A produção de tintas ecológicas como ferramenta de ensino de química: uma oficina para estudantes com espectro autista.

ÁREA

Ensino de Química


Autores

Carrera, F. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA) ; Kened Rodrigues dos Santos, J. (UNIVERSIDADE FERARAL DO PARÁ) ; Rosa, E. (UNIVERSIDADE FERARAL DO PARÁ)


RESUMO

Neste artigo, exploramos o uso inovador das tintas ecológicas como uma valiosa ferramenta para o ensino de química, com enfoque nos estudantes do ensino fundamental com transtorno do espectro autista (TEA). A intenção é consolidar conceitos de química de maneira acessível e eficaz, ao mesmo tempo em que se atende às necessidades educacionais específicas dos estudantes com TEA. A produção das tintas ecológicas se revelam como uma ferramenta versátil e eficaz para auxiliar no aprendizado em função do aspecto sensorial (combinação de cores, preparo das soluções e testes artísticos das produções), além de abordar as propriedades naturais para a obtenção dos pigmentos, sendo uma potencialidade para ilustrar conceitos químicos de maneira prática, criativa.


Palavras Chaves

Autismo; tintas naturais; oficina

Introdução

No cenário educacional atual, práticas mais sustentáveis como a produção e uso de tintas ecológicas emergem como uma alternativa promissora no universo industrial e didático, com viés ambiental visando à sustentabilidade. A indústria de tintas tem um papel vital na nossa vida cotidiana, colorindo nossos ambientese produtos do cotidiano (roupas, canetas, maquiagem, entre outros), os pigmentos são muito usados, principalmente de composição sintética, por isso, os cuidados com a lançamento no meio ambiente deve ser considerado. As tintas industriais têm sido amplamente utilizadas, contribuindo para a estética e a proteção de superfícies em diversos setores. Contudo, a produção e aplicação dessas tintas, frequentemente, envolvem compostos químicos tóxicos, como solventes orgânicos voláteis e metais pesados, que podem poluem o ar, o solo e os rios. Esses poluentes têm sido associados a problemas de saúde humana, como doenças respiratórias, alergias e até mesmo distúrbios neurológicos. Além disso, as emissões de solventes contribuem para a poluição atmosférica, desencadeando impactos ambientais negativos. A longo prazo, a exposição contínua a esses compostos químicos pode ter efeitos cumulativos sobre a saúde humana, bem como resultar em danos ambientais irreversíveis. A degradação lenta das tintas convencionais libera substâncias tóxicas que afetam os ecossistemas naturais e podem se infiltrar na cadeia alimentar, representando um risco não apenas para a fauna e flora, mas, também, para os seres humanos. Neste contexto, a presente oficina realizada com os estudantes com espectro autista explora os impactos das tintas convencionais e destaca as produção de tintas ecológicas como uma opção segura, didática e artística como substituta às de produção sintética.


Material e métodos

A oficina, teve com embasamento a obra e exposição interativa de Miguel chikoaka, onde encontra-se localizada na bienal amazônica, em Belém do Pará, as tintas ecológicas vem com o objetivo de introduzir com os alunos com tea, ressaltando no sensorial, onde os alunos podem tocar, sentir e cheirar para estimular os sentidos, repassando o conhecimento para os alunos sobre a desertificação e o desmatamento, cuja a fotografia retrata e que as tintas não afetam diretamente o solo e nem água. No primeiro momento, foi preparada as tintas naturais, cuja foram feita 4 tipo de colorações, com o café, hibisco, colorau e cúrcuma, foi ultizado 24 g de café, diluído em 50 ml de água, misturado com o 12 g de amido de milho pré- aquecido em 150 ml de água e levado a uma temperatura de 180°C por 4 minutos e no hibisco foi usado 10g levado a uma temperatura de 180° C com 80 ml de água por 2 minutos, soltando a coloração com facilidade, logo misturado com 12 g de amido de milho diluído em 120 ml de água, para o colorau foi usado 50g diluído em 50ml de água e misturado em 24g de amido de milho diluído em 150 ml água, no cúrcuma foi diluído em 30ml de água, após isso foi misturado em 12g de amido de milho em 170ml de água. No segundo momento, foi feito uma roda de conversa na sala de aula, em uma escola pública de Belém do Pará, explicando a importância da oficina e quanto é prejudicial para o meio ambiente as tintas industriais e o maléficos a longo prazo ( 10 minutos), após esse período, demostrar as tintas, que foi preparada em outro momento e apresentado a imagem com a fotografia do chikoaka (15 minutos), pintarem a obra (45 minutos), no final será proposto outra roda de conversa para detalhar o que foi feito e o que eles aprenderam durante a aula ( 20 minutos).


Resultado e discussão

Durante a oficina, observamos um aumento significativo no engajamento dos estudantes com espectro autista. A criação de tintas ecológicas despertou seu interesse e curiosidade, resultando em maior participação e interação com o conteúdo químico e entre os alunos. Os participantes demonstraram uma compreensão mais profunda dos princípios químicos envolvidos na produção de tintas ecológicas. Eles puderam aplicar conceitos como mistura de substâncias e a pigmentação de forma prática e tangível. Esses resultados destacam a importância de adaptar estratégias de ensino para atender às necessidades específicas de grupos de estudantes, como aqueles com espectro autista, e demonstram como a química pode ser acessível e significativa para todos os alunos quando abordada de maneira prática e inclusiva. Dentro da sala de aula, eles comentaram que outros produtos naturais podem virar tintas, despertou interesse em produzirem outras tintas para descobrir novas cores, observamos os 7 dias as tintas e a pigmentação não oxidou permaneceu a mesma, porem a tinta dentro do frasco ficou com o aspecto meio seco, por conta do amido de milho, podendo ser descartado de 7 em 7 dias, mas a proposta das tintas inovadoras é interligar a química de maneira mais pratica e de fácil compreensão, nesse viés, os alunos acharam as tintas divertidas de serem usadas.

Conclusões

Ao introduzir tintas ecológicas, desenvolveu uma perspectiva inclusiva e sensível às necessidades diversificadas dos estudantes com TEA. Conclui-se que a oficina de produção das tintas ecológicas, uma vez que geralmente são isentas de produtos químicos agressivos; possibilitam maior envolvimento dos estudantes com o viés prático-experimental da ciência, conectando com seu aspecto artístico resultados plausíveis revelaram que essa abordagem pedagógica trouxe benefícios notáveis. Os estudantes com TEA demonstraram maior engajamento e entusiasmo.


Agradecimentos


Referências

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