Realizado em Maceió/AL, de 28 a 30 de Agosto de 2013.
ISBN: 978-85-85905-04-0
TÍTULO: TESTE DE TOXIDADE DA Aloe succotrina( BABOSA) EM ARTÊMIA SALINA
AUTORES: Fernana Pereira Barbosa, P. (INSTITUTO FEDERAL GOIANO- CAMPUS RIO VERDE GOIÁS) ; Guimarães Guerreiro, A. (INSTITUTO FEDERAL GOIANO- CAMPUS RIO VERDE GOIÁS) ; Cristina Duarte Paulino, A. (INSTITUTO FEDERAL GOIANO- CAMPUS RIO VERDE GOIÁS) ; Davi Albuquerque Andarade, R. (INSTITUTO FEDERAL GOIANO- CAMPUS RIO VERDE GOIÁS)
RESUMO: A espécie Aloe succotrina conhecida popularmente como babosa é uma planta de
origem africana encontrada em regiões desérticas e em algumas zonas tropicais,
portanto pode ser encontrada no Brasil. Utiliza-se a espécie no país para fins
farmacêuticos, pois possui propriedades tais como antibacteriana, cicatrizante e
hidratante. Para o uso alimentício tem-se pesquisado a cerca, pois existem
indícios de que a espécie Aloe succotrina pode ser tóxica para o consumo. Em
virtude da incerteza da toxidade da babosa o experimento a seguir tem por objetivo
testar a dose letal da babosa em artêmia salina. Artêmia salina é uma espécie de
crustáceo encontrado nos oceanos e usado para a alimentação de peixes.
PALAVRAS CHAVES: Artêmias; Babosa; Toxidade
INTRODUÇÃO: : Existem aproximadamente mais de 300 espécies da planta proveniente da família
Liliáceas e do gênero Aloe conhecida como Babosa, dentre as mais conhecidas
destacam-se a Aloe Succotrina, Aloe Vera, Aloe Arborescens e Aloe Ferox. São
usadas nas indústrias farmacêuticas, cosméticas, fitoterápicas e alimentícias.
Seu extrativo solúvel encontrado no interior das folhas é rico em
polissacarídeos e há uma grande variedade de princípios ativos que são
constituídos de tecidos orgânicos, sais minerais, enzimas, aminoácidos,
vitaminas e outros componentes (BACH et al, 2009).
Junto á outros componentes presentes na folha e na seiva da babosa estão a
aloína, alantoína e antraquinona que possuem a capacidade de cicatrização, porém
o consumo provoca o efeito catártico junto a outros sintomas (CREA, 2005).
Apesar de possuir propriedade farmacológica o componente antraquinônico é tóxico
quando consumido em altas doses (CARICONDE,1995).
A fim de estabelecer a toxidade da babosa ou de outros produtos naturais podem
ser utilizados ensaios de letalidade tais como o ensaio em artêmias salinas,
crustáceos encontrados em ambientes extremos. Dependem da atividade locomotiva
para a respiração e alimentação. Assim propõem-se o testar a dose letal da
babosa em artêmia e verificar a toxidade do mesmo.
MATERIAL E MÉTODOS: Para a eclosão das Artêmias utilizou-se 0,1 grama de cistos de Artêmia em uma
solução salina de 3,5 gramas de sal marinho para 50 ml de água destilada,
oxigenou-se e iluminou-se por 48 horas. Preparou-se uma solução de babosa a
partir de seu extrativo solúvel, utilizou-se 5 gramas do extrato junto a 50 ml
de água destilada, assim a concentração da solução mostrou-se ser de 0,1 g
/ml.
Para manter as artêmias vivas durante o teste da dose letal de babosa em
artêmia salina preparou-se uma solução salina de Cloreto de Sódio utilizando 1
grama do Cloreto e 50 ml de água. Utilizou-se placas de 12 poços para a
realização do teste. Após a eclosão dos ovos contou-se 10 artêmias para cada
poço das placas. Cada placa possui 12 poços, em cada poço adicionou-se 3 ml da
solução salina e gradativamente adicionou-se a solução da babosa. Para o
primeiro poço adicionou-se 0,1 ml da solução da babosa, no segundo 0,2 ml, no
terceiro 0,3 ml e assim sucessivamente até completar 1 ml de solução na décimo
poço.
Dez poços foram preenchidos pela solução salina e pela solução da babosa e os
dois últimos somente pela solução salina para manter o controle verificando
assim a quantidade de artêmias mortas e vivas no ambiente próprio delas e no
ambiente contendo babosa.
Verificou-se o número de artêmias vivas e mortas ao prazo final de 24 horas e
posteriormente 48 horas para cada poço e placa, visto que realizou-se o
experimentou em triplicata. Utilizou-se o microscópio para contar as artêmias e
com o resultado obtido nesses intervalos de tempo plotou-se um gráfico mostrando
a relação da dose da solução de babosa usada para cada poço e a quantidade de
artêmias salinas mortas em virtude da babosa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Verificou-se um grande número de artêmias mortas no prazo final de 24 horas. Na
primeira placa apenas as três primeiras doses 0,1; 0,2; e 0,3 mL possuíam a
maior parte das artêmias vivas, enquanto no restante dos poços as doses
utilizadas mostraram-se ser letais, pois não houve a sobrevivência de nenhuma
delas. Na segunda placa apenas a primeira dose de 0,1 ml apresentou nenhuma
morte enquanto e no restante dos poços não houve a sobrevivência.Na terceira
placa as duas primeiras doses 0,1 e 0,2 ml continha algumas artêmias vivas e nos
poços restantes não houve sobrevivência.
Após o período de 48 horas realizou-se a mesma analise acima citada. Verificou-
se na primeira placa a sobrevivência apenas nas doses 0,1 ml e 0,2 ml e com um
número menor de artêmias vivas do que no prazo final de 24 horas. Na segunda
placa a primeira dose houve apenas uma artêmia que não sobreviveu e nos outros
poços não houve nenhuma artêmia que apresentava atividade locomotiva, assim
estavam todas mortas. E na terceira placa a analise assemelhou-se a primeira
placa, tanto na dose da babosa utilizada quanto no número de artêmias vivas e
mortas.A relação detalhada de morte e vida para cada dose e o tempo de analise
está exemplificada nas duas tabelas abaixo:
Observa-se a grande quantidade de artêmias mortas entre as doses de 0,3 ml á 1
ml. Na primeira placa não houve morte na dose 0,3 ml enquanto nas outras nessa
mesma dose todas morreram, assim a partir dessa dose observa-se a toxidade da
babosa para artêmias salinas no prazo de 24 horas em contato com a substância.
Ao final das 48 horas de observação somente a primeira dose que houve a morte de
apenas uma das artêmias nas três placas, enquanto nas outras não houve
sobrevivência. O gráfico abaixo representa todos os dados acima citados:
Figura 01
FIGURA 01: Gráfico geral representando a morte
das artêmias no prazo final de 24 e 48 horas
Tabela 01
TABELA 01: Quantificação de artêmias mortas e vivas
nas três placas no prazo final de 24 horas e 48
horas.
CONCLUSÕES: A espécie Aloe Succotrina é tóxica para artêmias salinas a partir da dose 0,2 ml
do seu extrativo solúvel ao prazo de 24 horas de contato e a partir de 0,1 ml ao
prazo final de 48 horas. Nos poços de controle não houve nenhuma morte, assim
mostra-se que podem sobreviver em ambientes rígidos por 48 horas ou mais, segundo
o experimento, assim a morte das artêmias nos outros poços está ligada a solução
da babosa.
Em relação ao uso da babosa para fins alimentícios existe a necessidade de mais
pesquisas e experimentação a cerca do assunto, pois a mesma mostra-se tóxica para
os crustáceos usados no experimento.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao Instituto Federal Goiano- Campus Rio Verde e ao orientador
Msc. Rômulo Davi Albuquerque Andrade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BACH, D. B.; LOPES, M. A.; 2007. Estudo da viabilidade econômica do cultivo da Babosa (Aloe Vera). Paginas 1136-1144.
CREA, P.; 2005. Aloe Sabíla manual práctico y clínico: Terapias e medicinas alternativas. Página 128.
CARRICONDE, C. M. D.; FRITSCHE M.; CARDOZO, J.; 1995. Plantas medicinais & plantas alimentícias.