Realizado em Maceió/AL, de 28 a 30 de Agosto de 2013.
ISBN: 978-85-85905-04-0
TÍTULO: Comparação na eficiência de sítios ancorantes de quitosana e Caseína para a liberação controlada de Verde Malaquita como Fungicida.
AUTORES: Moraes, F. A. (IFGOIANO-CAMPUS RIO VERDE) ; Mendonça, P. P. (IFGOIANO-CAMPUS RIO VERDE) ; Albuquerque Andrade, R.D. (IFGOIANO - CAMPUS RIO VERDE)
RESUMO: A quitosana é classificada como biopolímero natural sendo obtida através do
processo de desacetilação da quitina. Já a quitina é extraída do exoesqueleto de
crustáceos e insetos. A caseína é uma proteína encontrada no leite, pouco solúvel
em água. O Verde Malaquita é um corante utilizado na área veterinária como
fungicida. No presente trabalho foi feito o ancoramento do Verde Malaquita em
quitosana e caseína, com o intuito de comparar a eficiência dos sítios ancorantes
da quitosana e da caseína para a liberação controlada de Verde Malaquita. A
comparação dos sítios ancorantes foi feita utilizando espectrofotometria UV-Vis.
Os resultados mostram que a quitosana é um material mais eficiente do que a
caseína para a liberação controlada de Verde Malaquita.
PALAVRAS CHAVES: Caseína; quitosana; Verde Malaquita
INTRODUÇÃO: O emprego de Quitosana tem aumentado significativamente em áreas de pesquisa
como agricultura, indústria de alimentos e principalmente na área farmacêutica.
A justificativa para a crescente utilização nestas áreas é suas características
biocompatível, biodegradável e hidrofílica. E, além disso, possui baixo custo
comercial (dos SANTOS, et al., 2011).
A caseína é uma proteína encontrada no leite. Esta proteína tem baixa
solubilidade em água. É consumida no leite e produtos derivados do leite, na
produção de plásticos (botões, guarda-chuvas e etc), adesivos e produtos
farmacêuticos (BEHMER., 1984).
O Verde Malaquita é um corante que se encontra no estado sólido, na
forma de cristais. Possui grande aplicabilidade na indústria têxtil para
tingimento de tecidos, atua como fungicida na área veterinária e bactericida
para a piscicultura.
Este corante tem alta solubilidade em água, alcoóis metílico, etílico e amílico.
Em soluções aquosas apresenta coloração verde azulada (pH 11,6) e uma máxima
absorção de radiação eletromagnética em 616,9 nm (PERUZZO, et al., 2003).
Sistemas de liberação controlada, inicialmente foram estudados visando
diminuir os custos e minimizar os impactos de fármacos. Sistemas de liberação
controlada são usados também para liberação de insumos agrícolas, visando a
redução dos impactos ambientais, e a redução do custo. (AOUADA, 2009)
Neste estudo empregou-se quitosana e a Caseína, por serem de fácil
obtenção e baixo custo. E nesta direção pretende-se comparar as efiências dos
sítios ancorantes de quitosana e Caseína para liberação controlada do corante
Verde Malaquita como fungicida.
MATERIAL E MÉTODOS: 2.1.Materiais
Utilizou-se os seguintes reagentes: Ácido Acético, quitosana, Caseína,
Verde Malaquita. Todos com grau analítico PA.
2.2.Métodos
Preparo do Fungicida
Para preparo do fungicida utilizou-se 0,001 g de Verde Malaquita em 100 mL de
água destilada e solubilizou-se até completa homogenização. A coloração da
solução foi verde azulada.
Preparo da solução de quitosana
Pesou-se 0,2 g de quitosana e solubilizou-se em 100 mL de uma solução
0,1 mol/L de Ácido Acético.
Preparo da solução de Caseína
Pesou-se 0,2 g de Caseína e adicionou-se em 100 mL de uma solução 0,1
mol/L de Ácido Acético.
Preparo das amostras de quitosana / Verde Malaquita
Separou-se 10 balões de 5 mL para o ancoramento de Verde malaquita em
quitosana. No primeiro balão adicionou-se 0,01 mL da solução de verde malaquita
preparada anteriormente. Aumentou-se o volume de verde malaquita
progressivamente até 0,1 mL no décimo balão. Após, o volume foi completado com a
solução de quitosana.
Preparo das amostras de Caseína / Verde Malaquita
Separou-se 10 balões de 5 mL para o ancoramento de Verde Malaquita em
Caseína. No primeiro balão adicionou-se 0,01 mL da solução de Verde Malaquita
preparada anteriormente. Aumentou-se o volume de Verde Malaquita
progressivamente até 0,1 mL no décimo balão. Após, o volume foi completado com a
solução de Caseína.
As 22 amostras foram submetidas a análise UV/Vis. no aparelho Perkim
Elmer Lambida 750.
Análise UV-Vis
Fez- se a análise UV-Vis no aparelho Perkin Elmer UV-VisNER Lambda 750.
Foram submetidas à análise as amostras de ancoramento de Verde Malaquita em
quitosana, as amostras do ancoramento de Verde Malaquita em caseína, e as
soluções de quitosana e caseína, todas à 655 nm. Os espectros foram utilizados
para a comparação da região adsortiv
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Figura 1. Espectro de Ultra-Violeta visível do ancoramento de Verde Malaquita em
quitosana.
A figura 1, mostra o espectro da análise UV-Vis das amostras do
ancoramento de Verde Malaquita em quitosana. Pôde-se observar que houve um
aumento na absorbância entre 550 e 650 nm. Este aumento indica interação entre a
região adsortiva da quitosana e o Verde Malaquita.
Figura 2. Espectro Ultra-Violeta visível do ancoramento de Verde Malaquita em
Caseína.
A figura 2 mostra o espectro do ancoramento de Verde Malaquita em Caseína. Como
pôde-se observar, houve a presença de um interferente na análise. Estas raias
no gráfico ocorreram porque haviam partículas nas amostra.
Figura 3. Formula estrutural da quitosana.
Através da observação dos gráficos pode-se notar que a eficiência no ancoramento
de Verde Malaquita foi melhor quando utilizou-se a quitosana. Isso se deve ao
fato que esta apresenta grupamentos de NH2 com elétrons disponíveis para a
interação como pode-se observar na figura 3. Ao passo que a molécula de Caseína
promove as interações através de elétrons estericamente impedidos de grupos
fosforados.
Figura 1
Figura 1. Espectros da análise UV-Vis das soluções
de quitosana.
Figura 2
Figura 2. Espectros da análise UV-Vis das soluções
de caseina.
CONCLUSÕES: De acordo com os resultados faz-se possível explanar que a quitosana tem maior
capacidade adsortiva por possuir grupamentos de NH2 com elétrons disponíveis os
quais promovem as interações. Com isso, possui maior eficiência no ancoramento
para a liberação controlada do Verde Malaquita, diminuindo os impactos de seu uso
como fungicida.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos o apoio do IFGoiano e ao grupo de pesquisa QuiMERA Team, liderado pelo
professor MSc. Rômulo Davi Albuquerque Andrade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AOUADA, F.A. Síntese e Caracterização de Hidrogéis de Policrilamida e Metilcelulose para Liberação Controlada de Pesticidas. Tese (Programa de Pós-Graduação em Química)- Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia, Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2009.
BELMER, M.L.A. Tecnologia do Leite. 15a ed. São Paulo: Livraria Nobel, 1984.
dos SANTOS,P.T.A. Novos Materiais Híbridos a base de ZnAl2O4 Dopados com Európio. Tese (Doutorado em Engenharia de Processos)-Centro de Ciências e Tecnologia, Universidade Federal de Campina Grande. Campina Grande, 2011.
PERUZZO, L. C. Influência de agentes auxiliares na adsorção de corantes de efluente da indústria têxtil de leito fixo. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química)- Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2003
SILVA, H.S.R.C. Quitosana: Derivados Hidrossolúveis, Aplicações Farmacêuticas e Avanços. Química Nova, Vol. 29, n.4, p.776-785, 2006.