Prospecção fitoquímica em extrato metanólico das folhas da romanzeira, Punica granatum L.

ÁREA

Química de Produtos Naturais


Autores

Benedito, P.D.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Freitas, J.V.O. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Santos, I.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Costa Aguiar, G. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Silva, V.E.T. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Liberato, M.C.T.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)


RESUMO

As plantas medicinais são recursos utilizados pelos homens há milênios, e com o aumento do uso dessa técnica é, cada vez mais, necessário o estudo de plantas medicinais. Entre elas, a romã, que possui diversas propriedades para a manutenção do corpo humano. Com isso, o presente trabalho teve o objetivo de identificar os diferentes metabólitos secundários produzidos na planta que garantem tais propriedades. Dessa forma, foi identificado uma grande quantidade de fenóis e taninos que estão ligados diretamente à questão antioxidante nos organismos humanos.


Palavras Chaves

romã; fitoquímicos; metabólitos

Introdução

Segundo Rocha e Saraiva et al. (2015), há indícios de pelo menos 60.000 anos A.C. sobre a utilização de plantas medicinais para o aumento do benefício e qualidade de vida do homem em sociedade. Uma das plantas com propriedades medicinais brasileiras mais utilizadas é a romã, Punica granatum Linn. Utilizada para manutenção da qualidade de vida humana devido a suas propriedades anti-inflamatórias (FREITAS et al., 2015) e antifúngicas (ROCHA et al., 2023) Tais propriedades são adquiridas devido aos metabólitos secundários gerados nas diversas reações metabólicas do organismo da planta. Esses, são classificados de acordo com sua formação e seus precursores biossintéticos derivados principalmente do ácido chiquímico e da acetil-CoA (Morais e Vieira, 2018). Devido a isso, é notório a necessidade de catalogar e estudar as diversas substâncias fitoquímicas que compõem as plantas e que podem ser usadas na medicina natural. Dessa forma, o presente trabalho buscou prospectar os metabólitos secundários de extratos etanólicos das folhas da romanzeira, Punica granatum Linn.


Material e métodos

As amostras foram coletadas manualmente, higienizadas com uma solução de NaClO a 5%, secas em uma estufa por 7 dias a 60 °C, maceradas e pesadas. Assim, numa proporção 1:8, transferi 25 gramas da amostra seca para um béquer com 200 mL de Metanol para a extração. Passaram-se 7 dias em extração, e a solução foi filtrada e reduzida em uma rota evaporadora para evaporar o excesso de solvente. Dessa forma, restando apenas o extrato das folhas da romã. Baseado na metodologia indicada por Matos (2009), foram feitos os testes fitoquímicos. Os testes foram divididos em dois grandes grupos. Para o primeiro, foram diluídos 20 mg do extrato seco em 20 mL de álcool metílico, essa amostra foi dividida em 9 tubos de ensaio e feitos 6 testes. Teste para Fenóis e Taninos: Em um dos tubos de ensaio com amostra é adicionado 3 gotas de uma solução alcoólica de FeCl3 à 10% e observado se houve a formação de precipitado ou mudança de cor, indicativo positivo. Teste para Antocianinas, Antocianidinas e Flavonóides: Foi pego 3 tubos de ensaio com amostra, onde um foi acidificado com HCl 0,1 M e os outros dois basificados, com NaOH 0,1 M, em diferentes faixas de pH. Assim, foi observado se houve mudança de cores, indicativo positivo. Teste para Leucoantocianidinas, Catequinas e Flavonas: Foi pego dois tubos de ensaio com amostra, um deles foi acidificado com HCl 0,1 M e o outro basificado com NaOH 0,1 M, e aquecidos em chama e observado se ocorreu mudança de coloração em comparação com os tubos do teste anterior para resultado positivo. Teste para Flavonóis, Flavanonas, Flavanonóis e Xantonas: Foi adicionado, em um dos tubos de ensaio com amostra, um pedaço de magnésio metálico e 1 mL de HCl concentrado. Em seguida, observado se houve mudança de coloração, indicativo positivo.


Resultado e discussão

Foi observado a presença de Taninos condensáveis, Flavonoides o que corrobora com os resultados de Oliveira et al., (2017), a qual fez o mesmo estudo, porém utilizando cromatografia de camada delgada. Essas diferenças se devem, principalmente, pelas diferenças na região e no ambiente que a planta está inserida (Chaves, 2012).

tabela 1: resultado da prospecção fitoquímica

resultados da prospecção fitoquímica

Conclusões

Com isso, foi possível notar que a romã, mesmo com diferenças devido às questões ambientais em que a mesma está inserida, tem presença de fenóis e taninos, compostos que estão ligados à anti oxidação das células


Agradecimentos

Os autores agradecem à Universidade Estadual do Ceará pelo espaço para realização deste trabalho e ao Laboratório de Química dos Produtos Naturais - LQPN, pelo auxílio nos testes


Referências

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CHAVES, T.P. Variação sazonal na produção de metabólitos secundários e na atividade antimicrobiana de espécies vegetais do semiárido brasileiro. 2012. 78 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia Ambiental) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2012.

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