ÁREA
Ensino de Química
Autores
Batista, R.G.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Botelho, E.V.D. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Oliveira, B.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Castro, A.C.G. (SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARÁ)
RESUMO
O presente trabalho situa-se a uma atividade experimental realizada com duas turmas de alunos do 9° ano, da escola EEEFM Zulima Vergolino Dias, cujo objetivo fez-se em mostrar experimentos sobre misturas químicas que podem ser vistas no dia a dia, e assim, instigar os alunos ao ensino de química experimental e investigativo. Ademais, o intuito do trabalho também foi que os alunos compreendessem as definições em relação ao conteúdo. Nesse sentido, por meio dessa aula prática, pode-se afirmar que os alunos obteram um melhor rendimento do assunto, tendo em vista a comparação do antes e o depois da aplicação dos questionários, no qual, observou um nível de menor para outro de mais conhecimento sobre o assunto. Além de inspira-los para o ensino científico nos estudos das ciências naturais.
Palavras Chaves
Ensino de química; Educação básica ; Experimentação
Introdução
No contexto educacional contemporâneo, a busca por métodos de ensino mais eficazes e envolventes tem conduzido a um interesse crescente nas aulas experimentais. Segundo Pereira e Scheibler (2020, p. 01) “a ausência de laboratórios não têm sido mais um alvo de desculpa para que os docentes não realizem aulas experimentais”. Dentro dessa abordagem, destaca-se a realização de aulas experimentais focadas em misturas químicas utilizando métodos alternativos e baixo custo em sala de aula. A possibilidade de proporcionar aos alunos uma vivência direta com os conceitos químicos, aliada à exploração prática dos processos de combinação e separação de substâncias, confere a essa abordagem um papel crucial na formação de uma compreensão sólida dos princípios fundamentais da química. Para Ferreira et al. (2021, p. 02) “nessa perspectiva, pretende-se que o ensino de química possa proporcionar condições para que o aluno seja capaz de reconhecer e compreender de forma integrada as transformações químicas que ocorrem ao seu redor”. Neste contexto, foi idealizada uma aula experimental sobre misturas químicas fazendo a utilização de materiais alternativos para tornar uma aula mais atrativa e dinâmica, como uma aplicação relevante e impactante na educação básica, destacando não apenas o aprendizado mais acessível e estimulante, mas também de cultivar a curiosidade científica desde os estágios iniciais da jornada educacional.
Material e métodos
Este trabalho foi realizado com uma turma de 45 estudantes do 9° ano do ensino fundamental da escola E.E.E.F.M Prof. Zulima Vergolino Dias, em Ananindeua-PA. Foi realizada uma aula sobre misturas químicas, e após isso, foi aplicado dois experimentos de misturas homogêneas. Então, fez-se açúcar diluída na água, e álcool misturado com água e anilina. Por outro lado, em relação as misturas heterogêneas, apresentou-se dois exemplos, óleo com água, e também, óleo com água e areia. Dessa forma, os alunos realizaram um mesmo questionário duas vezes, um depois da aula expositiva, e o outro após esses experimentos, a partir das seguintes perguntas disparadoras: “O que é uma mistura heterogênea?”, “O que é uma mistura homogênea?”, “Adicionando sal de cozinha e areia a um copo com água cria-se qual sistema?”, “Água e álcool é uma mistura homogênea, se sim, por quê?” e “Por que é importante entender sobre os estudos das misturas químicas?”. Nesse contexto educacional, essas perguntas disparadoras aplicadas antes e depois dos experimentos, oportunizaram novas observações sobre o conteúdo, e também, serviu como avaliação para constatar se a prática experimental contribuiu de forma significativa para novas aprendizagens no ensino de ciências.
Resultado e discussão
A tabela a seguir, indica os percentuais em
relação a comparação do antes e depois da
experimentação aplicada ao total de 45 alunos
somados das duas turmas que participaram, e
assim, observou-se um nível crescente de
conhecimento comparado ao inicial. Dessa
forma, na primeira pergunta, inicialmente
26,7% dos alunos erraram, e no final do
trabalho 82,2% acertaram. Em sequência, na
segunda pergunta, inicialmente 23,9% dos
alunos erraram e no final 84,4% acertaram. Já
na terceira pergunta, inicialmente 68,9% dos
alunos erraram e no final 75,6% acertaram. Na
quarta pergunta, inicialmente 42,2% dos
alunos erraram e no final 84,4% dos alunos
acertaram. Por último, na quinta pergunta,
mostrou que inicialmente 0% dos alunos
erraram, e em resultado constante, obteram
100% no final.
Assim, nesse contexto científico, Silva
(2016) diz que a química no cotidiano é a
aliada na hora da investigação do
conhecimento do prévio do aluno com o assunto
científico, e que essa análise precisa ser
feita de forma coletiva, com observações,
discussões e interação dos alunos. Além
disso, ele também cita que a experimentação
no ensino de química desperta o interesse do
aluno em sala de aula. Outrossim, segundo
Salesse (2012) a utilização desses métodos
precisam ser diversificados e bem planejados,
pois assim, facilita compreender o assunto
abordado. Nessa perspectiva, foi realizada a
contextualização do cotidiano dos alunos com
o conteúdo escolar de forma experimental,
despertando a curiosidade e o interesse
deles, e também mostrando a química além da
escola.
Materiais alternativos da atividade experimental
Porcentagens referentes aos resultados
Conclusões
Conclui-se que o presente trabalhou verificou que os estudantes já tinham um pequeno conhecimento sobre o assunto, já que antes de ser aplicado o experimento, haviam assistido uma aula expositiva. No entanto, quando aplicado o experimento sobre misturas químicas, percebeu-se por meio do segundo questionário, que eles conseguiram desenvolver melhor suas respostas, e assim, tendo um maior rendimento de conhecimento. À vista disso, a experimentação científica em sala de aula comprova que é um método eficaz de ensino aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento e a construção do conhecimento científico a partir do seu cotidiano, além de despertar a curiosidade dos alunos. Além disso, ressalta a importância do professor aplicar os métodos alternativos na sala de aula, se reinventando mesmo com ausência de laboratórios educativos ou materiais.
Agradecimentos
À Prof.ª M.ª Ana Carla Gomes Castro Aos alunos do ensino fundamental da escola E.E.E.F.M Zulima Vergolino Dias À Universidade Federal do Pará - Campus de Ananindeua (CANAN)
Referências
FERREIRA, Marcos Vinicios Da Silva; GOI, Mara Elisângela Jappe; MEDEIROS, Denise Rosa. CONTRIBUIÇÕES DAS ATIVIDADES EXPERIMENTAIS INVESTIGATIVAS NO ENSINO DE QUÍMICA DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Revista Ciências & Ideias ISSN: 2176-1477, p. 61-78, 2021.
PEREIRA GOMES, J.; SCHEIBLER, J. EXPERIMENTAÇÃO ALTERNATIVA NO ENSINO DE QUÍMICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA. [s.l: s.n.]. Disponível em:<https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/conapesc/2020/TRABALHO_EV138_MD1_SA18_ID602_25102020102820.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2023.
SALESSE, Anna. A EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA: importância das Aulas práticas no processo de ensino aprendizagem. Paraná, p. 1-39, 2012.
SILVA, Vinicius. A IMPORTÂNCIA DA EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA E CIÊNCIAS. Bauru, p. 1-42, 2016.