ÁREA
Ensino de Química
Autores
Oliveira, H.M. (SEED/AP) ; Vilhena, P.M. (IFAP) ; Santos, K.L.B. (UNIFAP) ; Monteiro, B.F.M. (UNIFAP) ; Silva, V.S. (UNIFAP) ; Chagas, A.G.S. (UNIFAP) ; Lima, L.M. (UNIFAP) ; Nascimento, V.F. (UNIFAP) ; Oliveira, L.C.M. (UNIFAP) ; Sobral, J.V.G. (UNIFAP)
RESUMO
O Programa de Residência Pedagógica (PRP) é um programa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, que tem por objetivo apoiar projetos da residência pedagógica executados pelos acadêmicos da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, auxiliando para a melhoria da formação inicial de futuros docentes da educação básica do curso de Licenciatura em Química. O projeto ROCKET MIM é realizado dentro da eletiva da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, trata-se da fabricação de foguetes a partir de garrafas PETs com propulsão de bicarbonato de sódio e ácido etanóico (vinagre). O trabalho tem como finalidade relatar uma experiência do projeto ROCKET MIM da Residência Pedagógica da UNIFAP, como atividade que tem contribuído no ensino e aprendizagem dos alunos.
Palavras Chaves
Residência pedagógica; Química; Foguetes
Introdução
O presente trabalho descreve o projeto Rocket MIM que está inserido no Programa da Residência Pedagógica (PRP) do curso de Licenciatura em Química da Universidade Federal do Amapá junto à Escola Estadual Maria Ivone de Menezes, o projeto é uma iniciativa da preceptora e desenvolvido pelos quatro acadêmicos com apoio da coordenação pedagógica e direção da escola (AMAPÁ, 2020). Teve início em 2022 com intuito de inserir a iniciação científica na eletiva área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e contextualizar o ensino de Química. Com a implantação do novo ensino médio, o currículo possui sua parte diversificada que engloba os itinerários formativos, onde o aluno escolhe eletivas que são disciplinas temáticas (BRASIL, 2018). Como uma forma de contextualizar e apresentar a área das Ciências da Natureza, a escola proporcionou uma eletiva para os alunos com aulas experimentais. Pois as aulas experimentais no ensino de Química têm se tornado uma proposta muito interessante e vem ganhando destaque no processo de ensino-aprendizagem. Esta metodologia é uma alternativa diferenciada das aulas teóricas e dos materiais didáticos no ensino de Química (GUERRA et al., 2018). O Ensino de Química possui diferentes vertentes, como o ensino da história das ciências, do cotidiano e da experimentação. Esta última vertente é de grande importância no âmbito do Ensino de Química, construindo uma ponte entre o conhecimento escolar e o cotidiano dos estudantes, e em alguns conteúdos a teoria vinculada à prática pode ajudar na construção científica, qualificando formação do educando (MATOS et al., 2015). O objetivo principal do trabalho é relatar a experiência do projeto ROCKET MIM da Residência Pedagógica da UNIFAP, como atividade que tem facilitado no ensino e aprendizagem dos alunos.
Material e métodos
O projeto Rocket MIM trata-se de uma prática experimental, onde os alunos realizaram a fabricação de foguete a partir de garrafas PETs com propulsão de bicarbonato de sódio e ácido etanóico (vinagre). Tendo como objetivo a aprendizagem dos conceitos químicos e estimulá-los ao estudo desta ciência. O projeto foi realizado com os alunos da 1 série do ensino médio de quatro turmas da escola campo e desenvolvido por quatro bolsistas e pela professora do componente curricular química que é a preceptora da PRP. Dividiu-se o projeto em etapas, onde cada etapa foi orientada e supervisionada pela preceptora e aplicada pelos bolsistas nas turmas. A primeira etapa foi a divisão dos alunos em grupos de três integrantes, para facilitar na realização do procedimento, em seguida cada bolsista organizou a oficina da construção do protótipo (foguete), ministrou a explicação do conteúdo (reações químicas), executou o experimento em sala e realizou a aplicação do lançamento em uma área apropriada. Na etapa da fabricação do foguete utilizaram 3 (três) garrafas PETs para ser a base, papel cartão (coifa) e pasta arquivo (aletas). Os discentes usaram fita adesiva, tesoura, balão, régua, lápis e canetinha durante a construção do protótipo. Na execução do lançamento é realizado a parte experimental, onde o combustível do foguete era a reação do bicarbonato de sódio com o ácido etanóico (vinagre), esta reação propulsionou o foguete e com isso observou o voo e alcance de cada protótipo, vale ressaltar que todos os materiais utilizados na prática eram do cotidiano dos discentes. Após a execução dos lançamentos foram organizadas rodas de conversas com as turmas, com todos os bolsistas e a professora a fim de explorar a criticidade, bem como verificar o ensino e aprendizagem dos discentes.
Resultado e discussão
O projeto Rocket MIM foi realizado dentro de um bimestre, onde em cada aula da
eletiva era realizado uma etapa do projeto com o auxílio dos bolsistas. Todo o
projeto foi construído pela preceptora da escola e posteriormente repassado para
os bolsistas por meio de reuniões semanais. O material utilizado na oficina de
construção dos protótipos foi solicitado com antecedência para cada grupo e
alguns materiais como: fita, estilete e balão a escola proporcionaram aos
alunos. A explicação do conteúdo que é contemplado na prática foi ministrada em
duas aulas, por meio de aula expositiva sobre o objeto do conhecimento reações
químicas, tendo o auxílio do livro didático e atividade complementar. Observou-
se que os alunos assimilaram o assunto, bem como tiraram suas dúvidas em relação
a execução da parte experimental.
Temos observado, com a realização do projeto Rocket MIM, um envolvimento maior
dos discentes na eletiva e no interesse pela área de ciências da natureza e suas
tecnologias. Pois, a forma com que executaram os lançamentos dos seus
protótipos, demostraram satisfação e interesse com o projeto aplicado. O projeto
auxilia na contextualização do ensino de química e faz com que haja uma maior
interação entre aluno-aluno e aluno-professor. Proporcionando uma evolução no
aprendizado, além de estimularem o interesse e satisfação nas atividades
desenvolvida. Um ponto a ser destacado foi a melhoria nas notas em química e na
desenvoltura dos alunos em realizar experimentos durante a eletiva.
Esse projeto segue os Parâmetros Curriculares Nacionais no Ensino Médio – PCNEM
que defendem a necessidade de se contextualizar os conteúdos de ensino na
realidade vivenciada pelos alunos, a fim de atribuir-lhes sentido e, assim,
contribuir para a aprendizagem (BRASIL, 2000).
Realização das oficinas dos protótipos em sala de \r\naula.
Realização dos lançamentos dos foguetes na praça ao \r\nlado da Escola Estadual Maria Ivone de Menezes
Conclusões
O projeto Rocket MIM tem contribuído para a contextualização do ensino de Química, auxiliando na compreensão dos conceitos abordados em sala de aula. Dessa forma, esta proposta, que utiliza recursos do cotidiano do aluno para o ensino de química, está de acordo com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que prima por explorar o cotidiano do aluno para a apresentação de conceitos químicos, o que propicia uma aprendizagem mais significativa. Confirmando essa vertente, a residência pedagógica tem procurado minimizar os problemas ligados a aprendizagem de Química na escola em que atua.
Agradecimentos
A CAPES e ao Programa de Residência Pedagógica (PRP) da UNIFAP do Curso de Licenciatura em Química.
Referências
AMAPÁ. Secretaria de Estado da Educação. Referencial Curricular Amapaense – Ensino Médio– Macapá: SEED, 2020.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Ensino Médio. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2018.
BRASIL. Secretaria da Educação Média e Tecnológica – Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros curriculares nacionais – ensino médio; ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEMTEC, v. 3, 2000.
GUERRA, M. H. F. S. et al. An Approach of the Experimental Activities in Chemistry: Use of the Flower Ixorachinensi as Acid-Base Indicator. Revista Thema, v. 15, n. 3, p. 834 - 837, 2018.
MATOS, G. M. A. et al. Recursos Didáticos para o Ensino de Botânica: Uma avaliação das Produções de Estudantes em Universidade Sergipana. Holos, v. 5, p. 213-230, 2015.