TÍTULO: RENDIMENTO DA EXTRAÇÃO HEXÂNICA E ETANÓLICA DO ÓLEO DA SEMENTE DE ANDIROBA (Carapa Guianensis Aublet) VIA SOXHLET

AUTORES: Farias, E.S. (IFRR/UFRR) ; Melo Filho, A.A. (UFRR) ; Sousa, R.C.P. (EMBRAPA)

RESUMO:A andiroba (Carapa Guianensis Aublet.) é uma das espécies com grande potencial de exploração madeireira e principalmente não madeireira na Amazônia por causa de seu óleo que é extraído da semente, possui propriedades medicinais com potência comercial e se destaca entre os óleos tradicionais no norte do país. Em Roraima, as áreas com maior ocorrência localizam-se no sul do Estado, onde foram coletada as amostras. A finalidade deste estudo é o rendimento da extração do óleo das sementes de andiroba em um extrator soxhlet por meio de dois tipos de solventes, sendo um apolar e outro polar.

PALAVRAS CHAVES: SEMENTE; ANDIROBA; SOLVENTE

INTRODUÇÃO:A árvore da andiroba pertence à família Meliácea, é considerada uma árvore de grande porte, que chega a atingir 30 metros de altura. O fuste (parte que vai do solo aos primeiros galhos) é cilíndrico e reto. A casca é grossa, tem sabor amargo e desprende-se facilmente em grandes placas (FERRAZ et al., 2002). Copa de tamanho média e bastante ramosa. A inflorescência é uma panícula (espécie de cacho). As flores têm cor creme e o fruto é uma cápsula que se abre quando cai no chão, liberando de quatro a seis sementes. Floresce de agosto a outubro na Amazônia e frutifica de janeiro a maio. Porém, há muitas variações dependendo da região (CLAY et al, 2000). O óleo da andiroba, extraído das sementes, tem demanda internacional e é utilizado para a iluminação, na confecção de sabão e velas, na indústria de cosméticos e na medicina popular, apresentando funções cicatrizantes, anti-inflamatórias, anti-helmínticas e inseticida. O chá da casca e das folhas é utilizado como remédio para combater infecções e no tratamento de doenças da pele (TONINI, 2009). Em Roraima, as áreas com maior ocorrência de andiroba localizam-se no sul do Estado, nos municípios de São João da Baliza, Caroebe e Rorainópolis. Nesses municípios, apesar de existirem localidades onde a andiroba ocorre em grande densidade, a coleta e a extração do óleo são praticamente inexistente, feita de forma artesanal, quase que exclusivamente para o consumo doméstico. Nesse trabalho avalia-se o rendimento da extração hexânica e etanólica das sementes de andiroba em laboratório.

MATERIAL E MÉTODOS:As sementes foram coletadas em uma população nativa de andirobas localizada no município de São João da Baliza/RR em época de produção dos frutos. As amostras foram pré-secas em uma estufa com circulação de ar a 55ºC por 48 horas, separada as amêndoas para preparação sendo moídas em um moinho de facas e secas em estufa a 105 ºC até peso constante (IAL, 2005), submetida a extração utilizando um extrator tipo soxhlet, por manter uma passagem contínua de solvente através da amostra sólida permanecendo em contato direto com o solvente e aproveitando o refluxo do sistema, usando hexano e etanol, ambos PA, durante 3 horas para cada tipo de solvente em triplicata. O solvente foi recuperado em um rotaevaporador.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:Nesse trabalho avalia-se o rendimento da extração hexânica e etanólica das amostras de andiroba, pois o hexano tem sido usado com mais frequência nos processos de extração em laboratório, por ser seletivo aos compostos apolares, possuir baixo PE (65-70ºC) e baixo calor latente de ebulição, entretanto é derivado do petróleo, possui alta inflamabilidade, explosividade e toxidez, enquanto o etanol apesar de apresentar pequena polaridade e extrair compostos polares, se mostra como uma alternativa devido ser proveniente de fonte renovável, biodegradável e não tóxico, apesar de possuir maior PE (78ºC) em relação ao hexano. Em triplicatas obtiveram-se as seguintes médias de resultados: para hexano rendimento de 66,25% enquanto 30,23% para etanol (Figura 1). Os óleos extraídos das sementes de andiroba obtiveram uma coloração amarelo claro com o hexano e amarelo escuro com o etanol, como se pode observar na Figura 2.

ÓLEOS DE ANDIROBA

Extração de óleo de andiroba em triplicata com hexano e etanol, respectivamente.

Rendimento da extração por solvente



CONCLUSÕES:O solvente que apresentou maior rendimento em aparelho soxhlet foi o hexano com rendimento de 66,25% enquanto o etanol apresentou 30,23%, mostrando a eficácia do hexano para obtenção de óleos, por este motivo sendo o solvente mais empregado para este tipo de extração em laboratório.

AGRADECIMENTOS: Agradeço a DEUS, UFRR, EMBRAPA-RR, CNPq pelo fomento à pesquisa e a todos os amigos que colaboraram conosco na realização deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:CLAY, J.W; SAMPAIO, P.T.B.; CLEMENT, C.R. 2000. Biodiversidade amazônica: exemplos e estratégias de utilização. 1º ed. Manaus: Programa de Desenvolvimento Empresarial e Tecnológico.
FERRAZ, I.D.K; CAMARGO, J.L.C.; SAMPAIO, P.T.B. 2002. Sementes e Plântulas de andiroba (Carapa guianensis Aubl. e Carapa procera D.C.): Aspectos botânicos, ecológicos e tecnológicos. Acta Amazonica, 32(4): 647-661.
IAL. Instituto Adolfo Lutz: Métodos físicos para analise de alimentos. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
TONINI, H; COSTA, P; KAMISKI, P.E. 2009. Estrutura, distribuição espacial e produção de sementes de andiroba (Carapa Guianensis Aubl.) No sul do Estado de Roraima. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 19, n. 3, p. 247-255.