RECURSOS LÚDICOS PARA A EDUCAÇÃO CIENTÍFICA NO INFANTIL V

ÁREA

Ensino de Química


Autores

Ribeiro, M.E.P. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Dutra, M.K.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Ferreira, J.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Silva, E.F.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Nascimento, R.J. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Moraes, S.R.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Silva, K.F.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Santos, A.J.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Penha, H.F.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Dias, V.L.N. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO)


RESUMO

Compreende-se que o brincar tem sua importância para o desenvolvimento infantil, sendo assim, a ludicidade vira um importante instrumento para a construção do conhecimento infantil. Diante do exposto, o desenvolvimento da pesquisa ocorreu na Creche Escola Arte de Educar em São Luís – MA, com crianças com a faixa etária entre 5 a 6 anos, onde o objetivo deste trabalho é utilizar recursos lúdicos, a fim de, proporcionar melhor compreensão dos alunos do Infantil V acerca dos temas envolvendo a Ciência, a partir dos temas escolhidos para introduzir a ciência para a criança. Para a realização dos recursos foram utilizados materiais de fácil acesso, como por exemplo: Papelão, palito de churrasco, papel (cartolina e chamex). A partir desses materiais, foram feitas placas com imagens e fantoches, com o intuito de facilitar a aprendizagem.


Palavras Chaves

Educação; Lúdico; Recursos

Introdução

Independente de época, cultura e classe social, os jogos e brinquedos fazem parte da vida da criança, afinal a infância é a idade das brincadeiras. Neste sentido envolver práticas lúdicas durante o desenvolvimento infantil é necessário para uma absorção maior de conhecimento. Como é mencionado por Sneyders (1996, p.36) que “Educar é ir em direção à alegria.” De acordo com (Vygotsky 1991, p. 62), no desenvolvimento das crianças, “A criança em idade pré-escolar envolve-se num mundo ilusório e imaginário em que os desejos não realizáveis podem ser realizados, e esse mundo é o que chamamos de brinquedo. A imaginação é um processo psicológico novo para a criança; representa uma forma especificamente humana de atividade consciente, não está presente na consciência de crianças muito pequenas e está totalmente ausente em animais”. Dessa forma, Vygotsky acreditava que o brinquedo tem enorme influência no desenvolvimento cognitivo da criança, consequentemente, ao participar de uma brincadeira, transfere-se para uma ação lúdica, estimulando assim, seu intelecto. Partindo desse pressuposto, é válido ressaltar que a palavra lúdica vem do latim ludus e significa brincar. Desse modo, a ludicidade é um importante instrumento para a construção do conhecimento infantil. A arte de educar é despertar o prazer em aprender, conforme afirma Marcellino (1990, p.126): “É só do prazer que surge a disciplina e a vontade de aprender”. Contínuo a este contexto, a importância de trabalhar a leitura desde educação infantil tem também por objetivo ajudar o educando na conscientização da importância do desenvolvimento da sua imaginação, percepção e seu ponto de vista o tornado um ser crítico e construtivo que busca conhecer as necessidades da leitura e assim contribuir no seu cotidiano, na sua formação pessoal, escolar e social. Por consequência, a leitura é um instrumento valioso para a apropriação de conhecimentos relativos ao mundo exterior, ela amplia e aprimora o vocabulário e contribui para o desenvolvimento de um pensamento crítico e reflexivo, pois possibilita o contato com diferentes ideias e experiências. Sendo assim, a Alfabetização Científica é considerada como um processo que é direito da criança, “Há que se desenvolver o gosto pela leitura, afim de que possamos formar um leitor para toda vida” (VILLARDI, 1999, p.11). As formas de ensinar Ciência, muitas vezes, ainda se limitam à mera transmissão de conhecimentos, impossibilitando a formação de cidadãos críticos e conscientes dos problemas ambientais. Ao trabalhar com educação infantil, é importante ter recursos educativos com a finalidade de entreter e instigar os alunos de forma que possam absorver o conhecimento apropriadamente. Para atingir esse fim, os educadores precisam substituir a rigidez pela ludicidade e o prazer em ensinar. Assim como Almeida (1995, p.41) ressalta: “A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio.” Dessa forma o objetivo deste trabalho é utilizar recursos lúdicos, a fim de, proporcionar melhor compreensão dos alunos do Infantil V acerca dos temas envolvendo a Ciência.


Material e métodos

O presente trabalho foi realizado Creche Escola Arte de Educar em São Luís – MA, localizada na Travessa Vitória, n0 11 , Monte Castelo. Onde o público alvo são crianças entre 5 a 6 anos. Entende-se que a definição de jogo é bastante abstrata. Segundo Kishimoto (2002, p.13), “Tentar definir o jogo não é tarefa fácil. Quando se pronuncia a palavra jogo cada um pode entendê-la de modo diferente. Pode-se estar falando de jogos políticos, de adultos, de crianças, animais ou amarelinha, xadrez, adivinhas, contar estórias, brincar de “mamãe e filhinha”, futebol, dominó, quebra-cabeça, construir barquinho, brincar na areia e uma infinidade de outros. Tais jogos, embora recebam a mesma denominação têm suas especificidades”. Partindo do contexto em que o lúdico pode ser entendido de diversas formas, para a elaboração dos materiais trabalhados, baseou-se no conceito de Piaget (1969, p.12) “Quase todos os esquemas sensório-motores dão lugar a um exercício lúdico. Esses exercícios motores consistem na repetição de gestos e movimentos simples, com um valor exploratório: nos primeiros meses de vida, o bebê estica e recolhe os braços e as pernas, agita as mãos e os dedos, toca os objetos e o sacode, produzindo ruído e sons”. Sendo assim, as crianças tem como principal objetivo compreender os objetos que são mostrados a eles. Para a realização dos recursos foram utilizados materiais de fácil acesso, como por exemplo: Papelão, palito de churrasco, papel (cartolina e chamex). A partir desses materiais, foram feitas placas com imagens e fantoches de acordo com os temas ministrados: “De onde vem a água?”, “De onde vem a chuva?”, “Por que sentimos frio ou calor?”, “Por que temos que tomar banho?”, “O que são seres vivos?”, “Os 5 sentidos”. O tempo de cada aula durou em média entre 60 a 90 minutos, a sala era composta por 6 a 8 alunos. Desse modo, houve um estímulo maior durante as aulas, visto que, com uma turma pequena é possível trabalhar individualmente melhor. Convém lembrar, que a criança precisa de tempo e espaço para identificar e construir sua própria realidade. Portanto, durante as aulas realizou-se espaços construídos para a interação da criança com seu cotidiano com o intuito de maior identificação. Assim como Kishimoto (1999, p. 37), aponta a "necessidade da criação de espaços como salas de jogos e cantos que permitam às crianças ter mais liberdade e possibilidades diferentes nos seus movimentos, bem como investir na atividade de exploração", logo, é fundamental deixar a criatividade da criança fluir durante as lições.


Resultado e discussão

É notório a importância do lúdico na educação, principalmente se tratando de educação infantil. Neste caso, quando se relaciona ensino infantil e ciências a dificuldade tende a crescer, tendo em vista, o tabu já relacionado a essa área, por exigir termos mais complexos. Tal questão é também apontada por Brandi e Gurgel (2002), segundo as autoras, a concretização de um processo de ensino e aprendizagem interdisciplinar e contextualizado ainda é um desafio para muitos educadores dos anos iniciais. Portanto, o papel do docente é de facilitador dessa ponte entre o lúdico e a aprendizagem, sendo assim, escolher as formas de recursos a serem trabalhado é o primeiro passo. Partindo desse pressuposto, o atual trabalho auxilia e instiga o docente a sair do método tradicional de ensino e buscar o lúdico, afim de melhorar o método de educação. Desse modo, há várias formas e recursos de trabalhar ludicamente, o importante é sempre estar disposto a modificar o método dependendo das dificuldades intelectuais, sociais e econômicas. Logo, é importante criar situações de incentivo ao jogo, para que ocorra a estimulação do processo criativo e reflexivo da criança. Durante as aulas ministradas, as estratégias mais efetivas foram: Ter o primeiro momento uma roda de conversa introduzindo o assunto e ligando com coisas cotidianas, partindo para o segundo momento, com o auxílio dos recursos didáticos, explicar de forma simples alguns conceitos e finalizando com atividades para a fixação de conteúdo. Dessa forma, consegue-se unir o real ao imaginário, uma vez que, a criança consegue compreender os conceitos simplificados, auxiliando a capacidade de expressar suas opiniões no futuro e discernir sobre assuntos científicos com mais facilidade. Além disso, com as lições passadas no final das aulas, pode-se trabalhar a criatividade e autonomia, enfatizando os conhecimentos adquiridos durante o dia. Tão importante quanto ministrar atividades lúdicas é acreditar no potencial dessa ferramenta. Segundo Cória-Sabini & Lucena (2004), “Os professores que atuam nessa modalidade de ensino preocupam-se apenas em instalar as habilidades que são pré-requisitos para a alfabetização. Para muitos desses profissionais, a aquisição de conhecimentos só se dá por meio de recepção passiva. O questionamento por parte das crianças, a livre movimentação, a interação com os colegas, os jogos não são utilizados como instrumento para o aprender. O brincar é considerado como sinônimo de dispersão e, assim, não é utilizado como um procedimento valioso para a aprendizagem”. Sendo assim, é evidente as dificuldades que ainda existem na educação infantil, onde docentes com pensamentos retrógrados dificultam e estinguem a criatividade e autonomia da criança. Conforme citado por Santos et al. (2010, p. 104) "a brincadeira é a atividade mais nobre da infância", e recusar o seu papel na escola é talvez renegar a própria história de aprendizagem. Em suma, a brincadeira, além de colaborar no desenvolvimento intelectual por meio de exercícios de atenção e pelo estímulo à imaginação também se desenvolve todo o mundo lúdico. É válido ressaltar a linha tênue entre o lúdico como forma de aprendizagem e o brincar por passatempo ou entretenimento. Todas as atividades desenvolvidas, precisam estimular o conhecimento da criança, principalmente quando o enfoque já pré-estabelecido, neste caso foi a ciência o foco principal, tendo isso em vista, todas as atividades foram exclusivamente com o intuito da criança questionar os fenômenos naturais e os conceitos vistos, da mesma forma, permitindo a liberdade delas criarem formas de repassar o conhecimento adquirido.

Plaquinhas

Os 5 sentidos (paladar, visão, tato, audição e \r\nolfato)

Plaquinhas e Fantoches

Por que sentimos frio ou calor? / O que são seres \r\nvivos?

Aula



Conclusões

Em virtude dos fatos mencionados, pode-se concluir que o lúdico como forma de ensino é a melhor ferramenta para se utilizar. Assim, através dos recursos confeccionados, o objetivo de facilitar o ensino foi concluído. Logo, essa melhora serve para ambos, docentes e discentes, tendo em vista que, o estresse e a insegurança durante a aula diminui, e a absorção do conhecimento aprimora. A partir da introdução científica adquirida, a tendência a instigar a leitura nas crianças aumenta. Desse modo, percebe-se que qualquer área de conhecimento, quando inserida ao lúdico tende a atrair mais a atenção dos alunos. Portanto, contribui para despertar a apreciação e o gosto pelos estudos, visto que os mesmos passam a desenvolver maior interesse pelas aulas, questionando e participando mais.


Agradecimentos

Universidade Estadual do Maranhão e ao PIBEX pela bolsa concedida, minha orientadora Dra. Vera Lúcia Neves Dias por toda ajuda durante o trabalho, e aos meus colegas de pesquisa.


Referências

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 1995.
BRANDI, A. T. E.; GURGEL, C. M. A. A alfabetização científica e o processo de ler e escrever em séries iniciais: emergências de um estudo de investigação-ação. Ciência & Educação, Brasília, v. 8, n. 1, p.113-125, 2002. Disponível em: http://www2.fc.unesp.br/cienciaeeducacao/include/getdoc.php?id=541&article=191&mode=pdf . Acesso em 10 ago. 2023.
CORIA-SABINI, Maria Aparecida; LUCENA, Regina Ferreira de. Jogos e brincadeiras na educação infantil. 2ª Ed.São Paulo: Papirus 2004.
MARCELLINO, Nelson Carvalho. Pedagogia da animação. São Paulo: Papirus, 1990.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2002.
PIAGET, Jean. Et al. A Psicologia da Criança. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1969.
SANTOS, Jandira. I. G. et al. Ludicidade, Espaço e Aprendizagem: uma relação possível. In: Voos, Jordelina. B. A. e Becker, Rosana (Org.). Diálogos e Trajetórias: Da perspectiva individual à docência compartilhada. São Paulo: All Print, 2010.
SNEYDERS, Georges. Alunos felizes. São Paulo: Paz e Terra,1996.
VILLARDI, Raquel. Ensinando a gostar de ler e formando leitores para a vida inteira. Rio de Janeiro. Qualitiymark/Dunya. 1999.
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

PATROCINADORES

CFQ PERKINELMER ACMA LABS BLUCHER SEBRAE CRQ XV CAMISETA FEITA DE PET LUCK RECEPTIVO

APOIO

UFRN UFERSA IFRN PPGQ IQ-UFRN Governo do Estado do Rio Grande do Norte Natal Convention Bureau Nexa RN