Extração e caracterização de óleo essencial de citrus sp nativo do cerrado Tocantinense.

ÁREA

Química de Produtos Naturais


Autores

Silva, M.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO NORTE DO TOCANTINS) ; Oliveira, G.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO NORTE DO TOCANTINS) ; Paiva, J.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO NORTE DO TOCANTINS)


RESUMO

O cerrado brasileiro apresenta grande diversidade de espécies vegetais com grande potencial medicinal. A extração e caracterização dos óleos essenciais das espécies nativas trazem contribuição na compreensão desta potencialidade. O presente trabalho tem como objetivo coletar, extrair e caracterizar OE de espécie de citrus nativo do cerrado tocantinense. Fez-se três coletas das folhas frescas de Citrus sp, durante o final do período chuvoso. O OE foi caracterizado por CG/EM, enviado para posterior estudo da sua capacidade repelente. Obteve-se como componentes: pineno; D-limoneno; Eucaliptol; δ-3-careno; terpinoleno; γ-terpineno; linalol; isopulegol.


Palavras Chaves

Citrus sp; Óleo essencial; CG/EM

Introdução

O cerrado é conhecido como savana brasileira e apresenta grande diversidade química e biológica, destaca-se também por possuir mais de 12.000 espécies de plantas vasculares catalogadas, fato que, vem estimulando estudos de compostos químicos com potencial para uso medicinal (BESSA, 2013). Possui plantas adaptadas às diversidades climáticas distintas em períodos de seca e chuva. Dessa forma, as plantas apresentam características aromáticas excelente para extração de óleo essencial (RODRIGUES et al., 2020). Óleos Essenciais (OE), são substâncias naturais, com odores distintos, expelidos por glândulas especializadas de plantas aromáticas, com estrutura química formada basicamente por carbono, hidrogênio e oxigênio, tendo na sua composição componentes distintos que caracterizam o aroma (SIQUEIRA, 2020). Óleos essenciais também chamados de óleos voláteis, são produtos obtidos a partir de plantas através de destilação por arraste em vapor d’água, bem como os produtos obtidos por expressão dos pericarpos de frutos cítricos (OLIVEIRA et al 2017). A natureza volátil dos óleos essenciais propicia um excelente candidato a produto que possam ter ação repelente decorrente das interações entre as substâncias presentes no óleo essencial que atuam em vários artrópodes, através do contato residual e pela ação de vapor (NERIO et al. 2010). Este trabalho tem como objetivo estudar a composição química de citrus nativo do cerrado brasileiro na região no estado do Tocantins, como base para o estudo de ações repelentes através do contato residual e pela ação de vapor.


Material e métodos

A presente metodologia de obtenção e caracterização do óleo, foi aplicada na espécie vegetal estudada para gerar Trabalho de Conclusão de Curso. O experimento dividiu-se em três etapas: (i) coleta das amostras, (ii) extração do OE por arraste a vapor de água com sistema Clevenger e (iii) análise dos compostos por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG/EM). Coletou-se as folhas frescas de Citrus sp no Campus da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) - Araguaína – TO com as seguintes coordenadas geográfica 7°10'54.2"S 48°11'51.0"W. As folhas foram coletadas de espécie vegetal de citrus nativo da região, entre 8h30min e 9h30min nos dias 17/05; 31/05 e 07/06 de 2023. As três etapas de extração por arraste a vapor de água em sistema Clevenger e tratamento da amostra foram realizadas no laboratório de Química Orgânica, a análise do óleo obtido foi realizada no CG/MS, marca Agilent Technologies (modelo 7890B), com detector Agilent Technologies (modelo 5977B MSD) e coluna Agilent HP – 5MS, instalado no Laboratório de cromatografia da UFNT. As condições de injeção da amostra foram determinadas nas seguintes características, hélio como gás de arraste sob pressão da coluna de 80,0 psi. O volume de 0,1 μL da solução de óleo essencial em hexano HPLC foi injetado com temperatura do injetor de 210°C. As condições de rampa de aquecimento, temperatura inicial do forno 50 °C durante 1 minuto, após, elevação de 50 °C para 210°C, sendo 3,5o/min, gerando um tempo total de 45 minutos de corrida. A identificação dos constituintes químicos foi realizada comparando-se à biblioteca do aparelho (Agilent Technologies).


Resultado e discussão

As folhas de Citrus sp foram coletadas de espécie vegetal nativa do cerrado, existente no Campus da UFNT. Os dados climáticos foram obtidos no site www.weather.com, tabela 1. As folhas do material vegetal de cada coleta foram selecionadas, sendo descartadas as improprias para o processo. As então passaram por processo de extração a arraste de vapor considerando o tempo de destilação do óleo de 3 horas, adaptado de (FILHO, 2019). Rendimento descrito tabela 2. A análise por cromatografia gasosa descreve que o OE analisado é composto por 8 componente, tabela 3, estes foram identificados conforme metodologia descrita, adaptado de (EVERTON, 2020). A análise de óleos essenciais de espécies vegetais nativas de nossa região, apresenta-se como uma possibilidade de novas descobertas que contribuam com indústria de perfumaria e farmácia. O OE em questão, apresenta perfil pouco similar a alguns OEs estudados por Estevam (2017), porém os componentes principais apresentam similaridade. Observa-se também que a espécie nativa apresenta poucos componentes no seu OE. Necessitando de mais estudos onde deverá observar a sazonalidade climática desta região e sua interferência na composição.

Tabela clima



tabela componentes e rendimento



Conclusões

A espécie de citrus nativa estudada apresenta características distintas na sua composição do OE quando comparada a outras espécies de citrus da região do cerrado, pois apresenta poucos componentes. Entretanto, com bom rendimento de óleo nas extrações. Os componentes majoritários apresentam similaridade com os componentes já registrados na literatura. A variações climáticas adversar desta região de coleta, traz a necessidade de aprofundamento nas pesquisas, visto que os componentes majoritários são de interesse das indústrias seja farmacêutica ou perfumaria.


Agradecimentos

A Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT). Ao Curso de Licenciatura em Química.


Referências

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ESTEVAM, E. B. B. Composição química e atividades biológicas do óleo essencial das folhas de Citrus limonia e Citrus latifólia e dos frutos verdes e folhas de Protium ovatum. Orientador: Drª Cassia C. F. Alves. 2017. p. 34-35. Dissertação (Mestrado) – Instituto Federal de educação, ciência e tecnologia Goiano, Campus Rio Verde, Goiânia, 2017. Disponível em: < https://repositorio.ifgoiano.edu.br/handle/prefix/11>. Acesso em: 17 ago. 2023.


EVERTON, G. O. et al. Caracterização química, atividade antimicrobiana e toxicidade dos óleos essenciais da Pimenta dioica L. e Citrus sinensis L. Osbeck. Rev. Colomb. Cienc. Quím. Farm, v. 49, n. 3, p. 641–655, jun/2020. Disponível em: < http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S0034-74182020000300641&script=sci_arttext>. 16 ago. 2023.


FILHO, A. P. DE M. et al. Composição química do óleo essencial das flores de Myrcia guianensis (Aubl.) DC. Revista Cubana de Plantas Medicinales, v. 24, n. 4, 11 jan. 2020. Disponível em: <https://revplantasmedicinales.sld.cu/index.php/pla/article/view/892/0>. Acesso em: 16 ago. 2023.


NERIO, L. S.; OLIVERO-VERBEL, J.; STASHENKO, E. Repellent activity of essential oils: A review. Bioresource Technology, v. 101, n. 1, p. 372–378, jan. 2010.


OLIVEIRA, M. B. EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE LARVICIDA DO ÓLEO ESSENCIAL DO Citrus limon Linneo (LIMÃO) FRENTE AO MOSQUITO Aedes aegypti. Ufma.br, 2013.


RODRIGUES, F. A. F. el al. Essential oils isolated from popular medicinal plants and spices as alternative antimicrobial and antibiofilm compounds against the pig pathogen Actinobacillus pleuropneumoniae. Ciência Rural, Santa Maria, v. 53, n. 5, 07, fev/2022. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/0103-8478cr20220148>. Acesso em: 17 ago. 2023.


SIQUEIRA1, M. et al. Extração e composição do óleo essencial de cascas de citrus de diferentes estádios de maturação. 2020. 7° Simpósio de segurança alimentar, Rio Grande do Sul, v. 1, p. 1-4, out. 2020. Disponível em: < http://schenautomacao.com.br/ssa7/envio/files/trabalho3_295.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2023.

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