Realizado em Vitória/ES, de 09 a 11 de Setembro de 2015.
ISBN: ISBN 978-85-85905-13-2
TÍTULO: ESTUDO DA REMOÇÃO DO CORANTE ALIMENTÍCIO, AMARELO TARTRAZINA, COM O USO DE ARGILA BRANCA.
AUTORES: Silva, G.O. (IFG) ; Martins, B.M. (IFG) ; Rocha, G.H.A.M. (IFG) ; Anunciação, S.A. (IFG) ; Borges, E.C.L. (IFG) ; Sá, F.P. (IFG)
RESUMO: Devido ao intenso descarte de substâncias cromóforas, os problemas
ambientais são expressivos e despertam a necessidade de novas técnicas para
repara-los.
Diante disso, o presente trabalho teve total compromisso em buscar
alternativas práticas e de baixo custo para incentivar as indústrias a
tratarem seus efluentes. Para isso, avaliou-se o processo de adsorção do
corante Amarelo Tartrazina em função das variáveis tempo de contato,
concentração das soluções e pH, com o propósito de desenvolver propostas
para a remoção de tal corante, em contrapartida ao uso do carvão ativado, de
custo mais elevado. Após intensas pesquisas, percebeu-se que a argila branca
em pH = 2, pode ser uma grande inovação para tratar o problema sem gastos
exacerbados.
PALAVRAS CHAVES: Corantes; Adsorção; Argila Branca
INTRODUÇÃO: A água é um recurso imprescindível para a manutenção da vida, porém, os
lagos, riachos, córregos e rios, que são as principais fontes de água doce,
representam em conjunto, apenas, aproximadamente 0,01 % do suprimento total
de água (MONTOIA, 2006).
Apesar da baixa disponibilidade, a água doce é usada em praticamente todas
as atividades humanas, seja para cunho econômico, recreativo, social ou para
servir de depósito de resíduos que levam a poluição dos efluentes e
consequentemente, causam danos ambientais graves.
Uma das formas de poluição de efluentes, se deve aos resíduos gerados pelas
indústrias alimentícias e têxteis, de forma acentuada, decorrente da
produção de corantes, substâncias cromóforas, que conferem intensa cor à
água, causando impactos como: eutrofização, alterações na biota aquática,
dificultando a passagem de luz solar e, consequentemente, redução da
atividade fotossintética (GUPTA; SUHAS, 2009).
Porém, os corantes tem grande importância econômica. Em 2007, o Brasil
importou 158,4 mil toneladas (correspondente a US$ 515 milhões) e exportou,
no mesmo período, 62 mil toneladas (equivalente a US$ 145 milhões) de
corantes e pigmentos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA QUÍMICA,2011).
Assim, percebe-se que a melhor alternativa é tratar os efluentes antes do
descarte em corpos hídricos.
O Amarelo Tartrazina, é um dos corantes mais utilizados na indústria
alimentícia, que caracteriza-se por pertencer ao grupo funcional dos azo-
compostos e ser estável a calor, ácido e luz solar. Além disso, é indicado
em estudos, como contribuinte para problemas alérgicos graves e ter
potencial carcinogênico (TRIPATHI; KHANNA; DAS, 2007).
Assim, o estudo de tal corante e as formas de remove-lo dos corpos hídricos
se faz necessário.
MATERIAL E MÉTODOS: Primeiramente, realizou-se uma fundamentação teórica, com o intuito de
obter subsídio para a realização deste projeto.
Logo em seguida, realizou-se a coleta e estudo dos adsorventes a serem
utilizados em testes, como cascas de arroz, bagaço de cana, telha, argila
verde, argila branca e etc. Já o adsorvato, foi gentilmente cedido pela
Importadora Brastókio.
Após a preparação de soluções do corante Amarelo Tartrazina, foram
realizados estudos decorrente do tempo de contato, pH e concentração das
soluções. Todos, diante de agitação e com o uso do adsorvente que melhor
obteve êxito nos testes: argila branca.
Diante desses estudos, foi selecionado, devido a sua maior eficiência, o
estudo em relação ás variações de pH. Com isso, aprofundou-se as análises em
função do pH 2, 4, 6, 8, 10 e 12, com soluções de concentrações de 10 mg/L e
20 mg/L.
Ressalta-se que a realização da maior parte da pesquisa, aconteceu no
Laboratório de Química do Instituto Federal de Ciência Tecnologia de Goiás,
Câmpus Inhumas, e utilizou-se os equipamentos e reagentes já existentes no
mesmo. Já algumas analises como difratometria de raios X foram realizadas na
Central Analítica do Instituto de Química/UFG.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A remoção do corante Amarelo Tartrazina de soluções aquosas, se mostrou mais
eficiente em pH 2, com o uso de argila branca. Através das curvas de adsorção,
geradas por meio da análise em espectrofotômetro UV/VIS, após a agitação
magnética da solução com argila branca, percebeu-se que quase todo o corante
havia sido adsorvido. Em contrapartida, em pH básico, como 10 e 12, os
resultados não foram satisfatórios, Figura 1.
Figura 1
Espectro UV/VIS para as soluções do corante
Amarelo Tartrazina, em função do pH, com uso de
argila branca como adsorvente.
CONCLUSÕES: Tal projeto apresenta grande importância não só à comunidade cientifica, como
também a toda população que já percebe indícios de escassez hídrica devido ao
mau uso da água doce disponível. Além disso, por encontrar uma forma simples e
de baixo custo para a remoção de um dos principais corantes descartados por
indústrias alimentícias, surge a possibilidade e incentivo as empresas, á
tratar seus efluentes antes do descarte, evitando assim, danos ambientais que
podem se tonar irreversíveis em um futuro próximo.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao IFG e CNPq, pelo apoio financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA QUÍMICA. Corantes. 2011. Disponível em:<http://www.abiquim.org.br>. Acesso em: 20.09.2014.
GUPTA, V.; SUHAS. Application of low-cost adsorbents for dye removal - a review. Journal of Environmental Management, 2009. v. 90, p. 2313–2342, 2009.
MONTOIA, P. Água, o “Ouro” Azul do Nosso Século. 2006. Disponível em: <http:/-/didaktos.ua.pt/recursos/didaktos 4828.pdf>. Acesso em: 10.09.2014.
TRIPATHI, M.; KHANNA, S. K.; DAS, M. Surveillance on use of synthetic colours in eatables vis a vis prevention of food adulteration act of india. Food Control, 2007. v. 18, p. 211–219, 2007.