Explorando a conexão entre arte e ciência: a atividade “ArtPET comCiência” como espaço para a formação docente

ÁREA

Ensino de Química


Autores

Almeida, W.K.V. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Santos, B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Leite, A.S.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Silva, M.M.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Silva, J.W. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Silva, T.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS)


RESUMO

A atividade "ArtPET comCiência" promove a intersecção entre arte e ciência para enriquecer a formação docente e estimular o pensamento crítico. Realizada pelo PET Química da Universidade Federal de Alagoas, a ação envolve uma seleção de produções artísticas, organização logística e debates que exploram conexões entre ciência e arte, analisando contextos sociais. Os resultados abrangem cinco edições com 76 participantes, incluindo estudantes, professores e comunidade externa à universidade, destacando a interligação entre conhecimento, sociedade e cultura. A atividade fomenta a formação docente ao cultivo reflexão crítica e autonomia intelectual, ampliando a compreensão através da interdisciplinaridade, além de evidenciar o potencial de educação mais abrangente.


Palavras Chaves

Produções artísticas; Formação de professores; Conhecimento

Introdução

A formação docente com foco na promoção do pensamento crítico e da independência intelectual dos sujeitos, exige uma mudança nos currículos e nas práticas educacionais, a fim de superar os modelos pautados na racionalidade técnica, estabelecendo novas abordagens didático-pedagógicas (FERREIRA, 2012). Combinar expressões artísticas e científicas, poderia servir como um caminho viável para ressignificar a formação de professores com um forte compromisso de efetivar a transformação social (FERREIRA, 2012). Dentre as produções humanas, a arte e a ciência estão enfocadas como via de ampliar as experiências e as formas de pensar, na medida em que podem suscitar o desenvolvimento de diferentes dimensões, como cognitivas, sociais, éticas e afetivas (POURTOIS, 1999). Essa expansão de experiências e diferentes formas de pensar podem ser especialmente eficazes em espaços não formais de ensino, nos quais os participantes muitas vezes estão mais abertos a abordagens interdisciplinares e à exploração criativa do conhecimento (PINTO e FIGUEIREDO, 2010). Pensando nisso, o Programa de Educação Tutorial (PET) Química da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) - Campus de Arapiraca, atua desenvolvendo ações que envolvem a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Uma das atividades promovidas pelo PET Química é denominada “ArtPET comCiência”, que tem como objetivo lançar um olhar científico sobre produções artísticas (filmes, músicas, texto, pinturas etc), problematizando as influências dos contextos políticos, culturais e sociais, enriquecendo a formação de futuros professores e capacitando-os a enfrentar os desafios da educação de maneira mais abrangente e holística, não apenas em ambientes acadêmicos tradicionais, mas também em espaços educativos não formais.


Material e métodos

A atividade foi realizada para um público de natureza variada (universitários, estudantes e professores da educação básica e comunidade externa) e teve uma periodicidade bimestral e/ou trimestral, sendo realizada de maneira síncrona via Google Meet e presencial na Ufal. A ação contemplou três etapas, sendo elas: 1) escolha das produções artísticas que permitiam discutir temáticas relacionadas à ciência. Durante o processo de escolha, foram valorizadas diferentes produções artísticas para exibição e discussão, de forma a ampliar a percepção estética e o conhecimento geral dos participantes; 2) organização da logística para a execução. A atividade foi realizada nos moldes de rodas de conversa e debates síncronos. Para isso, duplas e/ou trios de petianos ministraram a atividade. 3) execução. No início da atividade, foi feita uma apresentação da arte escolhida e discutido como a ciência está presente na mesma. Ao longo da atividade, foram realizadas brincadeiras, jogos e quiz sobre o conteúdo em pauta.


Resultado e discussão

Ao longo de 2022, foram realizadas cinco edições da atividade. Na primeira, foram discutidos conceitos de radioatividade, ética aplicada à ciência e a participação feminina na ciência através de discussões suscitadas a partir do filme “Radioactive”. Na segunda, foram realizadas discussões com base no poema “O cheiro da tangerina”, de Ferreira Gullar, o qual viabilizou uma discussão sobre o conceito de tensão superficial e suas aplicações. A terceira foi elaborada através do cordel “Coisas que apenas a Química consegue bem explicar”, com autoria de Paula Dayane Silva Araújo, permitindo uma discussão acerca de conceitos de evaporação e volatilidade de substâncias. A quarta teve como objeto de estudo o filme Homem-Aranha 3, o qual nos trouxe uma formação sobre as propriedades químicas e físicas necessárias para criar teias de aranhas. Já a quinta e última edição do ano contemplou discussões acerca do filme Harry Potter e a Pedra Filosofal, cujo o tema foi “Alquimia em Hogwarts", e, nesta edição da atividade, foi discutida a história da Química. Ao todo, foi alcançado um público de 76 participantes, mostrando que a atividade tem potencial para despertar o interesse da comunidade acadêmica e externa em discussões que correlacionam manifestações artísticas com a ciência. Através desta atividade, pudemos discutir diversos temas e neles problematizar conceitos científicos, artísticos, culturais e sociais, e, dessa forma, fazer com que os participantes, bem como os ministrantes, desenvolvam e exercitem sua criticidade, além de ampliar sua formação docente, pois esta está ligada ao encontro com o outro sujeito, a medida que se reúnem no espaço educativo para o estabelecimento de trocas de experiências e práticas, impulsionando a recriação de saberes (CONTE e PEREIRA, 2013)

Conclusões

A atividade demonstra como a interação entre arte e ciência pode enriquecer a experiência educacional e abrir espaço para reflexões entre conhecimento, sociedade e cultura. A abordagem está alinhada com a busca por uma formação docente que promova a criticidade e a autonomia intelectual, reforçando a importância da interconexão entre diferentes áreas do saber para construir uma educação mais abrangente. Além disso, a colaboração entre espaços formais e não formais de ensino enriquece a formação de professores, preparando-os para serem capazes de adaptar-se às necessidades da educação.


Agradecimentos

Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e ao Programa de Educação Tutorial (PET) Química da Ufal.


Referências

CONTE, E.; PEREIRA, M. A. Pedagogia da Performance: da arte da linguagem à linguagem da arte. In: PEREIRA, MA (Org.). Performance e Educação: (des)territorializações pedagógicas. Santa Maria: Ed. da UFSM, p. 95-114, 2013.

FERREIRA, F. C. Arte: aliada ou instrumento no ensino de ciências? Revista Arredia, v.1, n.1, p. 1-12, 2012.

POURTOIS, J. P. Educação pós-moderna (A). Edições Loyola, 1999.

PINTO, L. T.; FIGUEIREDO, V. A. O ensino de Ciências e os espaços não formais de ensino. Um estudo sobre o ensino de Ciências no município de Duque de Caxias/RJ. II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia, v. 7, 2010.

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