Realizado em Vitória/ES, de 17 a 19 de Setembro de 2014.
ISBN: 978-85-85905-08-8
TÍTULO: TRATAMENTO DO CHORUME PELO PROCESSO DE OSMOSE REVERSA NA ÁREA DO ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS URBANOS DOMICILIARES
AUTORES: Cunha, W.F. (UGB - CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE) ; Silva, M.L. (UGB - CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE / UNIG) ; Amadeu, S.G. (UNIG - UNIVERSIDADE IGUAÇU)
RESUMO: Com o elevado grau de produção de lixiviados, os aterros sanitários devem ser
equipados com tanques de captação de efluentes para possível pós-tratamento. A
Estação de Tratamento de Efluentes é um sistema para tratamento de águas residuais
de origem doméstica e industrial, com fins de conter um nível de poluição
aceitável, em acordo com a legislação vigente para o meio ambiente. Este trabalho
visa demonstrar o tratamento de efluentes de um Aterro Sanitário cujos resíduos
lançados são do tipo RSU (Resíduos Sólidos Urbanos). O processo utilizado para
filtrar o efluente é o de Osmose Reversa. O reuso dessa água gera economia
substancial para a empresa.
PALAVRAS CHAVES: Estação de Tratamento de ; Osmose Reversa; Reuso da água
INTRODUÇÃO: O processo de Osmose Reversa consiste no meio para adquirir qualidade final da
água tratada quanto à remoção de compostos não biodegradáveis e para sua
reutilização para fins não potáveis. Estudos relacionados ao fenômeno de
membranas teve grande avanço a partir de 1960, através da tecnologia de Osmose
Reversa para dessalinização da água do mar em regiões com escassez de água
potável. Os processos de Nanofiltração, Ultrafiltração e Osmose Reversa, já
consagrados para tratar água na década de oitenta, passaram a ser aplicados na
área de saneamento básico nos anos 90 (SCHENEIDER e TSUTIYA, 2001; NATH, 2008).
A tecnologia de membranas viabiliza sistemas compactos de tratamento de
efluentes produzindo água de reuso de maior qualidade devido à alta capacidade
de removerem compostos prejudiciais à saúde humana e agressivos ao meio
ambiente. A tecnologia de Osmose Reversa é uma técnica de desmineralização
baseada em membranas que desagregam sólidos dissolvidos em uma solução, tais
como íons. Compreende a tecnologia de filtração que remove as partículas de
menor massa molecular presentes em uma solução (KUCERA, 2010). O meio de
filtração de efluentes consiste em uma ação de um ou mais componentes de uma
corrente de fluido baseada, na diferença de tamanho das partículas. A separação
de partículas é feita por uma barreira porosa. A corrente a ser tratada
atravessa o meio poroso, separando os contaminantes. No processo osmótico, a
água bruta filtrada através das membranas é separada em dois canais: permeado,
canal de água tratada ou desmineralizada, e rejeito, canal de água concentrada.
No processo, ocorre perda de água, pois sais da água bruta não podem saturar na
superfície das membranas, necessitando serem conduzidos dissolvidos pelo
rejeito.
MATERIAL E MÉTODOS: Para a operação da Osmose Reversa deverá ser realizado um pré-tratamento, para
que o efluente esteja filtrado e atinja padrões necessários para ser alimentado
no sistema de membrana de Osmose Reversa. O chorume armazenado em uma lagoa é
bombeado para um tanque dentro da ETE onde começa o processo de pré-tratamento
do efluente. Este sistema consiste no crescimento da biomassa em suspensão em um
tanque com introdução de oxigênio. A movimentação desta biomassa é feita
através de agitação, o efluente é filtrado e levado para um tanque de
armazenamento, onde será bombeado novamente para um novo tanque para que comece
o tratamento de Osmose Reversa. Após o tratamento, a água será reutilizada para
fins do aterro onde consiste na segurança de processos e na proteção da saúde
humana. Como o efluente de origem é essencialmente água de resíduos
domiciliares, isso facilita o reuso para as finalidades como: irrigação de
plantas, hidrantes para proteção ao fogo, descargas sanitárias e irrigação de
áreas de acesso.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O processo de Osmose Reversa consiste na aplicação de uma pressão entre as
soluções. Com a diferença de pressão osmótica, o potencial químico da água na
solução concentrada será maior que o potencial químico da água na solução
diluída e o fluxo natural é então invertido, a água passa a atravessar a
membrana na direção da solução mais concentrada para a de menor concentração
(HABERT et al., 2006). O efluente forçado através de uma pressão para que assim
seja dividido em permeado e rejeito. A água tratada é analisada a fim de
verificar os parâmetros aceitáveis para o seu reuso. O rejeito filtrado é
recirculado de volta para a lagoa, onde ocorre o processo por lodo ativado, que
se comporta essencialmente em uma fase de contato do efluente a tratar com floco
bacteriano em presença de oxigênio, aumentando a concentração de biomassa no
mesmo, o que é responsável pela elevada eficiência do sistema.
CONCLUSÕES: A tecnologia de Osmose Reversa demonstra um alto potencial para a remoção de
resíduos e uma grande qualidade na água tratada. A reutilização da água tratada
vai diminuir os gastos com água para fins não potáveis, onde são necessárias
grandes quantidades de água por dia para fins como lavagens de pisos, irrigação de
jardins, descargas sanitárias, torres de resfriamento, prevenção contra incêndio,
entre outras atividades que estejam enquadradas em reuso planejado de águas não
potáveis.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a Deus e ao ICETE - Instituto de Ciências Exatas, da Terra e
Engenharias da UGB.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos Sólidos - Classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10005: Lixiviação de Resíduos - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
BAIRD, COLIN. Química Ambiental. 4 ed. Porto Alegre: Bookman, 2011
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
HABERT, A. C.; BORGES C.P.; NOBREGA, R., Processos de Separação por Membranas, Série Escola Piloto em Engenharia Química, COPPE/UFRJ. Rio de Janeiro: E-papers Serviços Editariais Ltda., 2006.
KUCERA, J. Reverse Osmosis Design, Process, and Applications for Engineers. Jonh Wiley & Sons, Inc. Hoboken, New Jersey, and Scrievener Publishing LLC, Salem, Massachusetts, 2010.
NATH, K. Membrane Separation Process. Prentice-Hall of India Private Limited, New Delhi, 2008.
SCHNEIDER, R. P.; TSUTIYA, M. T. Membranas Filtrantes para Tratamento de Água, Esgoto e Água de Reuso. São Paulo: ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2001.