TÍTULO: POTENCIALIDADE DO USO DO PÓ DE QUIABO DA REMOÇÃO DE COMO(VI) DE SOLUÇÃO AQUOSA POR COAGULAÇÃO/FLOCULAÇÃO
AUTORES: Barros, M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE) ; Jesus, E. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE)
RESUMO:O objetivo deste trabalho é o estudo da aplicabilidade de pó do quiabo na remoção de Cr(VI) de água bruta por processo de coagulação/floculação. O pó foi produzido a partir do processo de secagem seguida de moagem e classificação granulométrica. Os ensaios de coagulação/floculação foram realizados com água bruta sintética contendo 3 g de argila na granulométrica de 100 mesh e Cr(VI) na concentração inicial de 1 ppm. A quantificação de Cr(VI) foi realizada através do método colorimétrico da 1,5- difenilcarbazida. Foi realizado o planejamento composto central para analisar a influência da concentração e do pH na remoção do Cr(VI). Verificou-se que a concentração ótima do pó de quiabo foi de 20 mg e opH ótimo igual a 7,0, além do planejamento indicar que o pH é significante no remoção.
PALAVRAS CHAVES: cromo hexavalente; coagulação/floculação; pó do quiabo
INTRODUÇÃO:O Cromo é largamente utilizado em indústrias químicas, principalmente em indústrias de galvanoplastia e de curtimento de couro. Tanto pelo tratamento com excesso de Cromo como por falta de tratamento adequado deste efluente antes de ser despejado, podem ocorrer lançamentos em corpos hídricos naturais.
O Cromo pode ser encontrado de duas formas predominantes: em solução, a forma trivalente e a forma hexavalente, sendo esta última reconhecida como carcinogênica. Atualmente, o limite máximo fixado pela legislação brasileira, resolução nº 357/05 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Brasil, 2005), é de 0,05 mg/L. Os resíduos das indústrias de curtimento de couros chegam a ter teores maiores que 1 g/L, ou seja, um valor vinte mil vezes maior que o permitido.
Um dos métodos mais eficientes para remoção e recuperação de metais pesados que vem se destacando cada vez mais é a adsorção. Os adsorventes podem ser de origem mineral, orgânica ou biológica. Autores como CALFA(2007), ZOUBOULIS (2004), VOLESKY (2001) e KUYUCAK (2004). descreveram em seus trabalhos respectivamente o uso de carvão ativado, musgo, arroz-palha e casca de coco como biomassas utilizadas no processo de coagulação/floculação para tratamento de água. Assim, este trabalho teve como objeto de estudo o uso do polímero natural do quiabo nas etapas de coagulação e floculação do tratamento da água sintética.
MATERIAL E MÉTODOS:2. MATERIAIS E METÓDOS
2.1. Analise da remoção de Cr(VI) com e sem uso de pó do quiabo via teste de jarro.
Foram realizados ensaios de coagulação/floculação utilizando-se de Jar-test modelo JT 102.3 da Milan para avaliar a eficiência do pó do quiabo previamente seco a 150 °C durante 4 horas e peneirado a 100 mesh. A solução contendo 1 ppm de Cr(VI) e 3 g de argila (solução sintética) foi submetida a uma mistura rápida (150 rpm por 1 min) e em seguida a uma mistura lenta (30 rpm por 15 min). Foram realizados dois testes de jarro, um com 20 mg/L de pó de quiabo e o outro sem pó. Após a coagulação e floculação adotou-se um intervalo de quinze minutos (sedimentação) e foi coletada uma amostra de cada teste de jarro. Mediu-se a concentração de Cr(VI) utilizando um espectrofotômetro da Cary modelo UV VisibleSpectrophotometer.
2.2. Efeito da concentração do pó de quiabo na remoção de Cr(VI)
Nesta etapa, verificou-se o efeito de diferentes concentrações do pó do quiabo para um valor de pH igual a 7,0, utilizando as seguintes concentrações de 0 mg/L, 10 mg/L, 20 mg/L e 30 mg/L do pó do quiabo. Os experimentos foram realizados em duplicata. As amostras foram submetidas ao procedimento descrito na seção 2.1.
2.3. Otimização da dosagem do pó de quiabo e do pH na redução de cromo
Nesta etapa foi utilizado o planejamento com composto central , cujos valores dos fatores a serem analisados foram dosagem de mucilagem e pH da água bruta. Este planejamento é usado quando se quer verificar se há curvatura no comportamento da variável resposta em relação aos fatores (variáveis controláveis). (MONTGOMERY, 2005; CALADO E MONTGOMORY, 2003).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
3.1. Analise da remoção de Cr(VI) com e sem uso de pó do quiabo via teste de jarro.
Os valores que mostram os percentuais de remoção de Cr(VI) de concentração inicial de 1 ppm no pH 7,00 foram calculados a partir da equação 1.
ABS=0,0989*C-0,00445 (1)
Onde ABS indica a absorbância e C é a concentração de Cr(VI).
A remoção de Cr(VI) foi calculada pela equação 2.
%remoção=Cf/Ci*100 (2)
Onde Ci e Cf são as concentrações inicial e final do Cr(VI).
Observou-se que a maior de remoção de Cr(VI), no pH 7,0, foi utilizando pó de quiabo, chegando-se a uma remoção de 81,80% após 15 minutos de sedimentação que se da provavelmente pelos grupos –OH superficiais do pó de quiabo que é classificada como uma substância polissacarídica-ácida possuidora de átomo de oxigênio com um par de elétrons disponível para complexar íons metálicos como o Cr(VI) (LIMA 2007), já sem uso de pó a remoção foi de 49 %.
3.2. Efeito da concentração do pó do quiabo na remoção de Cr(VI)
De acordo com os dados obitidos pode-se observar que a melhor concentração na remoção do Cr(VI) foi de 20 mg/L, onde a remoção foi 86,34%. Nas concentrações de 0, 10, e 30 as remoções medias foram respectivamente de 78,50 %, 82,25% e 84,19%
3.3 Otimização da dosagem do pó de quiabo e do pH na redução de cromo
Através dos resultados de remoção de Cr(VI) obtidos pelo planejamento de composto central viaStatistica 7.0, pode-se observar pela tabela dos resultado da análise de variância que para o planejamento proposto foi possível identificar, com um nível de confiança de 95%, que o pH apresentou significância estatística na remoção (p < 0,05). Tal fato pode ser também notado através do diagrama de diagrama de Pareto para os efeitos.
A Figura 1 mostra a superfície d
Figura 1 - Superfície de resposta da remoção de Cr(VI)
A Figura 1 mostra a superfície de resposta para a remoção de Cr(VI).
CONCLUSÕES:4. CONCLUSÃO
Os resultados obtidos neste trabalho evidenciaram que o pó do quiabo constitui uma alternativa em potencial bastante promissora para remoção de Cr(VI) em soluções aquosas por processo de coagulação/floculação. O procedimento proposto é simples, de baixo custo e representa uma alternativa eficiente e ambientalmente segura para minimização de impactos ambientais já que o pó de quiabo é uma substância biodegradável
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE - CONAMA- Conselho Nacional Do Meio Ambiente. Resolução CONAMA NO 357. 2005.
CHANDRA, K.; KAMALA, C.T.; CHARY, N.; S.; ANJANEYULU, Y.; Removal of heavy metals using a plant biomass with reference to environmental control, International Journal of Mineral Processing , v. 68, p. 37 -45, 2003.
CALFA, B. A.; TOREM, M. L. Uso de biomassas em processo combinado biossorção/flotação para remoção de metais pesados. Projeto de Iniciação Científica. Pontifica Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro – RJ, 2007.
LIMA, G. J. A. Uso de polímero natural do quiabo como auxiliar de floculação e filtração em tratamento de água e esgoto. Dissertação de Mestrado, RJ: UEGJ, 2007. 154 p.
KUYUCAK, N.; VOLESKY, B. Biosorbents for recovery of metals from industrial solutions. Biotechnol Left., v.10, n 2, p.137 -142, 2004
VOLESKY, B.; Biosorption of heavy metals, CRC Press, Boca Raton, Florida, 396 p, 2001.
ZOUBOULIS, A.I.; LOUKIDOU, M.X.; MATIS, K.A.; Biosorption of toxic metals from aqueous solutions by bacteria strains isolated from metal-polluted soils, Process Biochemistry, v. 39, p. 909 -916, 2004.