USO DO WORDWALL NO ENSINO DAS LIGAÇÕES QUÍMICAS: UM ESTUDO NO ÂMBITO DO PIBID-UEMA

ÁREA

Ensino de Química


Autores

Penha, H.F.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Ribeiro, M.E.P. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Ribeiro, J.R.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Silva, M.I.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Dutra, M.K.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Ribeiro, A.L.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Vasconcelos, A.F.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Silva, A.L.P. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO)


RESUMO

Entende-se que a inovação tecnológica está cada vez mais evolutiva e presente na vida de todos, principalmente dos jovens, que estão mergulhados nessa “Era Digital”, neste sentido, a escola como local de socialização do conhecimento está inteiramente ligada ao fator tecnologia e educação. Diante do exposto, esta pesquisa foi realizada no Centro de Ensino Educa Mais Barjonas Lobão em São Luís – MA, onde o objetivo é utilizar os recursos tecnológicos e integrar os alunos, a fim de obter qualidade de ensino e superar as barreiras que dificultam o aprendizado sobre a Química. Para a realização dessas tarefas foram utilizados alguns materiais como: notebook, wordwall, datashow e joystick, a fim de elaborar atividades de gamificação em sala de aula, possibilitando a participação direta dos aluno


Palavras Chaves

Tecnologia; Recursos; Educação

Introdução

O avanço tecnológico tem atraído cada vez os jovens, que se tornaram o principal público de toda essa rede de evolução, sempre estão conectados, porém cada vez mais dependentes dessa inovação. Nesse contexto, utilizar desse recurso junto a educação é de suma importância, assim como diz Paulo Freire (1996, p.147) “as tecnologias na educação precisam estar a serviço de relações e produções de reconhecimentos, ajudando na curiosidade epistemológica através da expressão criativa e cooperativa, oportunizando uma formação democratizada dos saberes.” Segundo a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) a educação deve abranger os processos formativos que visam o pleno desenvolvimento do educando para a vida, e que este faça uso das tecnologias disponíveis de forma significativa, com o intuito de utilizar das diferentes mídias e recursos digitais, tanto nos contextos educacionais quanto na vida cotidiana, para compreender seu papel com o desenvolvimento social e tecnológico. Logo, não é diferente quando se fala no ensino da química, onde os alunos ao utilizarem destes recursos, possam pôr em prática os assuntos abordados, corroborando para a facilidade de entendimento sobre. Ainda que, é perceptível que as escolas são frutos da era industrial, ou seja, foram estruturadas para preparar as pessoas para viver e trabalhar na sociedade. Diante disso, os métodos tradicionais e retrógrados de ensino enfatizam o individualismo, pois os alunos têm poucas oportunidades para praticarem dinâmicas de grupo e trabalho em equipe. Além disso, observa-se que, as formas de ensinar Química, se limitam a mera transmissão de conceitos, seguindo tais métodos citados anteriormente, e neste caso, percebe-se que os alunos, muitas vezes, não conseguem aprender, pois não são capazes de associar o conteúdo estudado com seu cotidiano, dessa forma, é importante que os professores inovem sobre os métodos de ensino trabalhados, sendo assim, o uso da informática na educação facilita a aprendizagem do discente tal como simplifica o período de planejamento de aula para o docente. Conforme Hoareau (2021), desde o início do século XXI o uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC) em sala de aula vem se expandindo de forma significativa, o que justifica a importância desses recursos, por certo, a exploração da tecnologia pelas escolas como ferramenta motivacional não é nova, Lévy (1993) já salientava a importância da utilização da multimídia na educação, segundo ele, “É, portanto, um instrumento bem adaptado a uma pedagogia ativa” Ademais, como diz Celeste Ferreira e Agnaldo Arroio (2011) “Diante da natureza abstrata da Química e no intuito de promover a aprendizagem dos conceitos químicos, faz-se necessário trabalhar com modelos mentais, concretos ou virtuais para representar determinados fenômenos químicos que constantemente são inacessíveis à percepção humana.” Dessa forma, utilizar atividades com recursos tecnológicos e gamificados que venham a colocar o aluno como participante direto onde estão totalmente imersos e com o auxílio de recursos que possibilitam uma confortabilidade, torna o ensino da química agradável e estimulante em um contexto geral.


Material e métodos

O presente trabalho foi realizado no centro de ensino Educa Mais Barjonas Lobão em São Luís – MA, localizado na AVENIDA 2 QD.07 LOTES 1 E 2, S/N JARDIM AMÉRICA, onde o público-alvo são jovens entre 15 a 10 anos. Gamificação é um termo que compreende no geral a aplicação de elementos de jogos em atividades consideradas “não jogos”, portanto, pode-se fazer uma ponte de educação com “games”, unindo tecnologia de forma estimulante com a educação científica. Nota-se que, hoje em dia a maioria das instituições de ensino apresentam poucos recursos que possibilitam o desenvolvimento das atividades. A busca por políticas públicas que sejam utilizadas de forma correta é a solução para estes problemas enfrentados. Portanto, os recursos apresentados neste trabalho, tornam-se de certo modo acessíveis à medida que, são apresentáveis em computadores e dispositivos móveis. A atividade utilizou-se do site wordwall, que permite a gamificação através de jogos com os mais variados temas e assuntos, garantindo aos estudantes e professores uma maior variedade e opções de ensino. Em uma sala com cerca de 30 alunos, foram organizadas 4 equipes onde um aluno ficava responsável por jogar o game enquanto os outros membros da equipe o auxiliavam, o tema proposto foi ligações químicas, organizado em 12 perguntas, foram trabalhados diversos aspectos físicos e racionais, como coordenação motora, raciocínio lógico, trabalho em equipe e conhecimento acerca do assunto que foi repassado antes pelo professor. Ao final de toda a atividade, foi efetivado um questionário com o intuito de avaliar o método implementado, onde era repassado aos alunos as determinadas perguntas respectivamente: “1°- Você concorda que o wordwall contribuiu para sua aprendizagem?”, “2° - Você classifica o wordwall como uma ferramenta essencial para o seu desenvolvimento escolar?”, “3° - Você notou dificuldades em se concentrar para responder os questionamentos feitos no wordwall?”, “4° - Sobre a disponibilidade do wordwall, você o considera como de fácil acesso?”, “5° - É preferível ter aulas com o uso de recursos como o wordwall para o seu processo de ensino aprendizagem?”, “6° - A respeito do assunto de ligações químicas, o wordwall foi essencial para o seu aprendizado sobre essa matéria?”, “7° - Você notou dificuldades em entender alguns questionamentos sobre ligações químicas com o uso do wordwall?”, “8° - Com o uso do wordwall, você pôde sanar dúvidas sobre o assunto de ligações químicas?”, “9° - Sem a utilização do wordwall, você entenderia o conceito de ligações químicas e suas classificações?”.


Resultado e discussão

É evidente a importância do questionário para a averiguação dos métodos e recursos trabalhados. Assim, coletou-se os dados para confirmar a pesquisa sobre o uso das TDICs no ensino de ligações químicas. A partir disso, os resultados obtidos estão organizados e apresentados no gráfico a seguir (Opção A: Discordo totalmente; Opção B: Discordo parcialmente; Opção C: Não concordo, nem discordo; Opção D: Concordo parcialmente; Opção E: Concordo totalmente). Nota-se que, foram obtidos resultados positivos acerca do uso do site wordwall no ensino de ligações químicas, mais da metade dos alunos (88%) concordaram sobre o uso do site e de que ele contribuiu para a aprendizagem sobre o conteúdo, 58% o classificaram como ferramenta essencial para o seu desenvolvimento escolar, 64% não notaram dificuldades em se concentrar para responder os questionamentos feitos, 70% consideraram de fácil acesso o recurso, 80% dos estudantes preferem ter aulas com o uso de tecnologias digitais para o seu processo de ensino aprendizagem, 71% responderam que o wordwall foi essencial para o seu aprendizado sobre o conteúdo, 61% não notaram dificuldades em entender questionamentos sobre o assunto através do site, 64% responderam que puderam sanar dúvidas sobre o assunto de ligações químicas e 58% concordaram que sem a utilização da TDICs, não entenderiam o conceito de ligações químicas e suas classificações. É notório que este recurso utilizado como exemplo é um de vários que podem ser elaborados para a dinâmica da sala de aula com as tecnologias, de acordo com Bittencourt (2017), A facilidade de acesso das tecnologias digitais pelos jovens obriga o processo de ensino-aprendizagem se adaptar, para preparar e desenvolver cidadãos críticos e ativos. Portanto, esta pesquisa vem ressaltar através de resultados positivos encontrados, a importância dessa adaptação da rede de ensino e de como os alunos avaliam este método auxiliar de educação e dinamização no contexto escolar. Além disso, entender a dificuldade da maioria dos alunos em aprender a química é de suma importância para o docente e o corpo escolar, perceber as repulsões dos estudantes acerca da ciência e trabalhar para corrigir essas falhas é tarefa de toda a instituição, e o uso das TDICs é uma solução para enfrentar esta barreira, obviamente não será a resposta sozinha para tudo, sua função é auxiliar o professor e permitir que ele tenha amplas opções para dinamizar a aula e garantir aos alunos um ensino prazeroso e de fácil compreensão. Moran (2004) compreendia que, “Uma das reclamações generalizadas de escolas e universidades é de que os alunos não aguentam mais nossa forma de ensinar, eles querem mudanças. Os alunos reclamam do tédio de ficar ouvindo um professor falando na frente por horas, da distância entre o conteúdo das aulas e a vida cotidiana. No entanto, o incremento das tecnologias, como forma de busca de mudanças, nem sempre ocorre de fato, pois em geral continua fazendo o de sempre, o professor falando e o aluno ouvindo, apenas com um verniz de modernidade. As tecnologias são utilizadas mais para ilustrar o conteúdo do professor do que para criar novos desafios didáticos.” Conforme dito, o método de ensino tradicional precisa passar por modificações, que permitam aos alunos mais participações na sala de aula e estimulá-los, exatamente onde o papel da TIDCs se apresenta como forma de auxílio. Então, é correto afirmar sobre o papel de importância do professor, que não pode ser substituído de forma alguma pelas tecnologias, elas devem ser utilizadas como forma de auxílio pelo docente, facilitando e integrando ambas as partes presentes na sala de aula. De acordo com o exposto, para ocorrer essa integração o profissional da educação precisa querer abrir sua mente para a renovação dos métodos de ensino, como diz Pereira (2003) “Ao compararmos um jovem atualmente com 18 anos com alguém que tivesse a mesma idade, por exemplo, na década de setenta vai ser difícil não perceber as diferenças sociais, políticas ou culturais que os embalam. Só a disponibilidade de informações e a quantidade de tecnologia que os separam já bastariam para imaginarmos que temos aí dois indivíduos completamente diferentes entre si. Mesmo assim, parece que ainda queremos continuar a tratar, julgar e educar um jovem de hoje com o mesmo arsenal de instrumentos didático-pedagógicos, com a mesma lógica de raciocínio, com os mesmos ritmos empregados há duas ou três décadas, e, às vezes, até mais. Queremos formar indivíduos para o passado ou para o futuro? É bem possível que preguiçosos mesmo sejamos nós, professores, que não queremos largar nossas ligações com as coisas que nos são caras”.

Gráfico



Alunos utilizando o recurso



Área de acesso do wordwall



Conclusões

Desse modo, quando inserido as tecnologias ao ambiente escolar, percebe-se que qualquer área de conhecimento, tende a cativar mais a atenção dos discentes. Logo, contribui para despertar a valorização e o gosto pelos estudos, visto que eles passam a desenvolver maior interesse pelas aulas, questionando e participando mais. Nesse sentido, a pesquisa teve como objetivo destacar a funcionalidade e importância do uso das TDICs para facilitar o ensino aprendizagem da química na sala de aula, promovendo a integração direta dos alunos com os conteúdos apresentados através do docente. Resultou-se em diversos pontos positivos e de que é possível estabelecer uma conexão satisfatória do ensino de ciência para o professor e aluno através desses recursos tecnológicos, provando que, a inovação é forte aliada da educação e que podem trabalhar lado a lado em busca da qualidade de ensino.


Agradecimentos

Agradeço a Universidade Estadual do Maranhão e ao PIBID pela bolsa concedida, meus orientadores Me. Adilson Luís Pereira Silva e Dr. Antônio Francisco Fernandes de Vasconcelos, e aos meus colegas de pesquisa.


Referências

BITTENCOURT, P. A. S.; ALBINO, J. P. O uso das tecnologias digitais na educação do século XXI. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v.12, n.1, p. 205-214, 2017.

BRASIL. Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro de 1996.

FERREIRA, C.; BAPTISTA, M.; ARROIO, A. Visual tools in teaching learning sequences for Science education. Problems of Education in the 21stCentury, v. 37, p. 48-58, 2011.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

HOAREAU, L. et al. Beliefs about digital technologies and teachers’ acceptance of an educational app for preschoolers. Computers and Education, v. 172, p. 104264, 2021.

LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.

MORAN, J. M. Os novos espaços de atuação do professor com as tecnologias. In: ROMANOWSKI, J. P.; MARTINS, P. L. O.; JUNQUEIRA, S. R. A. (Orgs.). Conhecimento Local e conhecimento universal: diversidade, mídia e tecnologias na educação, Curitiba: Champagnat, 2004.

PEREIRA, L.T.V; BAZZO, W. A.; LINSINGEN, I. CNE 390 Conversando sobre educação tecnológica. In: Congresso Brasileiro de ensino de Engenharia, XXXI, 2003. Anais. Rio de Janeiro 2003.

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