ÁREA
Ensino de Química
Autores
Marques, S.R.O. (INSTITUTO FEDERAL DO PIAUI-CAMPUS PAULISTANA) ; Rego, G.A.S. (INSTITUTO FEDERAL DO PIAUI-CAMPUS PAULISTANA) ; Sousa, G.A. (INSTITUTO FEDERAL DO PIAUI-CAMPUS PAULISTANA) ; Araujo, F.C. (INSTITUTO FEDERAL DO PIAUI-CAMPUS PAULISTANA) ; Araújo, F.R. (INSTITUTO FEDERAL DO PIAUI-CAMPUS PAULISTANA) ; Costa, L.S. (INSTITUTO FEDERAL DO PIAUI-CAMPUS PAULISTANA) ; Lima, M.A. (INSTITUTO FEDERAL DO PIAUI-CAMPUS PAULISTANA) ; Silveira, F.F. (INSTITUTO FEDERAL DO PIAUI-CAMPUS PAULISTANA)
RESUMO
Este estudo apresenta a aplicação e avaliação de um jogo didático inovador para o ensino da tabela periódica a estudantes do 1° ano do ensino médio. O objetivo foi tornar o aprendizado da química mais envolvente, despertando o interesse pelos elementos químicos. A abordagem foi construtivista com os alunos desempenhando um papel ativo na construção do conhecimento. O processo envolveu várias etapas, como uma introdução histórica à tabela periódica, seguida de atividades interativas, exploração de relações periódicas e exemplos práticos de aplicações no cotidiano. Concluiu-se que o jogo gerou resultados expressivos, observou-se uma melhora na compreensão dos conceitos da tabela periódica, refletida em melhores desempenhos nas avaliações sobre o tema.
Palavras Chaves
Jogo didático; Tabela Periódica; Ensino Interativo
Introdução
A tabela periódica é uma ferramenta essencial no estudo da química, mas seu conteúdo pode ser um desafio para os alunos do ensino médio. Segundo Cunha (2012), a atividade lúdica, pode não garantir a aprendizagem de maneira imediata, mas, desenvolve diversas competências no discente, mesmo que o aluno tenha visto o jogo apenas como um divertimento, pois, no momento da aplicação o aluno está desenvolvendo seu raciocínio lógico, e também a habilidade do agir perante situações reais. Para tornar o aprendizado mais divertido e interativo, desenvolveu-se um jogo de cartas com o propósito de auxiliar os estudantes a memorizarem os elementos e propriedades presentes na tabela periódica. Os jogos lúdicos proporcionam uma forma didática e atrativa de assimilar os nomes e símbolos dos elementos, sem substituir os métodos tradicionais de ensino, mas complementando-os de maneira eficaz (FERREIRA et al., 2012). Assim, o objetivo principal foi tornar o aprendizado da química mais envolvente, despertando o interesse pelos elementos químicos e suas propriedades. Em suma, a aplicação desse jogo de cartas sobre a tabela periódica é uma maneira criativa e dinâmica de incentivar os alunos do 1º ano do ensino médio a estudarem e entenderem os elementos químicos, tornando o ambiente de aprendizado mais atrativo e contribuindo para o desenvolvimento do interesse nessa importante área da ciência. Os estudantes identificaram as propriedades de cada elemento e compreenderam a organização da tabela periódica. Além disso, essa abordagem trouxe benefícios tanto para os alunos quanto para professores. Os estudantes se envolveram de forma lúdica, aumentando sua motivação e interesse pela química, além de estimular habilidades como o pensamento crítico e a tomada de decisões.
Material e métodos
O trabalho foi desenvolvido na turma do 1° ano de Enfermagem da escola CETI Lucinete Santana da Silva, em Paulistana-PI, com o intuito de ensinar a tabela periódica e as características dos elementos químicos. O método utilizado foi um jogo de cartas interativo chamado "Qual é o elemento?" no qual os alunos participaram em grupos. O jogo consistia em adivinhar a que elemento cada carta se referia, com base em dicas fornecidas nas cartas. A escolha do jogo foi motivada pelo interesse dos alunos no tema e por suas dificuldades de aprendizado em relação ao conteúdo.O jogo foi estruturado em várias etapas. Inicialmente, houve uma revisão sobre a história e organização da tabela periódica. Em seguida, a turma foi dividida em quatro grupos, todos com o mesmo número de integrantes, para facilitar a dinâmica e estimular a competição saudável entre os alunos. As regras e objetivos do jogo foram explicados de forma breve antes de iniciar a atividade. O jogo consistia em cartas distribuídas de cabeça para baixo sobre uma mesa. Um integrante de cada grupo escolhia uma carta sem ver as dicas nela contidas. Cada carta trazia três dicas sobre um elemento químico específico, e os grupos precisavam utilizar essas informações para adivinhar qual era o elemento em questão. Cada dica tinha uma pontuação associada: três pontos para a primeira dica, dois pontos para a segunda e um ponto para a terceira. Caso o grupo não acertasse o elemento após o uso das três dicas, a pergunta passava para os demais grupos que soubessem a resposta. A dinâmica continuou até que todas as cartas fossem utilizadas pelos alunos. Ao final, foi feita a contagem dos pontos de cada grupo, determinando o vencedor do jogo. Para fins avaliativos, posteriormente será aplicado um questionário com os alunos participantes.
Resultado e discussão
O jogo foi aplicado para 15 alunos com êxito e interação, onde a maioria
participou ativamente da competição, atingindo assim, o objetivo da intervenção.
Após o término do jogo, foi aplicado um questionário para os alunos a fim de
avaliar a concepção deles a respeito da metodologia usada. A maior parte das
respostas mostraram que houve grande aceitação em relação à dinâmica de
relacionar a aula teórica tradicional sobre a tabela periódica com o jogo “qual
é o elemento?”
No questionário, ao serem perguntados sobre o jogo ter ajudado a reforçar os
conceitos sobre a tabela periódica 14 alunos falaram que sim, que o jogo ajudou
bastante a compreensão mais concreta sobre o conteúdo, e apenas 1 aluno falou
que o jogo não ajudou a reforçar o conhecimento. Do mesmo modo, quando
questionados sobre a avaliação que eles teriam sobre o jogo, 12 pessoas
avaliaram como muito bom o jogo afirmando que teve grande contribuição no
aprendizado e apenas 3 falaram que avaliariam com razoável.
A abordagem construtivista estimulou maior engajamento dos alunos. Um dos
principais defensores e propositores do construtivismo pessoal foi Ernst Von
Glasersfeld (1989), baseado em dois princípios fundamentais para o estudo do
desenvolvimento cognitivo, do ensino e da aprendizagem: (1) o conhecimento não é
algo passivamente recebido, mas ativamente construído pelo sujeito consciente ao
longo do tempo e (2) a função da cognição é adaptativa e serve à organização do
mundo experiencial e não à descoberta da realidade ontológica.
Assim, a introdução histórica da tabela periódica juntamente com a atividade
interativa aplicada na turma aprimorou a compreensão dos conceitos a respeito
dos elementos químicos, foi perceptível a curiosidade e o interesse dos alunos
em buscar mais conhecimento sobre o assunto.
Conclusões
A abordagem adotada, aliada à proposta lúdica do jogo, revelou-se ser eficaz na promoção de um aprendizado mais envolvente e estimulante da química. A relevância e o impacto positivo do jogo didático inovador no ensino da tabela periódica aos alunos do ensino médio ficaram nítidos. A aplicação do jogo “Qual é o elemento?” comprovou que metodologias ativas ajudam a despertar um maior interesse por parte dos discentes na aprendizagem de determinados conteúdos, como no caso da tabela periódica, pois foi possível verificar a grande interação dos alunos e a curiosidade em pesquisar o assunto.
Agradecimentos
- Programa Institucional de Residência Pedagógica - RP, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). - Instituto Federal do Piauí (IFPI) Campus Paulistana. - Escola-campo CETI Lucinete Santana da Silva.
Referências
ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de Química. 5.ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
BRANDÃO, H. C. A. D. N. T. Estudo sobre a aprendizagem lúdica da tabela periódica através do jogo super trunfo f. Monografia (Especialização em Ensino de Ciências). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2014.
CUNHA, M. B. Jogos no ensino de química: Considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. Revista Química Nova na Escola. v. 34, n. 2, p. 92-98, maio, 2012.
FERREIRA, E. A. Aplicação de Jogos Lúdicos para o Ensino de Química: Auxílio nas Aulas Sobre Tabela Periódica. ENECT, 2012.
LIMA, G. M.; BARBOSA, L. C. A.; FILGUEIRAS, C. A. L. Origens e consequências da tabela periódica, a mais concisa enciclopédia criada pelo ser humano. Química Nova, v. 42, n. 10, p. 1125–1145, out. 2019. https://doi.org/10.21577/0100-4042.20170436