nas amostras que sofreram interferências ambientais em suas soluções,
as quais foram, em destaque as concentrações A e B. O estudo foi efetuado sobre as
análises de temperatura, luminosidade e concentração, as propriedades observadas
devem se ao fato também do corante em questão possuir baixa estabilidade a luz e ao
calor. As temperaturas ambientes variavam de 20ºC a 30ºC em média. As soluções que
ficaram armazenadas em vidro, devido as propriedades do material, resistiu as
interferências de luminosidade e temperatura, enquanto que as submetidas a
refrigeração não sofreram interferências ambientais.
CONCLUSÕES: A partir dos estudos efetuados pode-se concluir que as concentrações variadas em
frascos de plásticos são mais suscetíveis as interferências ambientais de luminosidade
e calor, portanto, pode-se inferir que para maior eficiência de remoção de corantes do
meio aquoso com adsorventes, torna-se útil o emprego destes corantes há interferências
analisadas em A e B deste estudo. Conclui-se também que materiais como o vidro impedem
ou dificultam as interferências de luminosidade e calor na solução do corante.
AGRADECIMENTOS: A equipe de pesquisa agradece ao CNPq pelo apoio financeiro e ao IFG-Inhumas pelo apoio
infraestrutural.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA QUÍMICA. Corantes. 2011. Disponível em:
<http://www.abiquim.org.br>. Acesso em: 20.06.2011.
SA, F. P.; CUNHA, B. N.; NUNES, L. M. Effect of pH on the adsorption of Sunset Yellow FCF food dye into a layered double hydroxide (CaAl-LDH-NO3). Chemical Engineering Journal, v. 215-216, p. 122–127, 2013.
SRINIVASAN, A.; VIRARAGHAVAN, T. Decolorization of dye wastewaters by biosorbents: A review. Journal of Environmental Management, v. 91, p. 1915–1929, 2010.