Realizado em Vitória/ES, de 09 a 11 de Setembro de 2015.
ISBN: ISBN 978-85-85905-13-2
TÍTULO: ESTUDO DA REMOÇÃO DO CORANTE ALIMENTÍCIO, VERMELHO 40, UTILIZANDO CACOS DE TELHAS, EM FUNÇÃO DO pH.
AUTORES: Anunciação, S.A. (IFG) ; Rocha, G.H.A.M. (IFG) ; Silva, G.O. (IFG) ; Martins, B.M. (IFG) ; Borges, E.C.L. (IFG) ; Sá, F.P. (IFG)
RESUMO: A remoção de corantes sintéticos de efluentes é ambientalmente importante,
pois estes são descartados pelas indústrias de alimentos e são fontes de
poluição, considerados altamente tóxicos para a vida aquática. Assim, este
trabalho teve como principal objetivo à remoção do corante Vermelho 40 com a
utilização de cacos de telhas, que foram triturados e homogeneizados
granulometricamente. Para este fim realizou-se o estudo das variáveis tempo de
contato, pH e concentrações das soluções do corante. Com isso, comprovou-se
que em pH = 2,0, teve a maior eficiência na remoção do corante em solução.
PALAVRAS CHAVES: Vermelho 40; Adsorção; Estudo do pH
INTRODUÇÃO: Usado para adquirir e atender uma variedade de requisitos relacionados à
cor, sem nenhum propósito de nutrição, os corantes causam interferência em
lâminas d’água, desencadeando um processo que chamamos de eutrofização
(MONTEIRO & VIADANA, 2009). Estudos recentes indicam que aproximadamente 12%
dos corantes sintéticos são perdidos durante as operações de fabricação e
processamento. Cerca de 20% desses corantes perdidos entram nas estações de
tratamento de efluentes (ESSAWY; ALI; ABDELMOTTALEB, 2008).
A adsorção é um processo muito utilizado no tratamento destes efluentes.
Esta técnica tem mostrado ser uma excelente maneira de tratar efluentes de
resíduos industriais, oferecendo vantagens significativas, como o baixo
custo, disponibilidade, rentabilidade, facilidade de operação e eficiência,
em comparação com os métodos convencionais, especialmente do ponto de vista
econômico e ambiental (PURKAIT et al., 2007; SANTOS; BOAVENTURA, 2008). Além
de ser eficiente para uma remoção efetiva da cor (FIGUEIREDO, et al., 2000).
No presente trabalho cacos de telhas triturados, argila branca e argila
verde foram utilizados como adsorventes para a remoção do corante Vermelho
40 de soluções aquosas, porém o que apresentou maior eficácia foram os cacos
de telhas. Este corante é utilizado nas indústrias alimentícias, sendo
empregado para bebidas e na coloração do caramelo da maça do amor.
MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Química do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - Câmpus Inhumas, utilizando os
equipamentos e reagentes já existentes no mesmo. Para caracterização das
soluções foi utilizado o espectrofotômetro UV/Vis deste mesmo laboratório.
Assim, foi realizado estudos da adsorção do corante Vermelho 40 em meio
aquoso utilizando como adsorventes cacos de telhas que foram submetidos
a trituração com uso do almofariz e pistilo, além dos adsorventes, argila
branca e argila verde.
Estes adsorventes foram pesados em balança analítica no total de 1000 mg,
adicionados em 20 mL de solução do corante com concentração de 10 e 20 mg/L.
Esta solução foi transferida para um erlenmeyer e colocada sobre agitação
magnética por 30, 60, 90 e 120 minutos, afim de obter-se estudos sobre o
tempo de contato da solução com o adsorvente. Após o período de agitação, a
solução foi submetida a uma filtração simples afim de separar o adsorvente
do meio. Posteriormente para maior eficácia, levou-se o filtrado a
centrífuga. Concomitantemente ao estudo de tempo de contato, foi realizado
o estudo de pH, modificando o pH das soluções aquosas com ácido clorídrico e
hidróxido de sódio para obter-se os pHs 2, 4, 6, 8, 10 e 12. Após os estudos
efetuados, realizou-se a análise no espectrofotômetro UV/VIS.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através do estudo do corante vermelho 40 é possível inferir, que em meio
aquoso com uso da argila branca, argila verde e cacos de telhas, a maior
eficiência se deve ao uso de cacos de telhas como adsorvente. Observando o
espectro de absorbância comparativo entre os adsorventes utilizados,
percebe-se claramente que as argilas não apresentaram resultado
satisfatórios para remoção da coloração, tendo em vista que a diminuição da
intensidade da banda característica deste corante (500 nm) não foi tão
significativa quando comparado ao uso de cacos de telhas, Figura 1.
Em relação ao estudo da variação do pH das soluções, após todo o
procedimento, ao realizar a análise no espectrofotômetro, observou-se maior
eficácia na remoção da coloração das soluções aquosas, o uso de cacos de
telhas em pH = 2,0. Mostrando que em meio ácido o corante em questão se
adsorve mais facilmente ao adsorvente utilizado, Figura 2.
Figura 1
Espectro UV/VIS para as soluções do corante
Vermelho 40, em função dos adsorventes, Argila
Verde, Argila Branca e Cacos de Telhas.
Figura 2
Espectro UV/VIS para as soluções do corante
Vermelho 40, em função do pH, com uso de cacos de
telhas como adsorvente.
CONCLUSÕES: Pôde-se inferir ao fim deste trabalho, no qual foi proposto estudar a
remoção do corante vermelho 40 com o uso de adsorventes de baixo custo, que é
possível utilizar este processo para remoção do corante em questão, podendo
obter resultados muito satisfatórios modificando apenas o pH do meio. Neste
caso o ótimo de eficácia se deu em pH = 2 com o uso de cacos de telhas.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao IFG e CNPq, pelo apoio financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ESSAWY, A. A.; ALI, A. E.-H.; ABDEL-MOTTALEB, M. Application of novel copolymer-TiO2 membranes for some textile dyes adsorptive removal from aqueous solution and photocatalytic decolorization. Journal of Hazardous Materials, v. 157, p. 547–552, 2008.
FIGUEIREDO, S.A.; BOAVENTURA, R.A.; LOUREIRO, J.M. Color removal with natural adsorbents: modeling, simulation and experimental. Separation and Purification Technology 20, p. 129-141, 2000.
MONTEIRO, A. B. O Azul de Metileno como indicador de poluição em córregos urbanos: o caso do córrego Wenzel – Rio Claro – SP. Trabalho de Especialização. Rio Claro: UNESP, p. 81, 2009.
PURKAIT, M. et al. Removal of congo red using activated carbon and its regeneration. Journal of Hazardous Materials, 2007. v. 145, p. 287–295, 2007.
SANTOS, S. C.; BOAVENTURA, R. A. Adsorption modelling of textile dyes by
sepiolite. Applied Clay Science, 2008. v. 42, p. 137–145, 2008.