TÍTULO: FENÓIS E FÓSFORO INORGÃNICO NO CALDO DE QUATRO VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR

AUTORES: da Silva, V.S.G. (UFAL) ; da Silva, J.C.T. (UFAL) ; Reis, R.M.S. (UFAL) ; Silva, C.A. (UFAL) ; Clemente, P.R.A. (UFAL) ; dos Santos, L.A. (UFAL)

RESUMO:Avaliou-se no ciclo de cana-planta os teores de fenóis e fósforo inorgânico por quatro variedades de cana. O estudo foi conduzido na Fazenda Jequiá, no município de Anadia/AL. Para a condução do estudo adotou-se o delineamento experimental em blocos casualizados, com 4 tratamentos e 5 repetições. Os tratamentos foram quatro variedades de cana-de-açúcar RB867515, RB92579, SP813250 e VAT90212. Por ocasião da maturação da cana foram avaliados os teores de fenóis e fósforo inorgânico no caldo. Houve diferença significativa entre os teores de fenóis e Pi no caldo. A VAT90212 apresentou os maiores teores de Pi e os menores de fenóis: 89 e 692 mg L- 1 de caldo. Para a RB867515, RB92579 e SP813250, os teores de Pi e fenóis, foram respectivamente de 35 e 791, 52 e 887 e, 54 e 826 mg L-1 de caldo.

PALAVRAS CHAVES: cana-planta; maturação; caldo

INTRODUÇÃO:A cultura da cana-de-açúcar está entre as mais plantadas no Brasil, sendo a área cultivada inferior apenas a de soja e milho, uma vez que na safra 2010/2011 foram cultivados cerca de 8,5 milhões de hectares (IBGE, 2011). Atualmente o setor sucroalcooleiro ocupa uma posição destaque no cenário socioeconômico brasileiro, devido sua importância na geração de empregos, rendas e divisas para o país. No decorrer do processo de produção de açúcar a concentração de fósforo inorgânico (Pi) no caldo afeta a clarificação uma vez que o Pi adsorve várias impurezas encontradas no caldo e, os compostos formados nesta adsorção, por serem pouco solúveis, precipitam, facilitando sua separação da sacarose. Por outro lado, os compostos fenólicos e o amido são substâncias que atuam negativamente na cor do caldo e conseqüentemente na do açúcar, reduzindo a qualidade do produto. Neste trabalho avaliou-se os teores de fenóis e de fósforo inorgânico no caldo de quatro variedades de cana-de-açúcar.

MATERIAL E MÉTODOS:O experimento foi implantado na Fazenda Jequiá no município de Anadia/AL. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com 4 tratamentos e 5 repetições. Os tratamentos foram quatro variedades de cana-de- açúcar: RB867515, RB92579, SP813250 e VAT90212. As unidades experimentais (parcelas) foram constituídas de seis sulcos de 10,0 metros de comprimento, espaçados de 1,0 metro de largura. A adubação química, aplicada no fundo do sulco, foi 60, 100 e 150 kg ha-1 de nitrogênio, fósforo e potássio respectivamente. Cerca de quatorze meses após o plantio, foi realizada a colheita dos colmos industrializados. As amostragens foram realizadas nos quatro sulcos centrais da parcela. A cana foi cortada rente ao solo, despontada e despalhada. Os colmos industrializáveis foram passados em picadeira de forragem e posteriormente prensados. O caldo obtido foi analisado quanto aos teores fósforo inorgânico e fenóis, seguindo-se métodos descritos por César et al. (1987) e QUDSIEH et al. (2002). Os valores médios de fósforo inorgânico e de fenóis no caldo, foram submetidos à análise de variância e a teste de médias.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:Os resultados do quadrado médio da análise de variância para os teores de fenóis (Fenóis) e de fósforo inorgânico (Pi) no caldo das variedades RB867515, RB92579, SP813250 e VAT90212, estão citados nas tabela 1. Foi verificado efeito varietal para os teores de fenóis e fósforo no caldo, tendo destaque a variedade VAT90212 que obteve maior teor de fósforo e menor de fenóis. Todavia, o teor de fósforo inorgânico de todas as variedades, foi inferior a 0,090 g L-1 (Figura 1), o que é considerado baixo, visto que para César et al. (1987) para que ocorra boa clarificação, o teor de fósforo inorgânico deve ser superior a 0,100 g por litro de caldo. Os teores de fenóis no caldo das quatro variedades de cana foram, a exceção da VAT90212, superiores a 0,750 g L-1, do dobro dos relatados para a cana do centro-sul do Brasil (SIMIONI et al., 2006) e na Malásia (QUDSIEH et al., 2002). Os compostos fenólicos, o amido e as clorofilas são substâncias que influenciam negativamente na cor do caldo e conseqüentemente na do açúcar, diminuindo a qualidade e a aceitabilidade do produto (OLIVEIRA et al.,2011).

TABELA 1

Análise de variância dos teores de fenóis (Fenóis) e de fósforo inorgânico (Pi) no caldo das variedades RB867515, RB92579, SP813250 e VAT90212.

FIGURA 1

Teores de fósforo inorgânico e fenóis em g L-1 nas variedades VAT90212, RB92579, RB867515 e SP813250.

CONCLUSÕES:As variedades RB867515, RB92579, SP813250 e VAT90212 apresentam diferença significativa quanto aos teores de fósforo inorgânio e fenoís. Apresentando a VAT90212 os menores valores de fenóis e maiores teores de fósforo inorgânico.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:CESAR, M.A.A.; DELGADO, A.A.; CAMARGO, A.P.; BISSOLI, B.M.A..; SILVA, F.C. Capacidade de fosfatos naturais e artificiais em elevar o teor de fósforo no caldo de cana-de-açúcar (cana-planta), visando o processo industrial. STAB – Açúcar, Álcool e Subprodutos, 5:32-38, 1987.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA– IBGE. Levantamento sistemático da produção agrícola. Disponível em: <http:// http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_201105_4.shtm>Acesso em 28 jun. 2011.

OLIVEIRA, M. W. ; MAGRINI, J. L. ; LYRA, F.E.V. ; VALDUGA, G. R. ; PEREIRA, M. G. ; TENORIO, C. J. M. ; ARISTIDES, E.V. S. . Produção da RB867515 influenciada pela aplicação de substâncias húmicas, aminoácidos e extrato de algas marinhas. STAB, v. 30, n.? p. 30-33, 2011.

QUDSIEH, H. Y. M.; YOSOF, S.; OSMAN, A.; RAHMAN, R. A. Effect of maturity on chorophyll, tannin, color, and polyphenol oxidase (PPO) activity of sugarcane juice (Saccharum officinarum Var. Yellow Cane). J. Agric. Food Chem. v.50, p.1615-1618, 2002 .