FEIRAS DE CIÊNCIAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE QUÍMICA

ÁREA

Ensino de Química


Autores

Lima, L.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ) ; Santos, K.L.B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ)


RESUMO

Este trabalho de revisão trata-se de uma pesquisa que tem como finalidade buscar quais as contribuições da participação de licenciandos em feiras de ciências como janela de entrada para a vida profissional e o crescimento pessoal no âmbito educacional de acadêmicos de licenciatura das áreas de ciências da natureza que estão tendo seu primeiro contato com a docência de forma interdisciplinar e inserindo a experimentação para relacionar teoria-prática. Por essa razão, este trabalho foi elaborado a partir de 9 referências científicas e tem como direcionamento mostrar novos paradigmas que influencie o funcionamento do ensino, não apenas no curso de Licenciatura em Química, mas também em várias áreas do conhecimento em que seja possível implementar essa prática pedagógica.


Palavras Chaves

FEIRAS DE CIÊNCIAS; FORMAÇÃO INICIAL; ENSINO-APRENDIZAGEM

Introdução

Este estudo partiu da falta de expor os impactos que as feiras de ciências tem no processo de formação inicial de acadêmicos do curso de Licenciatura. Sob esse viés, as Feiras de Ciências (FC) são análogas às conferências científicas formais, onde os projetos são exibidos em pôsteres e cada aluno deve fazer uma descrição do seu trabalho (BOWEN; BENCZE, 2015). A participação de uma FC permite aprimorar competências que são trabalhadas e usadas como exercícios de aprendizagem que incluem o estudante na condição de protagonista (VASCONCELOS FILHO e CAVALCANTE, 2020). Com a criação de clubes de ciências como atividades extracurriculares nas escolas, este marco resultou na primeira Feira das Ciências, chama The Children’s Fair, em 1928 (TERZIAN, 2013). Com a valorização da ciência no período pós-Segunda Guerra Mundial as feiras ganharam grande reconhecimento durante os anos de 1930 (BOWEN; BENCZE, 2015), por conseguinte, as FC até os dias atuais se modificam e mostraram-se todas pertinentes em cada época presenciada da história, pois é possível identificar particularidades de contribuições para diferentes partes da sociedade, seja para o desenvolvimento científico, do ensino-aprendizagem ou do conhecimento. Muito se fala das contribuições das FC para alunos e professores, todavia, destaca-se que esse recurso é de grande valia para a formação inicial de professores, pois o processo leva os professores a indagarem e refletir sobre sua forma de lecionar, fomentando novos conhecimentos inovadores (BARBOSA, 2016; SILVA et al., 2022). Por certo, projetos como as FC servem para diminuir a distância entre a graduação e a realidade do magistério como ensaio para o acadêmico ter contato direto com alunos que estão em fase de descoberta sobre onde a ciência está presente no dia a dia.


Material e métodos

Para a elaboração deste resumo de revisão foram utilizados livros eletrônicos e físicos da literatura nacional, além de buscas nas bases de dados do Google acadêmico e Scielo. Tendo como critério de inclusão os artigos publicados entre os anos de 2000 até 2022. O método de abordagem será o fenomenológico, que tal qual Martins e Bicudo (2005), afirma que é necessário estar contextualizada socialmente para buscar compreender novas perspectivas de mundo, ou seja, parte da realidade construída e é interpretada de forma subjetiva. Cabe também destacar, que os métodos de procedimento utilizados são o comparativo e histórico onde Lakatos e Marconi (2003), salientam que, o método comparativo direciona a investigação observando dois ou mais fatos, fenômenos, indivíduos ou classes, buscando ressaltar as semelhanças e as diferenças entre eles. Já o método histórico direciona à pesquisa a partir do estudo dos acontecimentos, processos e instituições do passado, para relacioná-los com a atualidade. O principal objetivo desta pesquisa procura verificar quais as contribuições das feiras de ciências para a formação inicial de professores de Química. Dessa forma, expor os benefícios que a temática envolve é crucial para identificar as barreiras encontradas a respeito de práticas experimentais na educação. Logo, é necessário analisar a problemática que tange o tema no intuito de investigar alternativas facilitadoras para as feiras de ciências colaborarem para o incentivo da pesquisa científica fora do ambiente acadêmico, mas também, estimulá-la nas escolas de nível médio e fundamental como prática pedagógica nas variadas áreas do conhecimento, em especial na química, física e biologia.


Resultado e discussão

Um dos problemas no ensino de química é a forma isolada que os conteúdos são abordados, pode-se dizer que as feiras são como um elo que associa teoria e prática, acrescentando ao estudante uma experiência que perpassa a experimentação, contextualização e interdisciplinaridade. Desse modo, orientado pelos professores e vistos como resultado do esforço coletivo, os conhecimentos através das feiras não se limitam apenas as salas de aula, permitindo a valorização da ciência por socializar seus trabalhos com a comunidade externa a universidade. Diante disso, vale destacar que participar dessas atividades fará parte da prática profissional do docente da área de ciências da natureza (VARELA et al.; 2020). Assim, é possível compreender que para alcançar os objetivos de um profissional da educação, precisa-se conciliar várias metodologias, tendo em vista que cada pessoa tem sua forma de aprender. Com isso, as feiras científicas impactam de forma positiva no processo de formação dos futuros professores de química, enquanto acadêmicos, em fase inicial da construção de identidade profissional, pois atrelada a formação inicial está a formação continuada que é uma forma de se entender professor, para pensar sobre seu modo de trabalhar. O docente é um indivíduo social que possui uma trajetória de vida ligada ao conhecimento teórico-prático que fazem diferença durante o seu magistério (ARAÚJO; ARAÚJO; SILVA, 2015). Portanto, é possível notar que para que a exposição seja feita o estudante precisa passar por várias etapas de organização investigativa, desde a pesquisa sobre o conteúdo estudado, até a oratória de seu discurso que são processos necessários para participar de uma feira e acabam aprimorando o desenvolvimento de determinados aspectos pessoais e profissionais do discente.

FIGURA 1- Contribuição da Feira de Ciências ao Acadêmico



Conclusões

Com essa pesquisa podemos constatar a relevância das feiras de ciências para a sociedade ao longo dos anos, isto resultou em um leque de cenários em áreas do conhecimento envolvendo o ensino-aprendizagem se tratando do envolvimento da experimentação, contextualização e interdisciplinaridade que estão sendo cada vez mais trabalhadas nas escolas. Além disso, as feiras de ciências poderiam ter uma contribuição efetiva na formação docente, considerando que, os expositores assim como o público adquirem conhecimentos que serão levados para a sala de aula, além de aproximar a relação professor-aluno.


Agradecimentos

Agradecer ao Curso de Licenciatura em Química (CCLQ/UNIFAP) e ao Departamento de Extensão (DEX/UNIFAP) da Universidade Federal do Amapá, assim como ao Núcleo de Estudos do Ensino de Química (NEEQ/UNIFAP) do qual sou integrante.


Referências

ARAÚJO, C. M.; ARAÚJO, E. M.; SILVA, R. D. Para pensar sobre a formação continuada de professores é imprescindível uma teoria crítica de formação humana. Caderno Cedes, Campinas, v. 35, n. 95, p. 57-73, 2015. Disponível em https://www.scielo.br/pdf/ccedes/v35n95/0101-3262ccedes-35-95-00057.pdf. Acesso em: 22 jul. 2023.

BARBOSA, L. O. Projetos de trabalhos práticos no ensino de ciências: uma experiência de formação continuada de professores da rede pública. 2016. 222 f. Dissertação (Mestrado Profissional Educação e Docência) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016. Acesso em: 21 jul. 2023.

BOWEN, G. M.; BENCZE. J L. Science Fair. In: GUNSTONE, R(Ed.). Encyclopedia of Science Education. Dordrecht: Springer, 2015. p. 896-897. Acesso em: 21 jul. 2023.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. - São Paulo: Atlas 2003. Acesso em: 20 de jul. 2023.

MARTINS, J.; BICUDO, M. A. V. A pesquisa qualitativa em psicologia: fundamentos e recursos básicos. São Paulo: Centauro, 2005. Acesso em: 20 jul. 2023.

SILVA, E. T. A. et al. Aspectos epistemológicos na formação de professores de ciências da natureza. In: CONGRESSO NACIONAL DE ENSINO DE CIÊNCIAS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES, 3., 2022, Catalão. Anais [...]. Catalão: Even3, 2022. p. 1-8. Acesso em: 19 jul. 2023.

TERZIAN, S.G. Science Education and Citizenship: Fairs, Clubs, andTalent Searches for American Youth, 1918-1958. New York: Palgrave Macmillan, 2013. Acesso em: 19 jul. 2023.

VARELA, L. K. de S. L.; OLIVEIRA, J. B. S.; AZEVEDO, F. F. C.; LEMOS, P. H. M.; ALMEIDA, D. Y.; BEZERRA, D. P. Mostra Científica como prática diferenciada na formação inicial de professores. Revista Thema, Pelotas, v. 17, n. 2, p. 524–531, 2020. DOI: 10.15536/thema.V17.2020.524-531.1370. Disponível em: https://periodicos.ifsul.edu.br/index.php/thema/article/view/1370. Acesso em: 23 jul. 2023.

VASCONCELOS FILHO, S. D.; CAVALCANTE LIMA, K. E. Concepções de Professores da Rede Pública de Pernambuco sobre Feiras de Ciências: Reflexões a partir de uma Atividade Lúdica. Revista Brasileira de Ensino de Ciências e Matemática, [S. l.], v. 3, n. 2, 2020. DOI: 10.5335/rbecm.v3i2.10637. Disponível em: https://seer.upf.br/index.php/rbecm/article/view/10637. Acesso em: 23 jul. 2023.

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