Estudo da toxicidade do extrato de sementes de Jambo Vermelho (Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M.Perry) e composição molecular FTIR.

ÁREA

Química de Produtos Naturais


Autores

Cavalcante, L. (UECE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Almeida, R. (UECE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Teixeira, D. (UECE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Oliveira, A. (UFAL/ARAPIRACA) ; Nascimento, N. (UECE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Chaves, V. (UECE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Tavares, C. (UECE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Oliveira, M. (UECE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)


RESUMO

O estudo examina a composição química da fruta jambo vermelho, com ênfase em seus metabólitos secundários e resultados positivos em testes antioxidantes. Além disso, investiga as características físicas das sementes, observando o aumento do tamanho à medida que o fruto amadurece. Fatores como localização geográfica e condições climáticas influenciam seu desenvolvimento, sendo que um solo jovem e rico em matéria orgânica na região costeira favorece o crescimento saudável. Avaliação preliminar de toxicidade com Artemia salina indica segurança para consumo. Análises espectroscópicas (FTIR) foram conduzidas na semente triturada e no extrato etanólico em pó, submetido a tratamento térmico antes da medida por FTIR. Isso oferece insights sobre a estrutura molecular da fruta.


Palavras Chaves

Jambo vermelho; Composição Química; Toxicidade

Introdução

O jambo vermelho (Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M. Perry), originário da Ásia, é encontrado nas regiões litorâneas do Sul do Brasil e adapta-se bem ao clima local (CRUZ; KAPLAN, 2004; FARIA; MARQUES; MERCADANTE, 2011). A colheita ocorre entre janeiro e maio, resultando em alta produção, mas o fruto tem vida útil limitada e seu aproveitamento ainda é pouco diversificado (ARAÚJO, 2010; SOBRAL, 2015). Utilizado in natura ou transformado em diversos produtos, o jambo vermelho possui baixo teor de lipídios e proteínas, porém é rico em minerais, vitaminas, compostos bioativos como carotenóides e antocianinas, e fibras alimentares, especialmente nas regiões Nordeste e Sudeste (ARAÚJO, 2010; AUGUSTA et al., 2010). Ainda assim, estudos específicos sobre a composição nutricional e os minerais na Região Sul são limitados. O jambo também apresenta potenciais benefícios à saúde, incluindo melhorias em distúrbios gastrintestinais, Diabetes Tipo 2 e processos inflamatórios dérmicos. Observou-se até mesmo a redução dos níveis de ácido úrico através da inibição da enzima xantina oxidase (BATISTA et al., 2016; NUNES et al., 2016).Dado o crescente interesse no jambo, especialmente pela variedade de seus componentes, são necessárias mais pesquisas para explorar sua nutrição, funcionalidade, efeitos benéficos à saúde e aplicações industriais. O fruto foi avaliado quanto a sua caracterização nutricional, propriedades antioxidantes, compostos fenólicos e toxicidade preliminar, com o objetivo de melhorar a qualidade da alimentação da população e enriquecer o conhecimento científico, incentivando sua produção por pequenos agricultores.


Material e métodos

ENSAIO DE TOXICIDADE PRELIMINAR FRENTE ARTEMIA SALINA A avaliação da toxicidade frente a Artemia salina foi realizada segundo metodologia MCLAUGHLIN, J.L 1991. A solução salina foi preparada com Preparação água salina para 1 Litro, NaCl: 15,153g, MgCl2: 1,398g, CaCl2: 0,652g, KCl: 0,414g, MgSO4: 1,888g, NaHCO3: 0,116g. Os ovos de Artemia salina (200 mg/ 400mL). Após a eclosão das artêmias são preparada as concentrações, onde será pesado 20mg da amostra e diluído em 0,5mL de DMSO e 1,5mL de H2O salina e a partir dessa solução mãe (10.000 ppm) será realizado diluições seriadas para a obtenção das concentrações desejadas. O controle positivo é feito da mesma forma que as amostras e é utilizado o Dicromato de Potássio (K2Cr2O7). Espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier As medidas de espectroscopia no infravermelho foram realizadas no laboratório do departamento de química da Universidade Federal de Alagoas Campus Arapiraca. Utilizando o espectrofotômetro FTIR SPECTRUM 2000 da Perkin Elmer, com resolução de 4 cm-1 na região característica do espectro na região do infravermelho correspondente aos números de onda da faixa entre 4000 400 cm-1. Os espectros foram obtidos para a amostra da semente de jambo triturada(pó fino), e para o extrato etanólico na forma em pó. Antes das medidas por Ftir o extrato passou por processo de tratamento térmico numa temperatura de 55oC/24h, seguido por 100oC/ 1h, e por 150oC/1h, processo utilizado para a secagem.


Resultado e discussão

Em estudos prévios, mostraram a maior composição quando avaliados no ensaio fitoquímico, apresentando maior concentração de metabólitos secundários, com base nisso, podemos afirmar que por conta de seus metabólitos secundários presentes e seus resultados elevados nos testes antioxidantes. Com base nisso, foi feito um estudo sobre as funções orgânicas presentes no extrato etanólico das sementes de jambo. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE PRELIMINAR FRENTE A ARTEMIA SALINA Os resultados encontrados sugerem que o jambo vermelho não apresenta toxicidade preliminar frente a Artemia salina, tornando a fruta segura para consumo. A Tabela 1 apresenta o número dos crustáceos mortos e a CL50 calculada pelo teste estatístico Probitos, sendo que além das frações das sementes. Foi possível verificar que nenhuma das frações do jambo vermelho foi considerada tóxica, pois de acordo com Meyer et al. (1982) para ser tóxico seria necessário que as análises apresentassem valor de concentração letal (CL50) inferior a 1000 µg/mL. A CL50 diz respeito à dose necessária para uma substância matar 50% de uma população em teste, no caso do estudo, o microcrustáceo. Espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier O infravermelho (FTIR) é uma técnica espectroscópica que analisa a absorção de radiação infravermelha por uma substância, fornecendo informações sobre suas características moleculares e estruturais. Isso pode incluir a identificação de grupos funcionais, ligações químicas e outras propriedades moleculares. Como base no gráfico podemos observar que no picos de O-H álcoois, fenóis 3610-3670 cm-1 (concentrando as amostras alarga-se a banda e a move para 3200-3400 cm-1),C-O álcoois primários 1050±10 cm-1.

Tabela 1: Resultados preliminar frente a Artemia salina.



Grafico 1: Infravelho do extrato etanolico das sementes de jambo verme



Conclusões

O estudo proporciona uma visão completa da composição, características físicas, segurança alimentar e análises espectroscópicas do jambo vermelho. Essas conclusões contribuem para um entendimento mais sólido das potenciais aplicações dessa fruta, sua segurança para consumo humano e seu valor como recurso natural.


Agradecimentos

Agradecer a minha orientadora Micheline Soares Costa Oliveira por ter sempre me orientando incentivando, ao laboratório de química dos produtos naturais e ao programa de bolsas de ic uece.


Referências

ARAÚJO, Luciares Costa de. "Otimização da desidratação osmótica do jambo-vermelho (Syzygium malaccense)." (2009).

Augusta, Ivanilda Maria, et al. "Caracterização física e química da casca e polpa de jambo vermelho (Syzygium malaccensis,(L.) Merryl & Perry)." Food Science and Technology 30 (2010): 928-932.

Batista, Ângela Giovana, et al. "Red-jambo (Syzygium malaccense): Bioactive compounds in fruits and leaves." LWT-Food science and technology 76 (2017): 284-291.

Cruz, Ana Valéria de M., and Maria Auxiliadora C. Kaplan. "Uso medicinal de espécies das famílias Myrtaceae e Melastomataceae no Brasil." Floresta e ambiente 11.1 (2012): 47-52.

Ferraz Filha, Zilma Schimith, Júlio Antônio Lombardi, and Luciana Souza Guzzo. "Brine shrimp (Artemia salina Leach) bioassay of extracts from Lychnophoriopsis candelabrum and different Lychnophora species." Revista Brasileira de Plantas Medicinais 14 (2012): 358-361.

McLaughlin, J. L., and K. Hostettmann. "Methods in plant biochemistry." Assays for Bioactivity 6 (1991): 1-33.

Meyer, B. N., et al. "Brine shrimp: a convenient general bioassay for active plant constituents." Planta medica 45.05 (1982): 31-34.

NUNES, P.C. et al. Physico-Chemical Characterization, Bioactive Compounds and Antioxidant Activity of Malay Apple [Syzygium malaccense (L.) Merr.&L.M. Perry]. Journal Plos, Pernambuco, p.1-11, jun. 2016.

PATROCINADORES

CFQ PERKINELMER ACMA LABS BLUCHER SEBRAE CRQ XV CAMISETA FEITA DE PET LUCK RECEPTIVO

APOIO

UFRN UFERSA IFRN PPGQ IQ-UFRN Governo do Estado do Rio Grande do Norte Natal Convention Bureau Nexa RN