7º Encontro Nacional de Tecnologia Química
Realizado em Vitória/ES, de 17 a 19 de Setembro de 2014.
ISBN: 978-85-85905-08-8

TÍTULO: PRODUÇÃO DE SABÃO ARTESANAL E SUSTENTÁVEL ATRAVÉS DA RECICLAGEM DO ÓLEO VEGETAL

AUTORES: Santos Júnior, C.J. (IFAL) ; Nascimento, G.A. (IFAL) ; Santana, F.S.S. (IFAL) ; Silva, V.N.T. (IFAL)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência do Projeto de extensão “Reciclagem do óleo vegetal para produção de sabão e semelhantes”, desenvolvido em parceria com IFAL – Campus Maceió. A finalidade primordial da atividade extensão mencionada consistiu basicamente em ofertar uma alternativa consciente e inteligente para a reutilização do óleo vegetal por parte da comunidade, além de conscientizá-los acerca dos problemas ambientais causados pelo descarte inadequado deste resíduo no meio ambiente. Dentre os resultados obtidos, destaca-se a grande adesão da comunidade ao projeto, a conscientização ambiental adquirida pelas pessoas envolvidas e a integração entre a comunidade e o IFAL, além da produção de um sabão artesanal ecologicamene correto e próprio para o consumo humano.

PALAVRAS CHAVES: Óleo vegetal; Sabão artesanal; Sustentabilidade

INTRODUÇÃO: As questões ambientais representam hoje um dos assuntos mais debatidos mundialmente, haja vista que os prejuízos causados pela ação danosa do homem na natureza implicam em impactos irreversíveis e consequências desastrosas para o meio ambiente. Segundo Cascino (1999), essas questões são alvos de muitas deliberações, pois o homem vem adquirindo a consciência de que a fragilidade da natureza coloca em risco a sua própria sobrevivência. Nesse contexto, destaca-se a importância do desenvolvimento sustentável, que abrange as questões ecológicas, sociais e econômicas, possibilitando a construção de um meio ambiente propício à subsistência humana. Dentre todos os resíduos produzidos pela população que podem ser prejudicais ao meio ambiente, o óleo vegetal é um material de difícil decomposição e bastante nocivo ao meio ambiente. Estima-se que um litro de óleo comestível despejado inadequadamente pode contaminar até um milhão de litros de água. Essa poluição, por sua vez, aumenta o custo de tratamento da água e também agrava o efeito estufa, pois dificulta o processo natural de evaporação da água, impedindo a formação de chuvas. (MIGUEL, 2010).Com isso, a reciclagem do óleo vegetal usado é uma alternativa viável no sentido de diminuir os impactos ambientais provocados pelo descarte inadequado desse tipo de resíduo no meio ambiente.

MATERIAL E MÉTODOS: As oficinas educativas foram divididas em momentos teóricos e práticos. Na parte teórica, foram discutidos questões de interesse ecológico, como a importância da reciclagem, em particular do óleo de fritura, além de conceitos químicos, como óleos e gorduras, polaridade, pH, sabões, detergentes e reação de saponificação. Na parte prática, desenvolveu-se a produção de sabão. A metodologia básica para a produção do sabão a partir da reciclagem do óleo vegetal durante as oficinas contou, basicamente, com os seguintes materiais e suas respectivas quantidades: 1,5 L de água, 2 L de óleo de cozinha usado, 500 g de hidróxido de sódio (NaOH), 2 luvas para lavar louça, 1 peneira, 1 máscara descartável, 2 baldes, 1 bandeja de plástico resistente, 1 colher de pau e 2 tiras de papel indicador universal de pH. De modo geral, foram realizados os seguintes procedimentos: I) Inicialmente, o óleo foi coado com o auxílio de uma peneira; II) Adicionou-se a água no balde; III) Utilizando as luvas e a máscara de proteção, adicionou-se aos poucos a soda cáustica na água; IV) Ainda portando as luvas e a máscara de proteção, mexeu-se a mistura até a soda cáustica dissolver completamente; V) Sem parar de mexer, adicionou-se aos poucos o óleo coado; VI) Mexeu-se sem parar por aproximadamente 40 minutos a mistura; VII) Após o processo de homogeneização, a mistura foi colocada em uma bandeja de plástico resistente, onde ficou em repouso por 24 horas; VIII) Após as 24 horas o sabão adquiriu um aspecto endurecido, tendo sido retirado da forma e cortado pequenos pedaços, dando origem as conhecidas barras de sabão; IX) Os pedaços do sabão foram alocados em uma prateleira, onde foram deixados até secar; X) Após seco, aferiu-se o pH produzido através do papel indicador universal.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A realização das oficinas possibilitou a capacitação de todos os participantes sobre a fabricação de sabão através da reciclagem do óleo vegetal usado, podendo estes aplicarem os conhecimentos adquirido para produção de produtos limpeza e/ou higiene pessoal em sua comunidade. Após a fase prática de cada uma das oficinas, observou-se a consistência do sabão fabricado e o seu respectivo valor de pH. Praticamente em todas as oficinas, o pH do sabão produzido apresentou pH em torno de 10. Já com relação a consistência, as barras do sabão produzidos apresentaram uma consistência semelhante a dos sabonetes comerciais, conforme mostra a figura 1. Levando em consideração as características observadas, pode-se afirmar que o sabão confeccionado é indicado para uso doméstico e pode ser consumido normalmente como agente de limpeza e higienização, uma vez que sua consistência é firme e seu nível de pH confirma seu caráter básico ou alcalino, sendo este menor que limite definido pela ANVISA (11,5). Segundo Neto e Del Pino (1997) sabões que apresentam esta característica tem maior ação de limpeza em relação a sabões ácidos ou de caráter neutro.

Sabão produzido



CONCLUSÕES: Através desse trabalho buscou-se mostrar que a transformação do óleo vegetal usado em sabão é uma alternativa de reciclagem bastante atrativa, pois, através de uma técnica consideravelmente simples, diversas vantagens econômicas e ambientais são colocadas em ação. Tal prática pode contribuir para a economia dos recursos naturais, assim como para o bem estar da comunidade. Nesse sentido, a produção de sabão através da reciclagem do óleo de cozinha é uma maneira de se contribuir para a preservação do meio ambiente, de forma simples e rentável, garantindo resultados positivos para a sociedade.

AGRADECIMENTOS: Ao IFAL - Campus Maceió.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANVISA. Legislações Saneantes. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br> Acesso em: 10/07/2014. CASCINO, F. Educação ambiental. São Paulo: SENAC, 1999. MIGUEL, C. R. Coleta seletiva para a reciclagem do óleo. UNESC. Curso de engenharia Ambiental. 2010. NETO, O. G. Z.; DEL PINO, J. C. Trabalhando a química dos sabões e detergentes. Porto Alegre: UFRGS, 1997.