TÍTULO: EMPREGO DA ESPONJA NATURAL COMO BIOADSORVENTE PARA A REMOÇÃO DE PARACETAMOL EM ÁGUAS

AUTORES: GALAZZI, R.M. (IFES) ; PIERO, P.B.D (IFES) ; BALTHAZAR, D.C. (UFES) ; BELISÁRIO, M (UFES) ; RIBEIRO, J.N. (UFES) ; FLORES, A.V (IFES)

RESUMO: Avaliou-se a esponja natural Luffa cylindrica como bioadsorvente para a remoção de paracetamol em águas de abastecimento. Realizou-se a otimização dos parâmetros pH, tempo de agitação, massa do adsorvente e concentração da solução de Paracetamol, a fim de se obter uma maior remoção desse fármaco, bem como a capacidade máxima adsortiva (CMA) da esponja natural. Os melhores parâmetros obtidos foram pH 7, tempo de agitação 5 minutos, massa do adsorvente 1 g e concentração da solução de Paracetamol 80 microM. A CMA da esponja natural foi de 0,116 mg/g. Considerando que a concentração de Paracetamol em águas de abastecimento encontra-se na ordem de microg/L, a esponja natural apresenta-se como uma alternativa viável no tratamento de efluentes contaminados com paracetamol.

PALAVRAS CHAVES: esponja natural, paracetamol, águas de abastecimento

INTRODUÇÃO: A falta de consciência por parte da população com o meio ambiente vem ocasionando uma grande degradação dos recursos hídricos. Muitos fármacos são constantemente detectados em lençóis freáticos, estações de tratamento de efluentes e águas de abastecimento (WILLIAMS et al., 2006). O paracetamol, um analgésico, amplamente utilizado e detectado em ambientes aquáticos, em humanos pode causar lesões hepáticas, nefrotoxicidade, complicações gastrintestinais, hepatites e até a morte (OLALEYE & ROCHA, 2008). Devido a isso, faz-se extremamente necessário o desenvolvimento de uma metodologia eficaz para a remoção deste contaminante. A adsorção apresenta-se como um processo eficiente e economicamente viável (RAMESH et al, 2005), principalmente quando se utiliza biomassas (bioadsorventes). Os bioadsorventes contribuem para minimizar impactos ambientais ocasionados pela disposição inadequada de resíduos, uma vez que este material que seria descartado passa a ter uma utilização. A esponja natural Luffa cylindrica é abundante no Brasil e possui um baixo custo. Neste trabalho, utilizou-se essa esponja natural como bioadsorvente para a remoção de Paracetamol em águas de abastecimento.



MATERIAL E MÉTODOS: Empregou-se a esponja natural como material adsortivo. Após a obtenção deste material, o mesmo passou por processos de lavagem, secagem em estufa a 60°C, trituração, sendo peneirado em tamiz com diâmetro menor ou igual a 4,76 mm. Em seguida, armazenou-se o adsorvente em recipientes hermeticamente fechados. As análises foram realizadas em espectrofotômetro UV/Vis e em triplicata. Foram otimizadas as variáveis pH (4, 7 e 10), tempo de agitação (1, 5, 10, 20, 30 e 40 minutos), massa do adsorvente (0,5; 1; 1,5; 2 e 2,5 g) e concentração da solução de Paracetamol (1, 5, 20, 40, 60, 80 e 100 mM). Tais parâmetros foram otimizados para a construção da isoterma de adsorção do Paracetamol pela esponja natural empregando o modelo matemático de Langmuir, a fim de se obter a capacidade máxima adsortiva da esponja natural.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Todas as leituras dos experimentos foram realizadas em 250 nm.. Otimização do pH: A melhor adsorção de Paracetamol pela esponja natural ocorreu nos pHs 7 e 10. Considerando que este trabalho visa à remoção do Paracetamol em estações de tratamento de água, em que a faixa de pH permitida encontra-se entre 6-8, optou-se em realizar os experimentos em pH 7. Otimização do tempo de agitação: O melhor resultado ocorreu no tempo de agitação de 5 minutos. Otimização da massa do adsorvente: Para massas superiores a 1,0 g, a porcentagem de adsorção é praticamente constante. Dessa forma, optou-se por utilizar 1,0 g de esponja natural nos experimentos, pois, assim, diminui-se a quantidade de resíduos gerados. Construção da Isoterma: A isoterma de adsorção de Paracetamol (Gráfico 1) foi construída seguindo o modelo matemático de Langmuir, utilizando-se os dados obtidos na otimização da concentração da solução de paracetamol. Linearizando-se a Isoterma de Langmuir, Gráfico 2, determinou-se a capacidade máxima adsortiva da esponja natural, ou seja, a quantidade máxima adsorvida de Paracetamol por um grama do adsorvente que foi de 0,116 mg/g.





CONCLUSÕES: Considerando que a concentração de Paracetamol presente em águas de abastecimento, encontra-se na ordem de µg/L, a esponja natural apresentou uma capacidade máxima adsortiva relevante (0,116 mg/g). Tal fato, aliado ao baixo custo deste bioadsorvente, torna promissora a sua utilização em estações de tratamento de água e motiva a continuidade dos estudos.



AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao IFES, à FUNCEFETES, CNPq e FACITEC pelo apoio financeiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: OLALEYE M T, ROCHA B T J. Acetaminophen-induced liver damage in mice: Effects of some medicinal plants on the oxidative defense system. Experimental and Toxicologic Pathology, v.59, p. 319–327, 2008.

RAMESH, A. et al. Thermodynamic parameters for adsorption equilibrium of heavy metals and dyes from wastewater with low-cost adsorbents. Journal of Colloid and Interface Science 291, p.588-592, 2005.

WILLIAMS, M. et al. Can aquatic distribution of human pharmaceuticals be related to pharmacological data? Chemosphere 65, p.2253–2259, 2006.



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