ÁREA
Ensino de Química
Autores
Jiraneck, V.A. (UNEMAT) ; Rosa, C.R.J. (UNEMAT) ; Lima, M.P. (IFGO) ; Gomes, A.V. (UPF) ; Geraldi, C.A.Q. (UNEMAT) ; Oliveira, K.C.L. (UFMT) ; Loss, R.A. (UNEMAT)
RESUMO
A universidade pode contribuir com as escolas ao permitir que os estudantes do ensino básico conheçam e/ou realizem experimentos com os materiais utilizados pelos estudantes da graduação. Essas ações podem ser vinculadas diretamente a extensão universitária. Partindo então dessa premissa, essa proposta teve como objetivo oferecer oficinas de Química para estudantes do ensino básico como preparação para a Feira de Ciências. Foram oferecidas oficinas praticas com conceitos da Química para estudantes de duas escolas de Nova Mutum, atendendo mais de 70 estudantes. O despertar para a ciência, em uma era digital, precisa de auxílio prático e o contato com a experimentação através de oficinas ministradas por estudantes dos cursos de graduação pode auxiliar no processo.
Palavras Chaves
Extensão Universitária; Oficinas; Práticas experimentais
Introdução
Ao ensinar Ciências, os professores precisam desenvolver no aluno a capacidade reflexiva, crítica e investigadora, permitindo que seja criado o entendimento das teorias que explicam os fenômenos que ocorrem na natureza (SILVA, ALMEIDA E LIMA, 2018). Nesse sentido, é estabelecido pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que as instituições de ensino devem garantir que as práticas didáticas docentes sejam planejadas para contribuir na apropriação dos conteúdos de maneira crítica e construtiva pelos estudantes (BRASIL, 2001). De encontro com o exposto, as feiras de ciências possuem como principal objetivo a promoção do desenvolvimento da cultura científica, oportunizando ao estudante um olhar de curiosidade sobre os fenômenos observados, desenvolvendo neles a criatividade (DIAS et al., 2020). Entretanto, é difícil abordar conceitos científicos de forma que o estudante desenvolva a sua pesquisa, sem que o aluno tenha ao menos, contato com os laboratórios. Nesse aspecto, a universidade pode contribuir com as escolas ao permitir que os estudantes do ensino básico conheçam e/ou realizem experimentos com os materiais utilizados pelos estudantes da graduação, como é o caso do curso de Agronomia. Essas ações podem ser vinculadas diretamente a extensão universitária, um dos tripés que sustenta a graduação e faz parte diretamente com o ensino e a pesquisa. Partindo então dessa premissa, essa proposta teve como objetivo oferecer oficinas de Química para estudantes do ensino básico como preparação para a Feira de Ciências do município, de forma que estes conhecem pelo menos as principais vidrarias utilizadas em laboratórios.
Material e métodos
Antecedendo a 2ª Feira de Ciências do Clube de Ciências Decolar e do Núcleo Naipce que ocorreu dia 11 de novembro de 2022, foram realizadas oficinas para os estudantes do ensino básico sobre diversos fenômenos químicos, como separação de misturas, reações de oxi-redução e acidez. Foram ministradas oficinas em duas escolas do Município de Nova Mutum, Mato Grosso. As oficinas foram ofertadas nas escolas, em aulas de ciência e/ou Química, de forma que os estudantes pudessem aprender de uma maneira diferente. Todos os materiais utilizados foram dos projetos de pesquisa fomentados pela FAPEMAT e CNPq. As oficinas foram ministradas por estudantes do curso de bacharelado em Agronomia da Universidade do Estado de Mato Grosso e fez parte da disciplina de Química que cursavam no semestre letivo (2022/2), de forma a incluir a extensão universitária nas atividades acadêmicas. Envolver a extensão na graduação, favorece o desenvolvimento mais humano do indivíduo, devolvendo um profissional capacitado não apenas com a formação técnica, mas também cidadã.
Resultado e discussão
As oficinas de Química foram ministradas no dia 23 de junho de 2022 para
aproximadamente 60 alunos de duas turmas do primeiro e segundo ano do ensino
médio da Escola Estadual José Aparecido Ribeiro, localizada no município de Nova
Mutum-MT. Foram apresentados experimentos de separação de misturas, decomposição
da água oxigenada, reações de oxidação do permanganato de potássio e reação de
neutralização com produção do ácido carbônico. Como pode ser observado na Figura
1, os estudantes participaram ativamente das atividades, realizando os
experimentos e com isso, adquirindo o conhecimento passado pelos acadêmicos.
No mesmo dia, uma outra turma da graduação se descolou até a Escola Estadual
Virgílio Correa Filho, atendendo 29 alunos do nono ano da escola (Figura 2).
Foram apresentados experimentos de velocidade da reação com implicação da área
superficial e temperatura da água, reação de decomposição da água oxigenada,
análise de acidez de alimentos e oxidação e redução do cobre e da prata, com
visualização em microscópio. Em sistema de rodízio, os estudantes participaram
de todos os experimentos e se maravilharam com a reação de oxidação e redução da
prata visualizada no microscópio.
A extensão universitária é de fundamental importância para a formação dos
acadêmicos, que conseguem compartilhar com a sociedade os conhecimentos
adquiridos em sala. Nesse sentido, as disciplinas como Física e Química podem
auxiliar as escolas na realização de atividades práticas, uma vez que a maioria
não possui laboratórios específicos. Além desse auxílio, as práticas
desenvolvidas podem ajudar os estudantes no desenvolvimento de trabalhos para
feiras de ciências.
Conclusões
Com as ações foram atendidos mais de 70 estudantes, que tiveram a oportunidade de conhecer sobre alguns experimentos de Química e as vidrarias mais utilizadas em laboratório. O despertar para a ciência dos estudantes no ensino básico, em uma era digital, precisa de auxílio prático e o contato com a experimentação através de oficinas ministradas por estudantes dos cursos de graduação pode auxiliar no processo. Para os estudantes da graduação é fundamental essas ações, pois auxilia na formação extensionista do indivíduo, tornando-o um profissional com conhecimento técnico, mas também humano.
Agradecimentos
A Fundação e Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (FAPEMAT), Núcleo Naipce/Unemat e ao CNPq.
Referências
BRASIL. 2001. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. 3. ed. MEC/SEF, Brasília.
DIAS, F.Y.E.C., OLIVEIRA, R.D., MENDES, R.M.S., PANTOJA, L.D.M., BONILLA, O.H. & EDSON-CHAVES, B. 2020. O papel da Feira de Ciências como estratégia motivadora para o ensino de Botânica na educação básica. Hoehnea 47: e552019. http://dx.doi.org/10.1590/2236-8906-55/2019
SILVA, N. O.; ALMEIDA, C. G.; LIMA, D. R. S. Feira de ciências: uma estratégia para Promover a interdisciplinaridade. Destaques Acadêmicos, Lajeado, v. 10, n. 3, p. 15-26, 2018. ISSN 2176-307. DOI: http://dx.doi.org/10.22410/issn.2176-3070.v10i3a2018.1727