AROMAS E AROMATIZANTES: oficina ofertada pelo PIBID Química do IF Goiano Campus Iporá

ÁREA

Ensino de Química


Autores

Silva, M.V. (IFGOIANO - CAMPUS IPORÁ) ; Oliveira, M.C. (IFGOIANO - CAMPUS IPORÁ) ; Nobre-da-silva, N.A. (IFGOIANO - CAMPUS IPORÁ)


RESUMO

Este trabalho aborda o desenvolvimento de uma oficina temática promovida para alunos do Ensino Fundamental. A iniciativa faz parte do subprojeto PIBID. O tema aromas e aromatizantes foi escolhido para facilitar a contextualização e por ser interdisciplinar. A metodologia possui abordagem qualitativa, sendo inspirada nos Três Momentos Pedagógicos com etapas teórica e experimental. Os resultados apontam para o conhecimento prévio do tema e promoveu a participação e envolvimento dos estudantes ao explorar a temática. A etapa experimental foi fundamental para relação experimento-teoria e para estimular o desenvolvimento de habilidades. Por fim, ressalta-se o papel do PIBID ao oferecer oportunidades de desenvolvimento de atividades para futuros educadores.


Palavras Chaves

Experimentação; Momentos Pedagógicos; Ensino de Química

Introdução

As oficinas são atividades que se caracterizam pela apresentação dos conhecimentos químicos de forma a evidenciar os saberes científicos e tecnológicos no contexto social do aluno. Essas atividades podem ser de caráter experimental que instigam a reflexão sobre a química e suas aplicações (MARCONDES et al, 2008). Nesse caso, a experimentação é utilizada como estratégia para a interligação de uma problematização com os conhecimentos prévios dos alunos, e para o desenvolvimento de conceitos e de construir suas habilidades cognitivas (AMAURO et al, 2015). Neste ínterim, o objetivo deste trabalho é apresentar o desenvolvimento de uma oficina temática e as potencialidades da mesma para o ensino de Ciências junto a alunos do Ensino Fundamental. A proposta compreende as ações do subprojeto PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) - Química de uma instituição pública federal do interior de Goiás. Dentre os pressupostos para a organização de uma oficina temática é importante levar em consideração a abordagem interdisciplinar e contextualizada. A contextualização trata-se de um aproveitamento e junção das experiências advindas dos estudantes com foco de aprendizagem objetivado (WARTHA; SILVA; BEJARANO, 2013). Para tanto, utilizou-se como tema “Aromas e aromatizantes” visto que são assuntos recorrentes no cotidiano dos alunos, assim como permite explorar uma variedade de conteúdos relacionados a Ciências/Química. O tema de Aromas, por sua vez, já vem sendo utilizado no ensino de Química. Oliveira, Candito e Braibante (2022) e Kazmierczak e colaboradores (2018), utilizaram a temática junto aos alunos de 3° ano do ensino médio, com desenvolvimento de atividades diversificadas, como por exemplo, uso de filmes, experimentos, trabalhos individuais e em grupo.


Material e métodos

A presente investigação é pautada nos princípios da abordagem qualitativa cujo foco está no processo e nos sujeitos envolvidos durante o planejamento e a realização da oficina “A Química e o Aroma: como produzir aromatizador de ambientes”. Foi ministrada para 20 alunos de uma disciplina eletiva composta por estudantes de 6° a 8° ano do Ensino Fundamental. A proposta elaborada foi inspirada nos Três Momentos Pedagógicos (3MP) : Problematização inicial; Organização do Conhecimento e Aplicação do Conhecimento (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2018). Precedida de um estudo bibliográfico acerca do tema, foi desenvolvida em duas etapas: Etapa teórica: abrangeu o primeiro e segundo momento pedagógico e teve como ênfase identificar os conhecimentos prévios dos estudantes, bem como o estudo sistematizado envolvendo o que são aromas, aromatizantes naturais, artificiais, idênticos aos naturais e naturais reforçados. Para isso, foram utilizados slides e amostras de óleos essenciais e essências. Etapa experimental: abrangeu o segundo e terceiro momento pedagógico. Neste, a turma foi dividida em quatro grupos, cada grupo recebeu um roteiro organizado a partir da perspectiva da experimentação problematizadora (FRANCISCO JÚNIOR; FERREIRA. HARTING, 2008). O objetivo foi produzir um aromatizante caseiro. Para tanto, foram utilizados os seguintes materiais: Frasco de vidro; Palito de madeira; Béquer; Proveta; Bastão de vidro; Água destilada; Álcool de cereais; Essências; Especiarias; Corante alimentício. Como instrumentos de coleta de dados foram realizadas anotações em caderno de campo, questionamentos orais e uma atividade de finalização (cruzadinha) para mensurar os conhecimentos apropriados. Os dados foram submetidos à interpretação analítico-descritiva e são apresentados a seguir.


Resultado e discussão

A presente oficina foi inspirada nos 3MP, dada a sua potencialidade didática de promover o diálogo entre professores e alunos e pensar a organização de uma atividade na qual o estudante será desafiado a colocar seus conhecimentos em prática. Na etapa teórica, a problematização inicial foi contemplada com questionamentos que objetivam evidenciar o conhecimento prévio sobre o tema. Observou-se que a maioria dos alunos conseguiram diferenciar aromas naturais de aromas artificiais. Porém, nenhum aluno respondeu a questão relacionada à volatilidade, caracterizada pela facilidade com que uma substância vaporiza (ATKINS; JONES; LAVERMAN, 2018). O segundo momento pedagógico consiste em apresentar os conhecimentos de forma sistematizada, que permita aos participantes retornar às questões da problematização inicial e respondê-las. O conteúdo central da problematização foi: o histórico da utilização do olfato, classificação dos aromatizantes e as substâncias responsáveis pelos aromas. Os estudantes se mostraram curiosos pelo tema e interagiram fazendo perguntas. Acredita-se que esta interação seja resultante da própria escolha do tema Aromas e Aromatizantes, pois o olfato é sentido muito presente no dia-a-dia. Na etapa experimental, que congregou segundo e terceiro momento pedagógico, a centralidade foi o experimento de produção de aromatizantes. Sob a perspectiva da experimentação problematizadora, os estudantes realizaram uma prática que articulou os conteúdos já estudados. Além da parte conceitual, o experimento contribuiu para trabalhar habilidades manipulativas e do trabalho em grupo. Por fim, foram orientados a resolver a cruzadinha, pois pode estimular a curiosidade e raciocínio, além de ampliar os conhecimentos do assunto (BENEDETTI FILHO et al, 2013).

Conclusões

A oficina Aromas e Aromatizantes ao utilizar slides ricos em imagens, questionamentos, experimento e cruzadinha, se mostrou potencializadora da aprendizagem. Além de partir daquilo que o estudante já sabe, articulou diferentes recursos didáticos que favoreceram a participação e interação. Para os ministrantes, a experiência promovida pelo PIBID incentivou o entendimento das etapas de planejamento e desenvolvimento de uma atividade contextualizada. Ademais, foi uma oportunidade de desenvolver propostas que contribuem para a construção de suas identidades docentes.


Agradecimentos

Agradecimentos ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, aos colaboradores da oficina e ao Instituto Federal Goiano - Câmpus Iporá.


Referências

AMAURO, Nicéa Quintino; SOUZA, Paulo Vitor Teodoro de; MORI, Rafael Cava. As funções pedagógicas da experimentação no ensino de Química. Multi-Science Journal, Catalão, v. 3, n. 1, p. 17-23, ago. 2015.
ATKINS, Peter; JONES, Loretta; LAVERMAN, Leroy. Princípios de química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2018.
BENEDETTI FILHO, Edemar; BENEDETTI, Luzia Pires dos Santos; FIORUCCI, Antonio Rogério; OLIVEIRA, Noé de; PERONICO, Vanessa Cruz Dias. UTILIZAÇÃO DE PALAVRAS CRUZADAS COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA. Experiências em Ensino de Ciências, Campo Grande, v. 8, n. 2, p. 104-115, jan. 2013.
DELIZOICOV, Demétrio; ANGOTTI, José André; PERNAMBUCO, Marta Maria. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2018.
FRANCISCO JUNIOR, Wilmo Ernesto; FERREIRA, Luiz Henrique.; HARTWIG, Dácio Harting. Experimentação problematizadora: fundamentos teóricos e práticos para a aplicação em salas de aulas de Ciências. Química Nova na Escola, São Paulo, n. 30, p. 34-41, 2008.
KAZMIERCZAK, Elton; ROCHA, Rafael Novatski da; SKEIKA, Tatiane; FREIRE, Leila Ines Follmann; SILVA, Jeremias Borges da. Aromas e odores: ensino de funções orgânicas em sequências de ensino-aprendizagem. Actio, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 214-236, ago. 2018.
MARCONDES, Maria Eunice R.; ZAMBOM, Denilse M.; AKAHOSHI, Luciane H.; MARTORANO, Simone A. A.; GAIA, Anderson M.. Aprendizagem de conceitos químicos e desenvolvimento de atitudes cidadãs: O uso de oficinas temáticas para alunos do ensino médio. In: XVI ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA, 2008, Curitiba. Anais [...] . Curitiba: Ufpr, 2008. p. 1-9.
OLIVEIRA, Juliana Moreira Prudente de; STRIEDER, Dulce Maria; GIANOTTO, Dulcinéia Ester Pagani. Cultura científica/divulgação científica e formação de professores: desafios e possibilidades. Revista Valore, Volta Redonda, v. 3, n. 1, p. 489-497, nov. 2018.
WARTHA, Edson José; SILVA, Erivanildo Lopes da; BEJARANO, Nelson Rui Ribas. Cotidiano e Contextualização no Ensino de Química. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 84-91, maio 2013.

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