O PAPEL DAS FEIRAS DE CIÊNCIAS NO NOVO ENSINO MÉDIO

ÁREA

Ensino de Química


Autores

Monteiro, B.F.M. (UNIFAP) ; Silva, V.S. (UNIFAP) ; Sobral, J.V.G. (UNIFAP) ; Oliveira, H.M. (SEED/AP) ; Santos, K.L.B. (UNIFAP)


RESUMO

A implementação do novo ensino médio, traz consigo desafios e inovações, voltadas à adaptação de escolas e professores da rede pública nacional. A divisão de áreas de conhecimento, transdisciplinaridade e eletivas são algumas das propostas envolvidas no novo método, que necessitam de ações contribuintes para seu desenvolvimento, nesse ínterim, as feiras de ciências buscam potencializar o ensino e desenvolver habilidades e competências na área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e nos objetivos do Referencial Curricular Amapaense (RCA).


Palavras Chaves

Novo Ensino Médio; Eletivas; Feiras de ciências.

Introdução

O atual modelo de ensino para rede pública, o Novo Ensino Médio (NEM), foi redigido pela Lei nº 13.415/2017, junto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018), Isso resulta em alterações no currículo nacional, como a flexibilidade da escolha dos alunos, chamada de itinerário formativo. Nesse sistema, os alunos selecionam a área de conhecimento desejada. A reforma do ensino médio no Brasil trouxe mudanças significativas. Ela visa flexibilizar o currículo para torná-lo mais atraente e alinhado aos interesses dos alunos. As áreas de conhecimento foram divididas em quatro etapas: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas. O Novo Ensino Médio inclui etapas como o itinerário formativo, o projeto de vida e as eletivas. A última etapa consiste em escolher as disciplinas que melhor se adequam ao seu projeto de vida (objetivos de estudo), mesclando duas ou mais áreas de conhecimento de maneira transdisciplinar, para isso, são necessárias diferentes propostas de métodos educacionais (FERRETTI, 2018). Eletivas são disciplinas optativas baseadas nos interesses dos alunos, permitindo escolhas alinhadas com seus projetos de vida. Elas apresentam temas envolventes e diversificados, promovendo a interdisciplinaridade por meio de arte, jogos, música e experimentação. Essas abordagens impulsionam o crescimento, fomentando métodos inovadores e a busca por respostas significativas no ensino. (RCA, 2020). Uma abordagem para as eletivas é a feira de ciências, originada das eletivas de Ciências da Natureza. Isso envolve os alunos em experimentação, impulsionando o crescimento pessoal. As exposições podem ocorrer nas feiras de ciências da escola, onde os alunos se tornam protagonistas. No Novo Ensino Médio, as feiras de ciências são um desdobramento das eletiva


Material e métodos

A pesquisa de caráter bibliográfica, objetiva relacionar as feiras de ciências com o eixo educacional do NOVO ensino médio, compreendendo o funcionamento do mesmo, a ocorrência do ensino de química dentro do contexto atual e como as práticas experimentais ajudam a potencializar o ensino na área de conhecimento de ciências da natureza e suas tecnologias. Através da coleta de informações utilizando como base de artigos científicos em torno de 20 artigos no período entre 2000 e 2022 realizada na seguinte base de dados: Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), google acadêmico e portais oficiais, como MEC, RCA, BNCC, LDB, permitiu que fosse compreendido essas alterações ocorridas na estrutura curricular das escolas brasileiras, conforme estudos realizados por Mancuso (2000), Libâneo e Ferreti (2018). Após ser feita análise das informações, foi observado que as feiras de ciências acabam tendo o mesmo interesse em comum que o novo ensino médio, a potencialização do ensino e desenvolver habilidades e competências, permitindo ampliar o conhecimento do aluno. Porém, ela acaba se direcionando mais para as Ciências da Natureza e suas tecnologias. Este artigo propõe investigar como as eletivas do Novo Ensino Médio podem ser aproveitadas de forma inovadora através da realização de uma Feira de Ciências. A feira proporcionará um espaço para os alunos apresentarem projetos interdisciplinares, desenvolvidos a partir de seus itinerários formativos e interesses pessoais. Será analisado como essa abordagem contribui para a aprendizagem, estimulando a criatividade, a pesquisa e a aplicação prática do conhecimento.


Resultado e discussão

O Novo Ensino Médio busca romper com o modelo tradicional de ensino, que muitas vezes se baseava em conteúdos descontextualizados e métodos passivos de aprendizado. Com a implementação dessa nova abordagem, o currículo passa a ser mais flexível, permitindo que os estudantes escolham itinerários formativos de acordo com seus interesses e aspirações. A experimentação é um método de ensino- aprendizagem utilizado na área de Ciências da Natureza, as práticas experimentais complementam o estudo teórico redigido em sala, contextualizando e trabalhando a interdisciplinaridade, incentivando o estudante e desenvolvendo suas habilidades Mancuso (2000). Nessa área de conhecimento é notável que o aluno apresente dificuldade para compreender determinados conteúdos e se frustra, as eletivas tendem a solucionar problemáticas como a falta de interesse e dificuldades, dando significado ao ensino. Visto que as eletivas podem proporcionar métodos de inovação de ensino, tendo em vista a uma ação alternativa, onde as feiras de ciências podem ocupar lugar substancial como suporte educacional. A utilização de experimentos é fundamental, para que garanta o espaço de reflexão desenvolvimento e construção de ideias, ao lado de conhecimentos de procedimentos e atitudes. Mancuso (2000) afirma que através das feiras de ciências o aluno começa a ter mudanças positivas em seus trabalhos, resultando no crescimento pessoal, melhora da capacidade comunicativa, autoconfiança, desenvolvimento do pensamento crítico, motivação, estímulo pela ciência, criatividade e a politização.

Mapa mental- feiras de ciência + novo ensino médio



Áreas de conhecimento



Conclusões

As feiras de ciências possibilitam que o aluno comece a ter mudanças positivas em seus trabalhos e na vida acadêmica, sendo elas: a melhora da capacidade comunicativa, autoconfiança, desenvolvimento do pensamento crítico, motivação, estímulo pela ciência, criatividade e a politização. A participação dos alunos nas eletivas de experimentação, funcionam como instrumento de incentivo e desenvolvimento pessoal, podendo ser exposto em feiras de ciências organizadas pela própria escola, trazendo o aluno como protagonista do ensino.


Agradecimentos

Agradecer ao Curso de Licenciatura em Química (CCLQ/UNIFAP) e ao Departamento de Extensão (DEX/UNIFAP) da Universidade Federal do Amapá, assim como ao Núcleo de Estudos do Ensino de Química (NEEQ/UNIFAP) do qual sou integrante.


Referências

BRASIL. BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR, BNCC. Ministério da Educação, ME. Reforma do Ensino Médio. 2018.
FERRETTI. J. C.. A reforma do ensino médio e sua questionável concepção de qualidade da educação. Estudos Avançados, São Paulo, v. 32, n. 93, 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v32n93/0103-4014-ea-32-93-0025.pdf>
GOVERNO DO AMAPÁ (GEA). Secretaria de Estado da Educação (SEED). Referencial Curricular Amapaense Ensino Médio. Macapá, 2021. Disponível em: https://padletuploads.storage.googleapis.com/653315751/03ff5095c11bf25b6a013a554794d9c 9/RCA_M_DI O_PROTOCOLADO_NO_CEEAP.pdf
LIBÂNEO, J. C.. Adeus professor, Adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. 10. Ed. São Paulo, Cortez, 2007.
MANCUSO, R. Feira de Ciências: produção estudantil, avaliação, consequências. Contexto Educativo Revista Digital de Educación y Nuevas Tecnologias, Buenos Aires, v. 6, n. 1, p. 1-5, b, 2000.

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