Utilização de Plantas Medicinais pela Comunidade Acadêmica do Centro de Ensino Helena Antipoff

ÁREA

Química de Produtos Naturais


Autores

Loiola, L.C.P.S.L. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Lopes, C.C.L. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Ribeiro, A.L.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Khan, A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Fernandes, R.M.T. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO)


RESUMO

Muitas plantas são empregadas com objetivos medicinais, oferecendo abordagens terapêuticas adicionais ao tratamento de doenças e proporcionando diversos benefícios para a saúde quando usadas de forma adequada e com discernimento.Portanto, é de suma importância que aqueles que utilizam plantas medicinais, bem como os profissionais de saúde que as prescrevem, tenham um conhecimento sólido sobre essas plantas. Isso inclui saber como identificá-las corretamente, como conservá-las, como prepará-las e como utilizá-las de maneira segura.Nesse contexto, o trabalho aborda a utilização de Plantas Medicinais pela Comunidade Acadêmica do Centro de Ensino Helena Antipoff, fornecendo conhecimento e transmitindo a química para o seu dia a dia.


Palavras Chaves

PROMOÇÃO DE SAÚDE; PLANTAS MEDICINAIS; EDUCAÇÃO DE SAÚDE

Introdução

A utilização de plantas medicinais é um tópico que tem bastante relevância no campo da saúde e da pesquisa científica. Desde a antiguidade, as plantas medicinais têm sido utilizadas para tratar diversas doenças e condições de saúde, e essa prática continua a ser valorizada em muitas culturas ao redor do mundo. Segundo Lorenzi e Matos (2008), a utilização de plantas medicinais como fonte de tratamento de doenças é uma prática universal, presente em todas as culturas ao longo da história da humanidade. Os autores afirmam ainda que as plantas medicinais são fontes importantes de princípios ativos para a produção de medicamentos, e que muitos medicamentos modernos são derivados de compostos encontrados em plantas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% da população mundial utiliza plantas medicinais como fonte de tratamento e prevenção de doenças. Além disso, a OMS afirma que o uso de medicamentos à base de plantas é uma forma importante de proporcionar cuidados de saúde acessíveis e eficazes, especialmente em países em desenvolvimento. A utilização de plantas medicinais pode contribuir para a valorização da biodiversidade e para o desenvolvimento de práticas sustentáveis na área da saúde. Isso porque muitas plantas utilizadas na produção de fitoterápicos são cultivadas de forma sustentável. Ademais, é fundamental ressaltar que a utilização de plantas medicinais para o uso diária em relação a saúde não deve ser vista como uma alternativa isolada ou excludente em relação à medicina convencional. Paralelamente, o uso de fitoterápicos pode ser complementar e integrativo, proporcionando uma abordagem mais holística e individualizada na promoção da saúde e bem-estar. Nesse contexto, o trabalho tem objetivo apresentar a utilização de plantas medicinais, destacando a importância dessa prática para a promoção da saúde e bem-estar, trazendo informações das suas propriedades e dos quais cuidados devem ser tomados em relação a mesma e o desenvolvimento sustentável dentro da Comunidade Académica do Centro de Ensino Helena Antipoff.


Material e métodos

O desenvolvimento do trabalho na comunidade académica Helena Antipoff tem como base o aprendizado e a troca de saberes. A abordagem foi centrada em atividades que visavam não apenas adquirir conhecimento, mas também compartilhá-lo com os membros da comunidade em geral, da sua localidade/região. A iniciativa foi moldada pela necessidade de promover a transferência de conhecimento de forma prática e eficaz. Foi preciso implementar atividades práticas que permitiriam a comunidade académica Helena Antipoff experimentar e aprender em um ambiente real. O trabalho teve a realização de atividades de capacitação,desmitificar conhecimentos popular e a produção de mudas. A capacitação ocorreu por meio de folhetos informativos, abordando o uso de plantas medicinais, produção de mudas e cultivo realizadas por uma produção de uma horta.Além de ter como reuniões que estabeleceram o procedimento do trabalho, pois o Centro de Ensino é voltado para crianças com deficiência mental e física


Resultado e discussão

Inicialmente, foi conduzido um minucioso levantamento de dados junto à comunidade, com o objetivo primordial de examinar as necessidades individuais, visando estabelecer uma base sólida para a seleção das plantas a serem empregadas. As perguntas foram formuladas com clareza, abrangendo os seguintes aspectos: 1. A ocorrência frequente de sintomas gripais/sinusite; 2. A manifestação de sintomas de enxaqueca/cefaleia; 3. A presença de dores recorrentes durante o período menstrual; 4. A experiência habitual de desconfortos intestinais. Após uma análise aprofundada dos dados, foi possível identificar um conjunto de plantas altamente benéficas para a criação de uma horta voltada ao uso cotidiano: Alecrim, Erva-doce, Hortelã e Santa Quitéria. Cada planta ostenta propriedades medicinais singulares, conferindo-lhes uma aplicabilidade específica. O Alecrim (Rosmarinus officinalis), por exemplo, destaca-se por suas propriedades antioxidantes. Rico em compostos antioxidantes, como o ácido rosmarínico, o alecrim desempenha um papel crucial na salvaguarda das células contra os danos provocados pelos radicais livres. Além disso, exibe ação anti- inflamatória e promove a melhora da memória. Seu conteúdo também abarca compostos dotados de propriedades antimicrobianas, contribuindo para a prevenção e tratamento de infecções bacterianas, virais e fúngicas. É imperativo, entretanto, ponderar sobre o uso excessivo do Alecrim, que pode ocasionar uma diversidade de efeitos colaterais, comprometendo a saúde do usuário. Conforme ressaltado por Oliveira (2019), a planta pode induzir reações adversas, tais como aborto, sonolência, espasmos, gastrenterite, irritação nervosa e, em doses elevadas, até mesmo óbito. A Erva-doce (Pimpinella anisum), por sua vez, apresenta propriedades antiespasmódicas, contribuindo para o relaxamento dos músculos do trato gastrointestinal e aliviando cólicas e outros sintomas associados ao sistema digestivo. Além de suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antibacterianas, a erva-doce tem sido objeto de estudos quanto aos possíveis efeitos no tratamento de condições como diabetes e câncer. Todavia, é fundamental estar ciente das potenciais implicações adversas do uso inadequado da erva-doce, como a broncodilatação, aumento da produção de estrógeno e reações alérgicas (MELLO, 2007). Em um estudo investigativo acerca das plantas medicinais mais empregadas por crianças, verificou-se que a erva- doce foi a segunda mais consumida, perdendo apenas para a camomila em termos de quantidade. Entretanto, doses excessivas da erva-doce podem resultar em tumores e convulsões (SANTOS, 2014), sublinhando a importância de manter esse recurso fora do alcance das crianças. Contudo, quando usada com parcimônia e de acordo com a indicação, a erva-doce pode trazer notáveis benefícios à saúde. A Hortelã (Mentha piperita) possui aplicações significativas em fitoterápicos voltados para condições respiratórias, tais como asma, bronquite e tosse. Contribui para a redução da inflamação nas vias respiratórias, melhorando a respiração e diminuindo a produção de muco. Alguns estudos também assinalam sua eficácia no alívio da cefaleia. Quanto aos efeitos tóxicos associados à hortelã, embora sejam raros, é importante mencionar a presença considerável de mentol em sua composição, o que pode causar dispneia e asfixia, particularmente em crianças e lactentes (RODRIGUES, 2011). A Santa quitéria ou folha-da-fortuna, onde seu nome cientifico é Kalanchoe pinnata tem origem africana e traz benefícios que como remédio para tratamento de diversas doenças como infecções, inflamações e diarreia, nas formas de suco, chá e macerada. Com base nas informações obtidas por meio de artigos especializados, foi fundamental realizar a fase de implementação da horta, bem como desenvolver um plano eficaz para compartilhar esse conhecimento com a comunidade local. A criação da horta envolveu o cultivo das plantas mencionadas anteriormente. Ao examinarmos as imagens, podemos observar claramente o processo de sua montagem e desenvolvimento. No que diz respeito à disseminação do conhecimento adquirido, foi necessário criar materiais informativos, como folders e folhetos. Esses recursos contêm informações essenciais para os leitores sobre as plantas que fazem parte de seu cotidiano. Essa abordagem possibilitou que o conhecimento da comunidade fosse ampliado de forma consistente ao longo do tempo.

PRODUÇÃO DA HORTA



FOLHETOS INFORMATIVOS



Conclusões

Através deste trabalho, torna-se evidente que as plantas medicinais desempenham um papel significativo no combate e na prevenção de doenças, muitas vezes oferecendo alternativas aos métodos tradicionais de tratamento. Esse benefício se torna ainda mais relevante devido à falta de acessibilidade que grande parte da população enfrenta em relação aos tratamentos convencionais. As propriedades terapêuticas das plantas medicinais têm o potencial de revolucionar a abordagem da saúde, proporcionando opções naturais e acessíveis. Contudo, é crucial reconhecer que a utilização inadequada de plantas medicinais pode acarretar efeitos adversos, inclusive resultando em consequências graves, como a perda de vidas humanas. Portanto, a responsabilidade no uso dessas plantas se torna um ponto central. Recomenda-se fortemente que a prescrição médica guie sua administração, incluindo a determinação da dosagem apropriada para cada indivíduo, considerando as particularidades de seu organismo. Esse enfoque, adotado em diversos países, assegura uma abordagem segura e eficaz no uso das plantas medicinais. Além disso, observa-se uma tendência à utilização dessas plantas sem a devida orientação, o que amplia os riscos de intoxicação devido à falta de conhecimento sobre os potenciais efeitos tóxicos. Para mitigar essa problemática, urge a necessidade de uma reeducação da população. Isso implica na revisão de hábitos e crenças populares arraigados, que, embora sejam considerados tradicionais, podem ter impactos significativos na saúde. Esse desafio é particularmente acentuado em comunidades de baixa renda, onde o acesso à informação e recursos é limitado. Em suma, o potencial benéfico das plantas medicinais no âmbito da saúde é inegável, contudo, sua utilização deve ser pautada pela responsabilidade e pelo conhecimento adequado.


Agradecimentos

A minha orientadora Dra Raquel Maria, que me deu oportunidade aprender e crescer na vida acadêmica e pessoal; Aos meus amigos que me apoiaram; A UEMA por proporcionar a pesquisa e a evolução a ciência.


Referências

Chaudhary SA, et al. Foeniculum vulgare: uma revisão abrangente de seu uso tradicional, fitoquímica, farmacologia e segurança. Arab J Chem. 2019;12(8):4876-4896. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.arabjc.2016.09.011
Ferrini F, et al. Extrato de folhas de Rosmarinus officinalis L. melhora a deterioração da memória e afeta as atividades da acetilcolinesterase e butirilcolinesterase no cérebro de ratos. Fitoterapia. 2018;126:67-72.
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MELLO, F. D., Langeloh, A., & Mello, A. B. (2007). Estudo de toxicidade pré-clínica de Fitoterápico contendo Pimpinella anisum, Foeniculum foeniculum, Sambucus australis e Cassia augustifolia. Lat Am J Pharm,26, 230-237
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SANTOS, A.A. O uso de fitoterápicos e plantas medicinais no cuidado de crianças: O papel do enfermeiro [monografia]. João Pessoa: Centro de ciências biológicas e da saúde/ Universidade Estadual da Paraíba; 2014. 26p.
USP (Universidade de São Paulo). A Kalanchoe pinnata é utilizada na medicina popular para tratamento de diversas doenças. Disponível em: http://www.usp.br/aunantigo/exibir?id=7732&ed=1351&f=30#:~:text=A%20Kalanchoe%20pinnata%20%C3%A9%20utilizada,de%20suco%2C%20ch%C3%A1%20e%20macerada

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