SABÃO OLIMPINHO: CONSCIENTIZANDO UMA COMUNIDADE LOCAL SOBRE SUSTENTABILIDADE




Área

Gestão ambiental

Autores

Amorim, V.L. (UFOPA) ; Silva, L.L.C. (UFOPA) ; Silva, M.F. (UFOPA) ; Azevedo, C.D.P. (UFOPA) ; Silva, G.A.S. (EM) ; Silva, A.O. (UFOPA)

Resumo

O descarte indevido do óleo residual de frituras é uma questão ambiental muito discutida, pois pode causar danos ao meio ambiente. Uma ação simples para minimizar o impacto ambiental é a produção de sabão artesanal. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo realizar a conscientização de uma comunidade local situada no município de Juruti-PA acerca de sustentabilidade e preservação do meio ambiente, mediante uma atividade participativa para produção de sabão artesanal a partir do óleo de cozinha residual.

Palavras chaves

Sabão; Gestão Ambiental; Sustentabilidade

Introdução

O preparo do sabão é um processo realizado desde os primórdios. Este processo nada mais é que uma reação de saponificação, utilizando-se ácido graxo (óleo) e hidróxido de sódio (soda cáustica) como reagentes. O óleo de cozinha usado pode servir como matéria-prima na fabricação de diversos produtos, dentre eles a produção de sabão. O descarte indevido do óleo residual de frituras é uma questão ambiental muito discutida, pois pode causar danos ao meio ambiente. Uma maneira de evitar tais danos, seja pela contaminação de solos, rios e igarapés é a conscientização da população através da educação ambiental. Segundo Carvalho (2006 apud ROSSATO e NETO, 2014), a educação ambiental é concebida inicialmente como preocupação dos movimentos ecológicos, com a prática de conscientização capaz de chamar a atenção para a finitude e má distribuição do acesso aos recursos naturais, além de envolver os cidadãos em ações socioambientais apropriadas. Um fator relevante é que o município de Juruti está situado a beira do Rio Amazonas e apresenta inúmeros igarapés, e o descarte incorreto de óleo residual pode gerar impactos ambientais. A educação ambiental é primordial em todos os níveis de ensino, e ainda, os ganhos, tanto ambientais (minimização do impacto ambiental), quanto econômicos (retorno do óleo de residual de fritura na cadeia produtiva), e social (inserção de pessoas nessa cadeia produtiva), são argumentos irrefutáveis quando se defende o controle sobre o manejo desse resíduo e serve de base para a propositura de um modelo de gestão de resíduos sólidos. (SILVA, 2013). Diante disto, o presente trabalho tem como objetivo conscientizar uma comunidade local e ensinar a produção de sabão artesanal para uso próprio ou comercialização.

Material e métodos

A Atividade foi realizada na comunidade Mariá situada no município de Juruti, localizado no extremo Oeste do Estado do Pará, na região do Baixo Amazonas. Inicialmente realizou uma pré-inscrição na comunidade para averiguar o quantitativo de pessoas interessadas em participar da oficina de produção de sabão a partir do óleo residual. Como metodologia, realizamos uma atividade participativa, em que todos os envolvidos fabricaram o sabão em barra pelo método a frio. As atividades foram organizadas e orientadas por duas discentes do curso de Agronomia da Universidade Federal do Oeste do Pará e um aluno de ensino médio. Para as medidas de óleo e soda cáustica elaborou-se um Kit de proporção óleo/soda caustica a partir de garrafa PET. O óleo residual utilizado foi proveniente do ponto de coleta situado no Campus da UFOPA-JURUTI.

Resultado e discussão

Todo o processo na elaboração do sabão artesanal levou-se em consideração uma comunidade carente, onde os recursos são limitados. Para esta atividade um total de 07 participantes compareceram no centro comunitário para a oficina de sabão. No primeiro momento a equipe apresentou o propósito da oficina de produção de sabão a partir do óleo residual, enfatizando os impactos ambientais pelo descarte incorreto, e ainda, a importância de praticar uma ação de sustentabilidade produzindo sabão, seja para uso próprio ou comercialização. No segundo momento, a equipe realizou as instruções dos cuidados necessários para manuseio da soda cáustica, através do uso de avental, luva e máscara. No terceiro momento, distribui-se aos participantes um Kit de proporção óleo/soda cáustica. A partir do Kit dosador de soda cáustica, cada participante utilizando-se de um balde plástico dissolveu a soda cáustica em água, em seguida adicionou o óleo previamente coado no dosador de óleo (Foto 01). Em seguida realizou a homogeneização com uma colher de madeira durante 30-40 minutos (Foto 02). Durante o processo, as participantes observaram a mudança da consistência líquida para uma consistência pastosa. A mistura resultante foi acondicionada em caixas de sapato para secagem. Orientou-se os participantes que esperasse um período mínimo de 3 a 7 dias para o corte. Ao término da atividade foi entregue aos participantes um folder contendo informações de conscientização ambiental e a receita do sabão realizado durante a oficina. Pequenas amostras do “Sabão Olimpinho” produzidas pelas discentes da UFOPA foram distribuídas como demonstrativo de como ficaria o sabão após o período de secagem, e também como forma de incentivo ao empreendedorismo visando uma fonte geradora de renda.

Uso do Kit dosador

Participantes usando o Kit dosador proporção óleo/soda cáustica.

Produção do sabão

Participantes homogeneizando a mistura óleo/soda cáustica

Conclusões

A produção de sabão artesanal é um dos processos mais utilizados para reaproveitamento do óleo residual de frituras. A atividade realizada na Comunidade Mariá apresentou boa aceitação e propiciou aos participantes o conhecimento de uma ação simples para minimizar o impacto ambiental que o descarte indevido de óleo residual pode causar. Desta forma, conscientizar e promover o desenvolvimento sustentável é a base para a mudança de comportamento de uma comunidade.

Agradecimentos

Ao Comitê Gestor dos Programas Institucionais- CGPrits À PROPPIT

Referências

ROSSATO, I. F.; NETO, V. N. S. Trabalho de Educação Ambiental para conscientizar sobre a importância da reciclagem para preservação do meio ambiente. R. gest. Sust. Ambiente, v. 3, n. 1, 2014.

SILVA, A. M. N. Gestão do óleo vegetal residual de fritura visando a sustentabilidade. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) - Universidade Federal de Sergipe, 2013.

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