USO DO SOFTWARE DE SIMULAÇÃO PHET COMO RECURSO METODOLÓGICO NO ENSINO DE QUÍMICA

ÁREA

Ensino de Química


Autores

Victoria Gomes Sobral, J. (UNIFAP) ; Jarlene Cardoso Chaves, M. (UNIFAP) ; Emanuelle da Silva Moraes, C. (UNIFAP) ; Silva da Silva, V. (UNIFAP) ; Marques de Oliveira, H. (SEED/AP) ; Luis Belém dos Santos, K. (UNIFAP)


RESUMO

A química faz parte do componente curricular das escolas, alcançando jovens da 1ª, 2ª e 3ª série do ensino médio e objetiva o entendimento de fenômenos e transformações presentes no cotidiano, entretanto, são muitas as problemáticas atreladas ao ensino de química, principalmente relacionadas às metodologias utilizadas, onde algumas são tidas como ultrapassadas e ineficazes. Para mudar o cenário atual, propõe-se uma intervenção de pesquisa metodológica envolvendo a tecnologia da informação e comunicação, as TIC’S, com o objetivo de potencializar o ensino e proporcionar maior qualidade na educação.


Palavras Chaves

Ensino de química; TIC’S; Metodologia de ensino

Introdução

O ensino de química objetiva proporcionar aos alunos o entendimento de fenômenos e transformações do cotidiano baseado na teoria científica, porém, muitas problemáticas fazem com que esse objetivo não seja alcançado, o distanciamento do ensino da realidade vivida é um deles. Olhar para a metodologia utilizada pelo professor faz surgir novas maneiras de ensinar, sendo o preparo do docente o pilar da qualidade do aprendizado (NUNES; ADORNI, 2010). Neste enfoque, a melhoria da educação em química parte de novos escopos didáticos pedagógicos, como oficinas, jogos, rodas de conversa, experimentação e tecnologia. O cenário atual torna possível o uso de tecnologia, proporcionando maior participação e tornando o ensino atrativo e didático (FIOLHAIS e TRINDADE, 2003). As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), afere ao uso do conjunto de recursos tecnológicos por meio da telecomunicação, através de computadores, celulares, internet, sites, vídeos e outros acessos que possibilitem a interação através da tecnologia (FIOLHAIS e TRINDADE, 2003) Diversas estratégias de intervenções e ferramentas podem ser utilizadas no ensino (MELLO, 2020), uma delas é a ferramenta de simulação “PhET Interactive Simulation”, contribuindo de forma lúdica com o estudo microscópico, macroscópico e simbólico no ensino de química, diferente dos modelos tradicionais (RODRIGUEZ, 2012). O uso do simulador PhET como apoio na disciplina de química, estimula o docente a gostar da disciplina, orientando de uma maneira interativa e diferente dos modelos tradicionais (RODRIGUEZ, 2012). Em adição, a forma com que a ferramenta é utilizada ajuda a compreender diversas áreas de conhecimento, no caso do presente trabalho, pretende demonstrar o comportamento das moléculas em relação à luz.


Material e métodos

O presente trabalho é constituído por uma pesquisa básica de caráter misto sugerido por Rosa, Oliveira e Orey (2015) e Johnson e Onwuebuzie (2004), a classe de pesquisa em que o pesquisador mistura ou combina técnicas de pesquisa quantitativa e qualitativa, métodos, abordagens, conceitos ou língua em um único estudo”, e adotados os métodos investigativos e de observação participante, que segundo Flick (2004), considerando caminhos teórico-metodológicos que conceituam o modo como o sujeito – suas experiências, ações e interações – se relaciona ao contexto estudado, diante do exposto, o tratamento de dados se deu por meio de um estudo de caso por apresentar uma assimetria temporal entre a coleta de dados quantitativos e qualitativo, e foi submetido à análise comparativa. A intervenção metodológica apresentada neste artigo ocorreu em uma escola de periferia no Município de Santana no Estado do Amapá, onde duas turmas foram selecionadas para a aplicação do conteúdo, as turmas foram chamadas de 1A e 1B. Na turma 1ª (Grupo de Controle-GC) foi aplicada uma “aula tradicional” com uso de livro, pincel e quadro, em contrapartida, na 1B (Grupo Experimental-GE) foi aplicada uma aula expositiva com uso de Slide e o simulador PhET como variável independente. As duas aulas foram divididas em 3 momentos, I) Roda de conversa e questionário inicial, para saber o nível de conhecimentos dos alunos sobre o conteúdo; II) Aula expositiva (com e sem o uso do software) e III) Momento de conversa sobre a aula e aplicação do questionário final. Os dados coletados e tabulados, seguiram o método descrito por Flick (2004).


Resultado e discussão

Durante a aula tradicional (Figura 1), a turma 1ª mostrou desinteresse, conversas paralelas e uso de celular foram frequentes, já na turma 1B, durante a aula apresentou o mesmo comportamento de conversa paralela e uso de celular, porém ao serem expostos ao uso do software começaram a interagir mais e tirar dúvidas sobre o conteúdo, além de se voluntariarem para manusear o simulador, o que se tornou uma brincadeira e conversa entre os alunos, o qual cada um poderia expor o seu entendimento e ajudar os colegas a compreender melhor o que estava ocorrendo na tela do computador. A aula com o simulador foi feita no auditório da escola, e o uso do simulador foi exposto no projetor, como mostra a Figura 2. O estudo da química em uma perspectiva prática, pode ser aplicada na experimentação, influenciando diretamente na explicação de fenômenos através da base macroscópica do estudo de ciências, já a utilização de TIC’S, como softwares de simulação (SANTOS, WARTHA, FILHO, 2010), jogos interativos (TAVARES, SOUZA, CORREIA, 2013) e laboratórios virtuais (VIEIRA, MEIRELES e RODRIGUES, 2011) podem ajudar a entender o mundo microscópico através dos fenômenos químicos. Após análise comparativa, a turma 1B foi a que apresentou melhor entendimento sobre o conteúdo. Supõe-se que esse resultado se deve ao fato de que para Sanchez (2006), o uso de tecnologia aproxima e facilita meios de informar e educar.

FIGURA 1 - AULA TRADICIONAL



FIGURA 2 - AULA COM PHET SIMULATIONS



Conclusões

O uso do simulador como variável serviu para complementar o processo de aprendizagem, sendo possível experimentar o a tecnologia, incentivando outros professores a utilizarem este recurso como ferramenta de ensino. Quanto as análises, a turma que recebeu a complementação com simulador obteve maior aproveitamento do Ensino. Os resultados do presente trabalho podem ser utilizados como base para futuros trabalhos relacionados ao uso de tecnologias no Ensino de química e na implementação de estudos de novas metodologias educacionais.


Agradecimentos


Referências

FIOLHAIS, C; TRINDADE, J. Física no computador: O computador como uma ferramenta no ensino e na aprendizagem de ciências físicas. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 23, n. 2, p. 157-181. Agosto, 2006.
FLICK, U. Uma introdução à pesquisa qualitativa. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
JOHNSON, R. B.; ONWUEGBUZIE; A. J. Mixed Methods Research: A Re search Paradigm Whose Time Has Come, Educational Researcher, vol.33, 2004, pp.14-26, 2004.
MELLO, I. C. O ensino de química em ambientes virtuais. Cuiabá: EDUFMT, 2020. p. 294 NUNES, A. S. ; ADORNI, D.S . O ensino de química nas escolas da rede pública de ensino fundamental e médio do município de Itapetinga-BA: O olhar dos alunos. In: Encontro Dialógico Transdisciplinar – Enditrans. Vitória da Conquista, BA. - Educação e conhecimento científico, 2010.
ROSA, M.; OLIVEIRA, D. P. A.; OREY, D. C. Delineando e conduzindo o método misto de pesquisa em investigações em educação matemática. Perspectiva em Educação Matemática, Campo Grande – MS, v. 8, p. 749-769, 2015.
SÁNCHEZ, A. El aprendizaje de la Física en el Bachillerato: Investigación con simuladores informáticos vs. Aula tradicional. Deposito digita de conocimientos de la universidad autónoma de Barcelona, 2006.
SANTOS, D.O.; WARTHA, E. J.; FILHO, J. C. S. Softwares educativos livres para o ensino de química: análise e categorização. In: Encontro Nacional de Ensino de Química, 15 (XV ENEQ), 2010, Brasília. Atas... Brasília, 2010.
TAVARES, R. SOUZA, R. O. L.; CORREIA, A. O. Um estudo sobre a “TIC” e o ensino da química. Revista GEINTEC, São Cristóvão, Vol. 3, n. 5, p.155-167, 2013.
VIERA, E.; MEIRELLES, R. M. S.; RODRIGUES, D. C. G. A. O Uso de Tecnologias no Ensino De Química: A Experiência do Laboratório Virtual Química Fácil. In: Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 8 (VIII ENPEC), 2011, Campinas. Atas. São Paulo, 2011

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