EXPERIMENTAÇÃO: UM RELATO SOBRE PRÁTICA ALTERNATIVA NO ENSINO DE MODELOS ATÔMICOS

ÁREA

Ensino de Química


Autores

Patrizze Santos da Cruz, D. (UNIFAP) ; Andrielly Alves de Oliveira, M. (UNIFAP) ; Jarlene Cardoso Chaves, M. (UNIFAP) ; Emanuelle da Silva Moraes, C. (UNIFAP) ; Miranda Vilhena, P. (IFAP) ; Luis Belém dos Santos, K. (UNIFAP)


RESUMO

O presente relato de experiência busca inserir um debate sobre a utilização da experimentação como método alternativo para o ensino dos modelos atômicos, explicitando a importância da demonstração prática de conteúdos de química. Objetiva-se relatar a importância da ludicidade no ensino de química, analisando a eficiência de práticas científicas durante compreensão dos conteúdos abordados, observando se houve a assimilação e o despertar da curiosidade por meio dos alunos, para com as matérias de caráter científico.


Palavras Chaves

Experimentação; Métodos alternativos; Modelos atômicos

Introdução

A teoria atômica da matéria é um, dentre os vários campos da química geral, que busca compreender a natureza da matéria. Ao longo dos anos o conceito de átomo passou por muitas modificações, um dos modelos atômicos mais atual é o de Niels Bohr, que está baseado nos conceitos iniciais da mecânica quântica. De acordo com Bohr, os elétrons estariam dispostos em camadas eletrônicas ao redor do núcleo e que, quanto mais distante estas camadas estivessem do núcleo, mais energéticas elas seriam. Bohr estabeleceu que um elétron, em seu estado excitado, poderia saltar para uma camada mais energética, esse fenômeno foi denominado de Salto Quântico (CHANG, 2013). Como fonte de energia para que ocorra tal fenômeno pode-se usar calor, eletricidade, ondas eletromagnéticas. Sendo uma das principais as ondas ultravioletas, radiação emitida pelo sol que se subdivide em três tipos: UVA, UVB e UVC (ARAUJO, SOUZA, 2011). Um dos métodos mais utilizados para o ensino de teorias como a de Bohr é a experimentação, segundo Pitanga et al (2019) as práticas experimentais no ensino devem ser realizadas com o intuito de organizar e promover generalizações de uma teoria, garantindo seu caráter investigativo. Além disso, as experimentações devem proporcionar a observação dos sistemas e seus comportamentos, para assim elencar suas generalizações, criando um ambiente confortável para que os alunos possam compreender e explicar os processos observados. Diante do exposto, o presente relato de experiência tem como objetivo explicitar a importância da experimentação para a demonstração dos modelos atômicos de forma didática e contextualizada. O objetivo deste trabalho é mostrar um experimento alternativo para o ensino de Modelos Atômicos em sala de aula, sem precisar de um aparato mais caro ou técnico.


Material e métodos

O experimento consistiu em duas lâmpadas de luz negra com materiais alternativos: 4 copos de plástico, 3 marca-textos neons, 2 esmaltes neons, 50g de sabão em pó, 100 mL de água tônica, 1 protetor solar 60 FPS. Dilui-se as cargas dos marca-textos em água e expondo as soluções em luz negra, logo em seguida o sabão e a água tônica, usa-se uma folha de papel para desenhar com os esmaltes, já para apresentar de forma lúdica a eficácia do filtro solar pediu-se para a plateia desenhe com o marca-texto na pele e aplicar o filtro, isto tudo com o objetivo de expor de forma interativa e dinâmica para incentivar a participação de todos (Estrutura em ação na Figura 1). A prática experimental foi criada com o objetivo de ilustrar um fenômeno relacionado à teoria atômica da matéria. Neste caso, o salto quântico, proveniente do modelo atômico de Bohr, se mostrou mais atrativo visualmente para os alunos. Além da ludicidade, a prática também proporciona um momento de interação direta entre expositores e alunos, oferecendo um ambiente mais confortável para os estudantes tirarem dúvidas e até mesmo contribuírem com os colegas. A experimentação foi validada no projeto de feira de ciências “ExpoQuímica”, sendo realizada em duas escolas da rede estadual na zona sul e norte, no ano de 2023, em turmas de 8º ano até o 3º ano do ensino médio (Ver Figura 2). Apesar da variedade das turmas, os estudantes mostraram bastante interesse na realização do experimento, associando o modelo apresentado aos conteúdos apresentados em sala de aula.


Resultado e discussão

A prática promoveu uma revisão sobre o conteúdo de modelos atômicos, possibilitando a observação do fenômeno salto quântico e promovendo um maior interesse pela matéria de química. A ludicidade do experimento permitiu aos alunos um maior entendimento sobre a teoria atômica da matéria, proporcionando a observação dos fenômenos estudados. Além disso, a experimentação demonstra a importância das atividades lúdicas na matéria de química, segundo Macedo (2017) “a feira de ciências é um recurso de suma importância na escola, e é por meio dela que se busca a divulgação dos conhecimentos científicos para a comunidade escolar, onde os alunos conhecem o método científico, utilizam sua criatividade e curiosidade para criar, e se motivam com os projetos apresentados”. No mais, a experimentação proporcionou um momento de interação entre os alunos, onde foi feito um debate comparando as diferenças entre os modelos atômicos. Os estudantes demonstraram bastante curiosidade quanto à prática, trazendo discussões interdisciplinares sobre fenômenos bioquímicos, tais como a biofluorescência, presente nos vagalumes. Tendo sido esta prática elaborada com base no método de instrumentação no ensino, buscou-se trazer a teoria de modelos atômicos para o ambiente de sala de aula de forma mais lúdica, proporcionando ao aluno uma maneira de interagir com o que se desenvolveu. Segundo Souza (2011) o objetivo da instrumentação para o ensino de química é munir o professor de instrumentos e recursos didáticos, possibilitando ações educativas e atividades experimentais em diversos contextos educacionais, adequando-se à realidade dos estudantes. Além disso, este método busca ajudar o professor a desenvolver práticas dinâmicas, levando em consideração os aspectos pedagógicos e estruturais do ambiente.

Figura 1. Experimento em plena atividade.



Figura 2. Validação do Experimento junto aos alunos da Escola Pública.



Conclusões

O ensino de química apresenta um caráter técnico e científico, por ser da área de exatas, os alunos costumam apresentar dificuldades quanto à compreensão das teorias apresentadas. Devido a isso, fica explicito a necessidade da utilização de meios mais atraentes de ensino, como a experimentação. No que diz respeito aos resultados, o projeto apresentou um resultado satisfatório quanto a compreensão e revisão do conteúdo, captando a atenção e a curiosidade dos estudantes durante a aplicação, promovendo debates e a interação em grupo, servindo de referência ao docente para aplicação em sala.


Agradecimentos

Agradecer ao Projeto de Extensão ExpoQuímica pela oportunidade de atuar como expositores dessa importante atividade de Ciências.


Referências

ARAÚJO, T. S.; DE SOUZA, S. O. Protetores solares e os efeitos da radiação ultravioleta. Scientia Plena, [S. l.], v. 4, n. 11, 2011. Disponível em: https://www.scientiaplena.org.br/sp/article/view/721. Acesso em: 20 mar. 2023.

CHANG, Raymond; Química Geral: Conceitos Essenciais; 11a ed. São Paulo; McGraw-Hill;2013

MACEDO, K. O. A feira de ciências como estratégia de ensino. Anais IV CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/35200. Acesso em: 21 abr. 2023.

PITANGA, A. F. et al. Pensar a experimentação no ensino de química: Experimentos adaptados com materiais de fácil aquisição; 1 ed. Aracaju: IFS, 2019.

SOUZA, J. R. T. Instrumentação para o ensino de química: pressupostos e orientações teóricas e experimentais. Belém: UFPA, 2011. 53 p. Disponível em: https://livroaberto.ufpa.br/jspui/handle/prefix/201. Acesso: 08 Ago. 2023

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