RELATO DE EXPERIÊNCIA DA EXPOQUÍMICA: ESCALA MACRO DE PH COM INDICADOR NATURAL REPOLHO ROXO

ÁREA

Ensino de Química


Autores

Lima, L.M. (UNIFAP) ; Monteiro, B.F.M. (UNIFAP) ; Chagas, A.G.S. (UNIFAP) ; Nascimento, V.F. (UNIFAP) ; Silva, V.S. (UNIFAP) ; Espindola, A.C.O. (UNIFAP) ; Oliveira, H.M. (SEED/AP) ; Santos, K.L.B. (UNIFAP)


RESUMO

Com o surgimento da necessidade de implementar projetos voltados pra as áreas de ciências da natureza em escolas públicas, as atividades do projeto de extensão EXPOQUÍMICA apresentaram resultados eficientes no seu papel de divulgação da ciência para estudantes, com o propósito de reflexionar o público alvo das escolas com novos saberes científicos e proporcionar uma experiência que contribua para a formação inicial de acadêmicos de química, física e biologia, haja vista que eles exercem papel fundamental como expositores nos eventos realizados. Dentre os experimentos executados estava a escala macro de pH usando o repolho roxo como indicador, com o intuito de criar uma relação entre o conteúdo teórico de ácidos e bases, normalmente estudados em sala de aula, com o cotidiano dos alunos.


Palavras Chaves

Indicador de pH; Experimentação; Feira de ciência

Introdução

As feiras de ciências incentivam o estudante a colocar em prática seus conhecimentos teóricos através da experimentação, formando alunos que buscam saberes por meio da pesquisa em prol de obter resultados positivos no seu trabalho, desse modo, proporcionar essa metodologia de ensino diferenciada pode ajudar a despertar a curiosidade na disciplina de química e mostrar a importância dessa prática no ensino-aprendizagem. Diante disso, a utilização de práticas metodológicas, diferentes do ensino tradicionalista, juntamente com a experimentação atrelada a interdisciplinaridade, facilita comprovar que a Química faz parte do nosso dia- a-dia. Isto posto, Dias e Brandão (2017) dizem que as disciplinas não devem ser trabalhadas separadamente, é necessário a contextualização dos diversos conteúdos, não focar apenas em uma disciplina especifica, mas sim no conjunto delas como um todo. Logo, deve-se levar em consideração que as feiras de ciências ganham destaque por suas contribuições para o ensino e disseminação do conhecimento, vale destacar que participar da realização dessas atividades fará parte da prática profissional do docente da área de ciências da natureza (VARELA et al.; 2020), por isso a participação de licenciandos como expositores pode proporcionar uma experiência válida para a carreira acadêmica. Nesse contexto, destaca-se a realização do projeto na Escola Elizabeth Picanço Esteves, onde ocorreram exposições de diversas áreas do conhecimento de química, biologia e física, dentre eles estava a Escala Macro de pH que tem como objetivo central formar uma escala de pH utilizando o repolho roxo como indicador natural com o objetivo de identificar se determinada substância do cotidiano é ácida, neutra ou básica por meio das cores obtidas no resultado final da solução.


Material e métodos

O projeto ExpoQuímica surgiu a partir da precisão de inserir atividades destinadas para o curso de Licenciatura em Química da UNIFAP. O coordenador e orientador por trás do projeto é o Prof. Dr. Kelton Belém que tem o intuito de disseminar conhecimento científico para estudantes e aproximar a comunidade acadêmica da sociedade, onde a feira foi realizada numa escola de Santana-AP. A preparação para a realização da escala macro de pH no evento deu-se início pela construção de um roteiro experimental feito pelos acadêmicos, inicialmente houve a preparação do suco do repolho roxo na qual utilizaram-se metade um de repolho roxo, 1,5 L de água e uma panela, adicionou-se a água e o repolho roxo cortado em pedaços na panela, após isso, espera-se obter fervura até que a coloração roxa do repolho esteja aparente, em seguida, separa-se o líquido das folhas pois só será usado o suco. Os materiais e reagentes usados foram 11 copos de plástico de 350 mL, ácido clorídrico, limão, vinagre, refrigerante, shampoo, soda cáustica, amônia, fermento em pó, bicarbonato de sódio, leite de magnésia e uma garrafa para armazenar o suco do repolho. Para a execução da feira, é preciso numerar os copos de 1 a 11, adicionar uma quantidade de cada substância citada acima e aos poucos acrescentar 50 mL do suco do repolho roxo em cada um dos recipientes e explicar para o público o resultado final das colorações obtidas de acordo com a tabela da escala de pH do indicador natural usado (Ver Figura 1). Portanto, o experimento apresentado buscou relacionar, de maneira dinâmica, o cotidiano do estudante com o ensino de química inorgânica, mais especificamente voltado para o conteúdo de ácidos e bases, para facilitar o entendimento no processo de observação e interação com a prática experimental exibida.


Resultado e discussão

A importância das feiras de ciências na experiência escolar do estudante proporciona uma melhor assimilação dos conteúdos e incentiva a aproximação com a pesquisa científica. Nessa perspectiva, por meio da experimentação e uma visão interdisciplinar, o docente permite assumir uma postura mais didática e atrativa, motivando os alunos a serem críticos para construir novas ideais. Carvalho e Gil-Perez (2011), afirmam que se o ensino for agradável, se fizer sentido para as crianças, elas gostarão de ciências e terão maior possibilidade de serem bons alunos nos anos posteriores. Por conseguinte, Pontin et al (2015) diz que as metodologias empregadas no ensino passam por um contínuo processo de aprimoramento e sofrem constantes mudanças, entre essas mudanças a contextualização e a interdisciplinaridade são as mais pautadas quando se fala de construir uma aprendizagem significativa. O experimento exposto buscou relacionar o cotidiano com o conteúdo de ácidos e bases para facilitar o entendimento e interação com a prática experimental exibida em uma escola de Santana, município do Estado do Amapá (Ver Figura 2). Desse modo, as feiras de ciências perpassam por todos esses caminhos da aprendizagem, contribuindo para diferentes competências habilidades adquiridas no processo de participação. Em suma, os objetivos foram alcançados, considerando que as perguntas direcionadas para os alunos que demonstravam curiosidade foram respondidas e suas curiosidades a respeito do experimento foram sanadas. Além disso, a participação de universitários em fase de formação inicial no projeto como expositores possibilita preparar o licenciando para exercer a carreira profissional escolhida.

Figura 1 experimento escala macro de pH



Figura 2 Feira de Química realizada na escola



Conclusões

A realização deste evento é de grande importância para alunos, professores, acadêmicos e a comunidade em geral, tendo em vista que permite o acesso ao conhecimento científico nas áreas das ciências e impulsiona de forma investigativa o interesse pela aprendizagem. Desta forma, a EXPOQUÍMICA, pode ser uma ferramenta eficaz no processo de ensino ao estimular diferentes habilidades dos envolvidos internos e externos nas feiras de ciências, pois além de aproximar a relação teoria-prática de conteúdos diversos, também funciona como preparação para o licenciando exercer o magistério.


Agradecimentos

Agradecer ao Curso de Licenciatura em Química (CCLQ/UNIFAP) e ao Departamento de Extensão (DEX/UNIFAP) da Universidade Federal do Amapá, assim como ao Núcleo de Estudos do Ensino de Química (NEEQ/UNIFAP) do qual sou integrante.


Referências

CARVALHO, A. M. P. de; GIL-PEREZ, D. G. Formação de Professores de Ciências. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
DIAS, S.; BRANDÃO, H. A experimentação no ensino da química inorgânica: ácido e base. Revista eletrônica científica inovação e tecnologia. V. 8, n. 22, 2017.
PONTIN, G. I.; PIMENTA, L. O.; SILVA, M. F.; ARAÚJO PEREIRA, V. R.; SOUZA, L. M; VECCHINI CATANI, K. C. As dificuldades da interdisciplinaridade e contextualização em Uma feira de ciências. I Seminário de Iniciação à Docência. Anais... Barretos. v. 1, n.1, 2015
VARELA, L. K. de S. L.; OLIVEIRA, J. B. S.; AZEVEDO, F. F. C.; LEMOS, P. H. M.; ALMEIDA, D. Y.; BEZERRA, D. P. Mostra Científica como prática diferenciada na formação inicial de professores. Revista Thema, Pelotas, v. 17, n. 2, p. 524–531, 2020. DOI: 10.15536/thema.V17.2020.524-531.1370. Disponível em: https://periodicos.ifsul.edu.br/index.php/thema/article/view/1370.


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