CARACTERIZAÇÃO FÍSICO QUÍMICA DE NANOPARTÍCULAS DE PRÓPOLIS

ÁREA

Química de Produtos Naturais


Autores

Guanabara Oselame, V. (UNIPLAC) ; Schmitt Vieira, Y.G. (UNIPLAC) ; Ribeiro da Silva, L. (UNIPLAC) ; Pereira, A. (UNIPLAC) ; Maciél, R. (UNIPLAC) ; Ramos Nunes, M. (IFSC) ; Viapiana Masiero, A. (THE UNIVERSITY OF IOWA) ; Gonçalves da Rosa, C. (UNIPLAC)


RESUMO

O objetivo deste estudo foi promover o carregamento da própolis em matrizes de zeína pela técnica de nanoencapsulação por nanoprecipitação e avaliar o tamanho médio de partícula, índice de polidispersão e potencial zeta. As nanocápsulas apresentaram tamanho médio de partícula 132,6 ± 0,3 nm, índice de polidispersão (IP) de 0,280 ± 0,007 e, potencial zeta de 38,2 ± 1,7 mV. A nanoencapsulação da propolis é uma estratégia promissora para melhorar a biodisponibilidade e eficácia terapêutica desse composto.


Palavras Chaves

Nanotecnologia; Propolis; Compostos bioativos

Introdução

A própolis é um produto resinoso produzido pelas abelhas a partir de resinas de vegetais exsudatos de plantas. As composições de própolis são cera, resina, bálsamo, e metabolitos secundários e primários como aminoácidos, vitaminas, óleos essenciais, fenólicos, terpenóides, taninos e, às vezes, alcalóides ( HUANG et al., 2014; SALATINO; SALATINO; NEGRI, 2021). Acredita-se que os principais compostos bioativos da própolis sejam relacionados ao conteúdo de metabólitos secundários da planta, como fenólicos e terpenóides (ZULHENDRI, 2021). Este composto apresenta volatilidade e instabilidade química quando submetidos a diferentes condições de temperatura, luz e oxigênio. Uma alternativa para prolongar e preservar suas características intrínsecas é a encapsulação, ou seja é o carregamento desses compostos em matrizes poliméricas, preservando sua estabilidade química e promovendo sua liberação controlada. As nanopartículas poliméricas podem ser obtidas pela técnica de encapsulação. A tecnologia de encapsulação consiste no carregamento de compostos biologicamente ativos em matrizes poliméricas naturais mantendo sua estabilidade físico-química e biológica além de promover a liberação no local e na taxa desejados. Substâncias com propriedades antimicrobianas, como própolis (AHANGARI; NASERI; VATANDOOST, 2018) podem ser comumente carregadas em matrizes poliméricas para a obtenção de nanopartículas poliméricas para futuras aplicações biomédicas. O objetivo deste estudo foi promover o carregamento da própolis em matrizes de zeína pela técnica de nanoencapsulação por nanoprecipitação e avaliar as propriedades físico-químicas como o tamanho médio de partícula, índice de polidispersão e potencial zeta.


Material e métodos

As nanocápsulas de zeína carregadas com propolis foram preparadas pelo método de nanoprecipitação em triplicata (n=3) conforme metodologia descrita por da Rosa et al. 2020. Primeiramente foi preparada uma solução, denominada de fase orgânica composta pela zeína (20mg/mL), propolis (200 mg) em 10 mL de etanol a 85%. Posteriormente a fase orgânica foi vertida em uma solução denominada de fase aquosa, contendo o surfactante Pluronic (1,5% m/v) sob agitação constante as 10.000 rpm, em homogeneizador por 3 min. A formação das nanocápsulas ocorreu por nanoprecipitação quando as duas fases entraram em contato entre si. Essa dispersão de nanocápsulas foi levada à capela sob agitação magnética para a completa evaporação do solvente orgânico. Amostra controle foi sintetizada sem a presença da propolis. Para comprovar a nanoencapsulação foram realizadas a caracterização físico-quimica das nanocápsulas pela determinação do tamanho da partícula (nm), índice de polidispersão e potencial zeta (mV) por meio da técnica de espalhamento de luz dinâmico (DLS). As amostras de nanocápsulas de zeína carregadas com própolis e amostra controle foram diluídas apropriadamente com água filtrada Milli-Q ®, e as medições serão realizadas a 25 °C a um ângulo de 173° em triplicata (n=3). Para as medições, as amostras foram colocadas em célula de eletroforese.


Resultado e discussão

As nanocápsulas apresentaram tamanho médio de partícula 132,6 ± 0,3 nm, índice de polidispersão (IP) de 0,280 ± 0,007 e, potencial zeta de 38,2 ± 1,7 mV. Valores reduzidos de diâmetro de partícula, em torno de 150 nm são fundamentais para a absorção e distribuição in vivo das suspensões. Resultados de IP abaixo de 0,3 revelam uma distribuição estreita de tamanho, e uma boa homogeneidade das nanocápsulas. Resultados de potencial zeta maiores do que ± 30 mV indicam partículas carregadas, proporcionando dispersões estáveis devido à repulsão eletrostática imposta pelas cargas.

Conclusões

A nanoencapsulação da propolis é uma estratégia promissora para melhorar a biodisponibilidade e eficácia terapêutica desse composto.


Agradecimentos

Aos editais da FAPESC (CP 12/2020 Nº Termo de Outorga: 2021TR001430 e CP 15/2021- ACAFE - Nº Termo de Outorga: 2021TR001220) e do Programa Uniedu (Bolsa de Iniciação Científica UNIEDU- Art. 170) pelo auxílio financeiro.


Referências

da ROSA, C. G. et al. Application in situ of zein nanocapsules loaded with Origanum vulgare Linneus and Thymus vulgaris as a preservative in bread. Food Hydrocolloids, v. 99, p. 105339, 2020.
NUNES, M. R. et al. Zein Nanoparticles: Bioactive Compounds and Controlled Delivery. In: Sougata Jana; Subrata Jana. (Org.). Nanoengineering of Biomaterials Drug Delivery & Biomedical Applications. 1ed.: John Wiley & Sons, v. 2. p. 411-436, 2022.
SALATINO, A.; SALATINO, M. L. F.; NEGRI, G. How diverse is the chemistry and plant origin of Brazilian propolis? Apidologie, vol. 52, p. 1075–1097, 2021. .
ZULHENDRI, F. et al. Propolis in metabolic syndrome and its associated chronic diseases: A narrative review. Antioxidants, vol. 10, p. 1–20, 2021.

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