TÍTULO: ANÁLISE DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DOS EXTRATOS ETANÓLICOS DA ESPÉCIE ANACARDIUM OCCIDENTALE NA CAPTURA DE RADICAL LIVRE DPPH POR ESPECTROSCOPIA UV-VIS E CCD
AUTORES: Silva, K.B. (UNEAL) ; Santos, J.A.S. (UNEAL) ; Sena, T.J.O. (UNEAL) ; Santos, A.F. (UNEAL)
RESUMO:O objetivo da pesquisa foi analisar a atividade antioxidante dos extratos etanólicos da A.occidentale por meio de espectroscopia uv-vis e cromatografia em camada delgada (CCD). Foram obtidos os extratos da casca e folha por maceração etanólica, para realização teste de DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazila) com leitura da absorbância no espectrofotômetro uv-vis (teste quantitativo) a 518nm, e o teste de CCD por cromatoplacas (teste qualitativo).Casca e folha apresentaram atividade antioxidante por CCD e em todas as concentrações usadas no teste DPPH onde a casca se destacou com AAO% de 90% na concentração de 25 µg/mL. Portanto, ambos os extratos da A. occidentale apresentaram uma excelente atividade antioxidante nos dois testes, sendo uma fonte de compostos boiativos naturais.
PALAVRAS CHAVES: Antioxidante; Radicais livres; Anarcadium occidentale
INTRODUÇÃO:As plantas vêm sendo ovacionadas como importantes fontes de antioxidantes de origem natural, que podem compreender desde vitaminas, metabolitos secundários, proteínas ou enzimas (BIANCHI et al.,1999). A atividade antioxidante é de grande interesse para indústria farmacêutica, pois esta pode atuar na redução e seqüestro de radicais livres que são capazes de lesar componentes celulares, contribuindo, assim, para o desenvolvimento de várias doenças, como artrites inflamatórias e câncer (MACHADO et al., 2008). A espécie Anacardium occidentale é uma espécie frutífera que tem adquirindo grande importância socioeconômica no Brasil, pois seus frutos são consumidos em sucos e doces, além da espécie apresentar ação farmacológica uma vez que possui atividade antiinflamatória, antidiabética e analgésica (SILVA, 2007). O suco das folhas possui ação antiescorbútica, enquanto as cascas são adstringentes, com ação antidiabética (CHAVES et al.,2010). Além das folhas e cascas apresentarem taninos (SARUBBO, 2007). Diante do imenso interesse e a incessante busca por antioxidante de origem natural para indústria farmacêutica e conseqüentemente da importância farmacológica da espécie Anacardium occidentale a pesquisa teve a finalidade de determinar o teor antioxidante dos extratos etanólicos da folha e casca desta frutífera por meio de espectroscopia uv-vis e cromatografia de camada delgada.
MATERIAL E MÉTODOS:Os extratos etanólicos da folha e casca da A. occidentale foram obtidos através do processo de maceração por 72 horas, seguido de rotaevaporação.Através do método físico-químico de separação, cromatografia, conforme metodologia descrita na literatura, com pequenas modificações (BRAND-WILLIAMS; CUVELIER; BERSET, 1990; SOUSA et al., 2007). Os extratos da espécie A. occidentale (casca e folha) foram separadamente submetidos à dissolução em metanol e hexano, sendo posteriormente aplicados com o auxílio de um capilar na camada de sílica da placa de cromatografia de camada delgado - CCD acima da linha do solvente. As placas foram eluídas na mistura de metanol e hexano (1:1) visando à obtenção das cromatoplacas. Após a secagem, as mesmas foram imersas em uma solução etanólica de DPPH durante 10 segundos, logo após foi visualizado o aparecimento de manchas amareladas no fundo violeta indicando possível atividade antioxidante.A realização da análise do percentual de atividade antioxidante (AAO%) fez uso do reagente DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazila) e também das amostras vegetais que foram diluídas nas concentrações de 50,0; 25,0; 12,5; 5,0; 1,0 e 0,5μg/mL para extratos da folha e 50,0; 37,5; 25,0; 12,5; 7,5 e 5,05μg/mL para extratos da casca, sendo ambas as concentrações em triplicata, onde para cada 2,5 mL de cada amostra foi adicionada 1 mL de solução etanólica do DPPH 0,3µM e incubados por 30 minutos à temperatura ambiente e ao abrigo da luz. Decorrido o tempo foram feitas as leitura da absorbância em um espectrofotômetro UV-VIS a 518nm.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:Foi observado que na análise de CCD a espécie A. occidentale (casca e folha) apresentou um resultado positivo, uma vez que foram observadas manchas amareladas no fundo de coloração violeta da placa de sílica o que indica atividade antioxidante, ou seja, o radical DPPH• perdeu sua coloração na presença da substância com potencial antioxidante. Também foram observados através do monitoramento da leitura das absorbâncias das amostras da espécie A. occidentale (casca e folha) por meio do teste DPPH a capacidade antioxidante que as amostras têm em inibir este radical. Os extratos (casca e folha) da planta A. occidentale apresentaram atividade antioxidante em todas as concentrações trabalhadas, sendo que o extrato vegetal da casca se destacou por apresentar um resultado de AAO% acima de 90% nas concentrações de 50,0 μg/mL (AAO% 93, 732); 37,5 μg/mL (AAO% 94,322) e 25,0 μg/mL (AAO% 92,920), já a folha apresentou resultados de (AAO%) acima de 40% nas concentrações de 25 μg/mL(AAO% 40,041) e 50 μg/mL(AAO% 60,565) foi possível observar que a A. occidentale apresentou uma atividade antioxidante elevada e mais significativa, comparado a espécie Terminália brasiliensis na qual sua casca obteve (AAO%) entre 40% e 50% na concentração de 25 μg/mL e (AAO%) entre 70% e 80% na concentração de 50 μg/mL, enquanto que a folha apresentou (AAO%) entre 25% e 35% na concentração de 25 μg/mL e (AAO%) entre 45% e 55 % na concentração de 50 μg/mL e também a espécie Cenostigma macrophyllum na qual a folha apresentou (AAO%) entre 20% e 30% na concentração de 25μg/mL e (AAO%) entre 30% e 40% na concentração de 50 μg/mL, resultados estes já descritos na literatura.
CONCLUSÕES:A presente pesquisa concluiu que ambos os extratos da Anacardium occidentale (casca e folha), apresentaram atividade antioxidante pelo método de DPPH quantitativo e qualitativo (CCD). Ambos os extratos etanólicos demonstraram um potencial antioxidante significativo e representam uma fonte essencial de compostos bioativos naturais.
AGRADECIMENTOS: A Universidade Estadual de Alagoas-UNEAL.
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