TÍTULO: AVALIAÇÃO DE DIFERENTES SOLVENTES APLICADOS NA EXTRAÇÃO DE AÇÚCARES DAS VAGENS DA ALGAROBA

AUTORES: Rabelo, T. (UFAL) ; Lima, T. (UFAL) ; Silva Junior, J. (UFAL) ; Gomes, E. (UFAL) ; Silva, J. (UFAL) ; Soletti, J. (UFAL)

RESUMO:No Nordeste Brasileiro, quando ocorrem os períodos de estiagem, a massa foliar e as vagens da algaroba tornam-se a única fonte alimentar economicamente viável que permite a sobrevivência dos animais. No entanto, nos períodos de índice pluviométrico normal há a existência deste material em abundância, sem aproveitamento industrial e com um desperdício acentuado. No presente trabalho, objetivou-se avaliar os efeitos dos solventes (água; água e etanol) diante da extração de açúcares da algaroba, em diferentes concentrações e temperaturas, visando a obtenção de açúcares; que são fundamentais para o metabolismo humano e bastante utilizados nas indústrias alimentícias. Resultados extrativos significantes foram obtidos com o aumento de temperatura (60°C) e utilizando álcool e água como solventes.

PALAVRAS CHAVES: Algaroba; Extração; Açúcares

INTRODUÇÃO:A algarobeira é um vegetal adaptado às condições climáticas do semi-árido nordestino e possui grande potencial de produção de frutos que, se explorados adequadamente, poderão ser transformados em produtos de alto valor agregado. Em alguns países do mundo como: Peru, Chile e Argentina, onde os índios habitam determinadas regiões inóspitas como o deserto de Piúra, as vagens de algaroba são utilizadas, ainda hoje, na alimentação humana. Essas vagens são utilizadas Na fabricação da farinha, bolos, pães, biscoitos, doces, geléias, mel, algarobina, refrescos, licor e outros produtos. Atualmente já se aplica a goma da algaroba na indústria de alimentos como estabilizantes, espessantes, modificadores de textura de certos sistemas de gel, inibição de formações de cristais, emulsificação, suspensão, inibição de sinerise (Azevedo, 1986). No Nordeste Brasileiro, quando ocorrem os períodos cíclicos de seca, a massa foliar e as vagens da algaroba tornam-se a única fonte alimentar economicamente viável que permite a sobrevivência da criação de animais. No entanto, nos períodos de índice pluviométrico normal este produto é pouco utilizado existindo este material em abundância, sem aproveitamento industrial e com um desperdiço acentuado. Silva (2007) estudando a composição da farinha da algaroba identificou uma concentração de açúcares totais de 56,5g/100 g, valor que somado com a concentração de fibras totaliza 63,7 g/100 g de carboidratos. Tendo em vista essas características positivas e devido às vagens da algaroba serem uma fonte rica em açúcares, que são fundamentais para o metabolismo humano e bastante utilizados nas indústrias alimentícias, verifica-se que a algaroba apresenta-se como matéria-prima viável a pesquisas na área de biotecnologia

MATERIAL E MÉTODOS:Os ensaios foram desenvolvidos no Laboratório de Derivados da Cana-de-Açúcar – LDCA, localizado na Unidade Acadêmica do Centro de Tecnologia – UACTEC, da Universidade Federal de Alagoas – UFAL. 2.1 Matéria-Prima As vagens da algaroba utilizadas foram coletadas após a queda natural na própria Universidade e submetidas à seleção. 2.2 Preparo da Farinha de Algaroba: Foi elaborada a partir das vagens secas em estufa com circulação de ar a 65-70°C por 24 horas, com o intuito de eliminar toxinas existentes nas leguminosas e facilitar trituração em liquidificador industrial. 2.3 Processo Extrativo: Os experimentos foram conduzidos em Erlenmeyer de 500 mL, foram colocados na Incubadora Refrigerada com Agitação Orbital (Shaker) – Modelo TE-421 - TECNAL, com rotação de 125 rpm.Variando solvente, proporção e de temperatura. Para obtenção do caldo, o material triturado foi prensado manualmente. O resíduo obtido da prensagem era submetido a uma 2° extração e prensagem com a finalidade de extrair todo açúcar existente no resíduo, aumentando a eficiência da operação. Após extração, o material lenhoso obtido no experimento foi conduzido a estufa numa temperatura de 100°C, para volatilização do(s) solvente(s) presente(s). As amostras foram mantidas na estufa até estabilização do peso. 2.5 Delineamento Experimental: As variáveis independentes do processo extrativo foram: temperatura, proporção (vagem: solvente), e solvente. Observa-se o planejamento experimental nas Tabelas 01 Tabela 01 – Experimentos realizados em 20 min para extração dos açúcares das vagens da algaroba.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:Os dados obtidos constatam que a maior superfície de contato entre o material lenhoso e a água faz com que a extração de açúcares seja mais eficiente. Esse fato pode ser comprovado pelos valores das massas secas obtidas após a 2ª extração. A temperatura mais elevada agirá melhor na retirada desses açúcares quando houve menor quantidade de soluto, podendo se visto nos resultados de MS na 2ª extração Na tabela 02, podemos analisar que com o acréscimo da temperatura foram obtidos resultados acentuados nos experimentos 04 e 05, visto que ao aumentar a quantidade de solventes (experimento 05) não houve avanço extrativo, apresentando resultado de ART inferior a temperatura menor. TABELA 02 No experimento 04, com aumento de temperatura (60°C) e utilizando álcool e água como solventes foram obtidos resultados extrativos significantes, já que temos como referência análise de ART. Mostrou-se melhor capacidade extrativa, quando foi introduzido aos experimentos mais um solvente, o álcool, onde possibilitou obtenção de valores significantes de ART comparados aos valores da Tabela 02.

Tabela 02

Extração dos açúcares das vagens da algaroba, utilizando água ou água/etanol como solvente, durante 20 minutos.

CONCLUSÕES:•Diante dos resultados obtidos, os parâmetros que apresentaram melhores rendimentos, foram os de proporção 0,5:2 e 0,5:4, com temperatura de 60°C utilizando álcool e água como solvente. •O método experimental mostrou-se eficiente, e não foi encontrado trabalhos de extração utilizando como equipamento o Shaker, sendo assim uma nova alternativa viável. •Para melhores rendimentos é necessário uma 2°extração, pois resultados analíticos evidenciam açúcares presente na algaroba.

AGRADECIMENTOS: A DEUS!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:AZEVEDO, C. F. Algarobeira na alimentação animal e humana. EMPARN. In: Simpósio Brasileiro sobre Algaroba, Natal, v.1, p.3, 1986.

PÓL, J.; OSTRÁ, E. V.; KARÁSEK, P.; ROTH, M.; BENESOVÁ, K.; RÍKOVÁ, P.; CASLAVSKY, J. Comparison of two different solvents employed for pressurised fluid extraction of stevioside from Stevia Rebaudiana: methanol versus water, Springer, República Checa, v.388, p. 1847-1857, 2007.


SILVA, C. G.; MATA, M. E. R. M. C.; BRAGA, M. E. D.; QUEIROZ, V.S. Extração e fermentação do caldo de algaroba (Prosopis juliflora, Sw. DC) para obtenção de aguardente, Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.5, n.1, p. 51-56, 2007.