Realizado em Maceió/AL, de 28 a 30 de Agosto de 2013.
ISBN: 978-85-85905-04-0
TÍTULO: Estudo do uso de DESI-MS na especiação de Se em castanha-do-pará, couve, alho e espinafre, ‘in situ”
AUTORES: Carvalho, D.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA) ; Lordeiro, R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS) ; Nascentes, C.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS) ; Augusti, R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS) ; Coelho, N.M.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA) ; Melo, P. G. (UFU)
RESUMO: DESI-MS foi utilizado para realizar especiação in situ de compostos de
selênio em superfícies de vidro de algumas amostras de alho, castanha e
espinafre e repolho. Foram analisados compostos orgânicos: selenometionina,
selenometilcisteina, selenocistina, e inorgânicos: selenito e selenato, fixados
em fita dupla-face diretamente em uma superfície de vidro. As espécies orgânicas
foram detectadas no modo positivo nas suas formas protonadas de m/z 198, 184 e
334, respectivamente. As inorgânicas foram detectadas pelos íons m/z 129 e 145,
no modo negativo. Mediante otimização dos parâmetros principais da fonte de
DESI, medições estimadas indicaram que os níveis de detecção para os compostos
de selênio variaram de 10 a 20 pg, identificando a presença de todos os
compostos
PALAVRAS CHAVES: DESI-MS; Especiação; selênio
INTRODUÇÃO: Alimento contendo Se tem sido considerado funcional, pois, o selênio é um
elemento essencial para a saúde humana. Além disso, possui diversas propriedades
biológicas incluindo evidencias na prevenção de câncer (Abdulah et al., 2005).
Entretanto, o Se possui uma estreita faixa de concentração entre a
essencialidade e a toxicidade, e dependendo da espécie essa faixa é ainda mais
estreita (Apostoli et al., 1999). Espectrometria de Massa com fonte de Ionização
por Dessorção com Eletrospray (DESI-MS) é uma técnica usada em análises in situ,
onde a amostra é livre de preparo ou qualquer manipulação antes da análise,
contribuindo para as práticas da especiação (Lin et al., 2010).O trabalho
objetivou usar o DESI-MS, sem etapas de preparo de amostra, para detectar e
especiar espécies orgânicas de Se: selenometionina, selenometilcisteina,
selenocistina; e também as inorgânicas: selenato e selenito.
MATERIAL E MÉTODOS: As amostras utilizadas foram castanha-do-pará, couve e alho adiquiridas em mercado
local. Foi analisada também amostra certificada de espinafre para confirmação do
método. As amostras foram fixadas com fita dupla face em placa de vidro. Padrões
das espécies estudadas foram adicionados a papel filtro fixados com fita dupla
face na placa. Os padrões foram utilizados para otimização e determinação da
quantidade mínima detectável. Foram otimizados alguns parâmetros como: tipo de
solvente (metanol, acetonitrila, etanol, clorofórmio e água), fluxo do solvente,
voltagem e temperatura do capilar.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados mostraram que as melhores condições para análise foram: o uso da
mistura de MetOH:H2O (1:1 v/v) para todos os padrões; o fluxo de solvente de 7
µL.min-1, voltagem de 2,5 kV e 250°C a temperatura do capilar. A quantidade
mínima detectável foi de 15 pg, 10 pg, 20 pg, 10 pg e 15 pg para selenometionina,
selenometilcisteina, selenocistina, selenato e selenito, respectivamente. Segue
espectros obtidos da couve e espinafre (Fig. 1), onde se observa a caracterização
dos cinco compostos de selênio. Todas as espécies foram inequivocamente
caracterizadas, nas três amostras estudadas, pelos seus perfis de fragmentação
únicos e distintos, obtidos através de experimentos MS/MS e comparação com os
espectros obtidos pelos padrões.
Figura 1
DESI-MS obtido para couve (modo positivo: Fig. 1A;
modo negativo: Fig. 1B) e espinafre (modo positivo:
Fig. 1C; modo negativo: Fig. 1D).
CONCLUSÕES: A aplicação do presente método pode ser, sem dúvida, aplicado com eficácia na
identificação de espécies orgânicas e inorgânicas de Se, em baixas concentrações
(ng) em alimentos, sem preparo prévio de amostra.
AGRADECIMENTOS: Ao CNPq, a FAPEMIG e a CAPES.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Abdulah, R. K. Miyazaki, M. Nakazawa, H. Koyama. J. Trace Elem. Med. Biol. 19, 141–150, (2005).
Apostoli, P. Fres. J. Anal. Chem. 363, 499–504, (1999).
Lin, Z., Zhao, M., Zhang, S., Yang, C., Zhang, X. 135, 1268-1275, (2010).