ÁREA
Ensino de Química
Autores
Coutinho de Maria, K. (UNIFAP) ; José Barros Maciel, J. (UNIFAP) ; Silva da Silva, V. (UNIFAP) ; Marques de Oliveira, H. (SEED/AP) ; Luis Belém dos Santos, K. (UNIFAP)
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo verificar se o experimento conhecido como relógio de iodo, pode ser utilizado por docentes no ensino de química, como uma forma prática de abordar o conteúdo de equilíbrio químico para os alunos do ensino básico, utilizando-se de materiais alternativos. Para constatar essa utilidade, foi realizada uma aplicação do experimento em uma feira de ciências, chamada ExpoQuimica, organizada por um projeto de extensão da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), que tem como objetivo levar a parte prática do ensino aos alunos das escolas periféricas do estado do Amapá.
Palavras Chaves
Ensino; Experimentação; Equilíbrio químico
Introdução
Para Santos (2022), a experimentação em química ainda é um desafio a ser enfrentado por professores e gestores, pois a atividade requer um alto investimento financeiro, coisa que infelizmente, diverge da realidade vivida por muitas escolas de ensino básico. Portanto, Uehara (2005) fala que Identificar, analisar e propor soluções para as dificuldades encontradas no processo de ensino e aprendizagem deve ser uma função da sociedade em geral, e não somente ao docente. Seguindo essa linha de pensamento, foi proposto um experimento utilizando materiais alternativos e de fácil acesso, que ensina de forma prática aos alunos conceitos sobre equilíbrio químico. “Os equilíbrios químicos são dinâmicos, ou seja, quando uma reação atingir o equilíbrio, as reações direta e inversa continuam a ocorrer, mas os reagentes e os produtos estão sendo consumidos e recuperados com a mesma velocidade” (ATKINS et al, 2018). O experimento selecionado é denominado de relógio de iodo, uma reação do Iodo com amido de milho. Para verificar se esse experimento poderia ser utilizado por docentes no ensino de equilíbrio químico, foi realizada uma aplicação/validação do experimento em um projeto de extensão da UNIFAP chamado ExpoQuimica, que tem como objetivo levar a parte prática da química aos alunos, através de uma feira de ciências nas escolas públicas do estado do Amapá.
Material e métodos
Antes de realizar aplicação do experimento aos alunos, foi realizado alguns testes no laboratório de química da UNIFAP, juntamente ao coordenador/orientador do projeto ExpoQuimica, Kelton Belém, após os testes foi levado o experimento para aplicação na ExpoQuimica, onde no dia que iria ocorrer o evento separou-se e organizou-se uma bancada para expor e explicar o experimento aos alunos que participariam. A organização da bancada seguiu da seguinte forma, de forma que ficaria visível aos alunos e de fácil acesso para futuro manuseio, colocou-se na bancada os materiais e os reagentes que seriam utilizados, e então foi posta a água para aquecimento prévio para ser utilizada no experimento, durante isso preparou-se a solução de vitamina C (utilizando 1 pastilha de vitamina C e 180 mL de água quente) e a mistura de amido e água (utilizando uma colher de maizena e 180 mL de água quente), finalizado o aquecimento da água e o preparo da solução e da mistura, todos foram postos na bancada, tudo organizado para que na hora da explicação, só fosse necessário acrescentar 60 mL de água quente em 2 copos e em um deles acrescentar 0,5 mL de tintura de iodo, e 1,0 mL da solução preparada de vitamina C no 2°, e então misturar ambas as soluções, e em um 3° copo acrescentar 50 mL de peróxido de hidrogênio (a 10 volumes) e 2 colheres da mistura de amido preparada anteriormente, e então realizar a mistura dos 2 copos e aguardar que a reação ocorra. A aplicação do experimento foi realizada em uma Escola pública da Zona Norte de Macapá-AP para observar a aceitação e interesse dos alunos, com o intuito de mostrar um experimento de baixo custo ao docente também (Ver Figura 1).
Resultado e discussão
Ao se aproximar da banca os alunos apresentavam curiosidade a respeito do
experimento, e então era feita a apresentação do mesmo, que além da fala e da
demonstração dos aplicadores, também se utilizou de cartazes contendo equações
das reações e com o auxílio do mesmo, explicava-se mais detalhadamente o que
ocorreu em cada processo do experimento, onde foi explicado que antes da
formação de um complexo azulado em decorrência da reação do iodo mais o amido de
milho, uma reação de equilíbrio químico estava ocorrendo, essa reação ocorria
quando o iodo entrava em contato com a vitamina C, e se transforma em íons de
iodo, que ao entrar em contato com o peroxido de hidrogênio, voltava ao seu
estado inicial, ficando assim em equilíbrio químico, ou seja formando assim um
ciclo de produto e reagente, essa reação continuaria até que um dos dois
(vitamina C ou Peroxido de hidrogênio) fosse consumido por completo.
Ao final da aplicação alguns demonstravam terem compreendido outros nem tanto
isso pode ser devido ao fato que os alunos eram de diferentes séries, alguns
eram da 2° outros da 1° série do ensino médio, porém algo em comum em todos os
alunos, era que todos tinham e demonstravam o interesse e curiosidade em
compreender aquilo que estava sendo apresentado a eles (Ver Figura 2).
E assim por meio dessa aplicação, constatou-se que o experimento chamado relógio
de iodo, pode ser utilizado pelo docente da instituição como uma forma prática
de explicar conceitos de equilíbrio químico, pois através desse experimento foi
possível explicar aos alunos que uma reação em equilíbrio químico precisa formar
reagentes e produtos na mesma velocidade, atraindo a atenção dos alunos e
ajudando eles a se interessar pelas ciências.
Conclusões
O experimento relógio de iodo foi aplicado em uma feira de ciências, pois de acordo com Carvalho & Gil-Pérez (2016), a experimentação é um componente importante do ensino de ciências, e a feira de ciências possibilita que os alunos compreendam os conceitos científicos mais facilmente em sua aplicação. Tendo esse pensamento em vista, podemos concluir que apesar do ensino de química enfrentar muitas dificuldades, sempre podemos buscar por outras formas de chamar a atenção dos alunos, e através dessas formas, fazer com que eles compreendam e se interessem mais pelos conteúdos passados em sala de aula.
Agradecimentos
Referências
ATKINS, P.; JONES, L.; LAVERMAN, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 7 ed. Porto alegre: BOOKMAN. 2018.
CARVALHO, A. M. P.; GIL-PÉREZ, D. Experimentação em Ensino de Química. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 2016.
SANTOS, C. J. S. Experimentos de baixo custo para o ensino de química por abordagem significativa e por investigação para alunos da 2ª série do ensino médio. Maceió. 2022.
UEHARA, F. M. G. Refletindo dificuldades de aprendizagem de alunos do ensino médio no estudo do equilíbrio químico. Natal-RN. 2005.
