RELATO DE EXPERIÊNCIA NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO II: PLANEJAMENTO DIDÁTICO PEDAGÓGICO RELACIONANDO TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE QUÍMICA.

ÁREA

Ensino de Química


Autores

Silva, M.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO NORTE DO TOCANTINS) ; Palmieri, L.J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO NORTE DO TOCANTINS) ; Paiva, J.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO NORTE DO TOCANTINS)


RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo relatar as experiências vivências no estágio supervisionado e correlacionar teoria, pratica e planejamento em escolas públicas. Foi realizado estágios de observação e regência no ano de 2023 em uma escola da rede pública de tempo integral. As observações realizadas, foram na turma da 1ª série 13.03 do ensino médio. O método de pesquisa realizada foi do tipo experiência vivenciada no estágio supervisionado. Durante o estágio de regência aplicou-se e observou-se a interação dos alunos com a metodologia proposta pela SD. No estágio de regência, foi adotada estratégias de ensino a partir da elaboração de uma unidade didática multiestratégica (UDM). Sendo assim, a experiência vivenciada traz para o estagiário o desenvolvimento da prática observativa.


Palavras Chaves

Formação de professores; Ensino-aprendizagem; Planejamento didático.

Introdução

O campo da formação de professores expandiu- se muito nos últimos 50 anos, apesar dos desafios, os cursos de formação de professores traz uma formação profissional universitária. (NÓVOA, 2017). A formação de professores para educação básica é feita pelas licenciaturas de modo fragmentado entre as áreas disciplinares e níveis de ensino, englobando todas as especialidades, com estudos, pesquisa e extensão, relativos à atividade didática e às reflexões e teorias a ela associadas (GATTI, 2010). O trabalho docente, é uma atividade consciente e sistemática, e o professor tem o papel de guia o aluno a desenvolver habilidades e adquirir conhecimentos, afim de instrumentalizar os alunos como agentes ativos e participantes na vida social (LIBÂNEO, 2017). Dito isto, o planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui a previsão de atividades, conteúdos, métodos (LIBÂNEO, 2014). As ações do planejamento dos professores apontam um olhar burocrático e descontextualizado. Essa ação que segue no planejamento escolar, limita a adoção a um único livro didático para seleção e sequenciamento do conteúdo (FERRARINI, 2020). Em contrapartida, Bego (2016) propõe um modelo de planejamento de ensino, denominado Unidades Didáticas Multiestratégicas (UDM). A definição de uma UDM é um modelo que abrange a integração e planejamento, de modo organizado e sequenciado, de um conjunto de estratégias didáticas e de avaliação de acordo com objetivos de aprendizagem previamente prevenidos, a partir de uma abordagem metodológica (BEGO; FERRARINI; MORALLES, 2021). O presente trabalho tem como objetivo levar para escola local, uma proposta de UDM de forma experimental e investigativa, visando analisar o envolvimento e comprometimento dos discentes nesta metodologia.


Material e métodos

A presente pesquisa será de caráter exploratório (GIL, 2008), tendo como finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias. Apresentando uma perspectiva qualitativa (LUDKE e ANDRÉ, 1986, p.18), a qual, se desenvolve de forma a gerar uma situação natural, gera dados descritivos sobre a realidade de forma contextualizada. O método adotado no trabalho, foi descritivo segundo BEGO (2016) inicialmente propôs um percurso formativo para professores de química denominado de implementação de UDM (Sequência didática). A aplicação da metodologia foi para a turma da 1ª série 13.03, com o conteúdo de ligações química. Inicialmente necessitou de 1 aula para saber os conhecimentos prévios dos alunos sobre ligações químicas. A prática necessitou de 2 aulas e foi realizada no laboratório de ciências. A metodologia utilizada foi o ensino por investigação. Os alunos foram divididos em grupos, um total de 4 grupos com 5 alunos, realizou-se a entrada do primeiro grupo no laboratório, onde receberam um roteiro de prática e realizaram o experimento sob a supervisão do estagiário orientador. Cada grupo tinha como tempo de realização da parte experimental 15 minutos. Os experimentos foram realizados da seguinte forma: no aparato montado que era composto por uma base de madeira, onde continha um circuito elétrico simples ligados a uma corrente elétrica através de um transformador de tensão. No roteiro haviam informações de como realizar o experimental, com a intenção de testarem a condutividade elétrica no aparato, através da utilização de soluções a partir de sal de cozinha NaCl e açúcar (C12H22O11). Utilizou-se copos de plástico para fazerem a solução e observarem e comprovarem a condução elétrica do sistema, através do acendimento da lâmpada de LED que compunha o aparato.


Resultado e discussão

A partir do roteiro entregue como guia para a realização da experimentação, prosseguisse a sequência didática, tendo como objetivo principal do experimento entender as principais diferenças entre ligação iônica e covalente. A metodologia aplicada é o ensino por investigação, sendo assim, no roteiro do experimento, havia 2 substâncias “desconhecidas”, que por sua vez, foi nomeado de substância “X” (sal de cozinha), e substância “Y” (açúcar refinado). Os alunos já haviam reconhecido as substâncias envolvidas na experimentação. Após testarem cada substância no aparato, e observado o comportamento da lâmpada de LED, os alunos deveriam discutir as propriedades físico-químicas dos reagentes. Na intenção de levar os alunos a observação e investigação do experimental, houve um tempo para eles descreverem estes fatos e chegarem a conclusões. O Experimento envolvendo substâncias do cotidiano dos alunos forma utilizadas pois, para eles, poderia ser reprodutivo e conclusivo. A condutividade elétrica no sistema apresentou as características distintas das substâncias utilizadas. Demostradas nas seguintes equações química. Diante do exposto, os alunos conseguiram entender as principais diferenças, das propriedades das ligações químicas e relacionaram teoria e prática, alcançando assim o objetivo proposto. O professor deve propiciar um ambiente favorável para que seus alunos superem a metodologia da superficialidade (CAMPOS; NIGRO, 1999), porém, para tal, é necessária uma atenção não só ao conteúdo como também observações aos comportamentos das substâncias no experimental proposto pela SD adaptada de Bego (2019).

equação química

cloreto de sódio em meio aquoso (1)\r\nsacaroso em meio aquoso (2)

Conclusões

A proposta investigativa foi responsável por uma discussão entre alunos e envolveu também o estagiário proponente da UDM. Neste sentido, ressalta-se o papel dos alunos como protagonistas das discussões. A utilização de substâncias conhecidas favoreceu a quebra do paradigma conhecido/desconhecido, facilitando a relação entre aluno e experimental. Porém, o comportamento do sistema elétrico demonstrou para eles, que o reconhecimento destas substâncias não era suficiente para esclarecer o comportamento observado. Este fato, fomentou a discussão.


Agradecimentos

A Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT). Ao Curso de Licenciatura em Química.


Referências

BEGO, A. M.; FERRARINI, F. O. C.; MORALLES, V. A. Ressignificação dos estágios curriculares supervisionados por meio da implementação de Unidades Didáticas Multiestratégicas. Educação Química en Punto de Vista, v. 5, n. 1, p. 5–28, 2 jul. 2021.

FERRARINI, F. O. C. Desenvolvimento do conhecimento prático-profissional no processo de implementação de unidades didáticas multiestratégicas para o ensino de Química no contexto da formação inicial de professores. repositorio.unesp.br, 17 jan. 2020.

GARNICA, A. V. M et al. Algumas notas sobre pesquisa qualitativa e fenomenologia. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 1, n. 1, p. 109–122, ago. 1997.

GATTI, B. A. Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educação & Sociedade, v. 31, n. 113, p. 1355–1379, 1 dez. 2010.

LIBÂNEO, José C.; FREITAS, Raquel A. M. M. A elaboração de plano de ensino conforme a teoria do ensino desenvolvimental. Texto didático. Digitado. Goiânia, 2014.

LIBÂNEO, J. C. A teoria do ensino para o desenvolvimento humano e o planejamento de ensino. Educativa, v. 19, n. 2, p. 353, 13 fev. 2017.

NÓVOA, A. Firmar a posição como professor, afirmar a profissão docente. Cadernos de Pesquisa, v. 47, n. 166, p. 1106–1133, dez. 2017.

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