ÁREA
Ensino de Química
Autores
Benaion de Souza, R. (UNIFAP) ; Alfredo S. de Matos, C. (UNIFAP) ; Luis Belém dos Santos, K. (UNIFAP)
RESUMO
Este relato de experiência expõe o Experimento “Camaleão Químico” que trata o conteúdo de oxirredução, apresentado no Projeto de Extensão da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) denominado Expoquímica (Feiras de Química pelo Amapá), em duas escolas, uma no bairro periférico da zona norte e na Zona Sul de Macapá. O experimento foi apresentado para alunos do ensino médio e do Fundamental II da instituição, foi usado o método experimental com uma temática usando materiais alternativos. Pela teoria, foi explicado cada reagente, no qual pode ser usado no cotidiano do aluno, verificou-se que muitos alunos não conheciam o experimento, e que foi de grande ajuda no entendimento do conteúdo de Oxirredução.
Palavras Chaves
Experimentação; Ensino de Química; Oxirredução
Introdução
Este relato traz como tema o experimento de uma reação de oxirredução com Permanganato de Potássio (KMnO4) em meio básico (NaOH) de nome fantasia: “Camaleão Químico” e a relação com o ensino de Química. Envolve conteúdos de Química Inorgânica como número de oxidação, transferência de elétrons entre compostos inorgânicos que podem ser observados pela mudança evidente de coloração do composto. Uma forma didática de estudar as funções inorgânicas e suas propriedades em uma reação química é por meio da experimentação. Santos e Menezes (2020) afirmam que, por meio da experimentação, podem ser atribuídos significados ao conteúdo trabalhados teoricamente, permitindo a observação concreta da teoria, além de proporcionar dinâmica nas aulas. De acordo com Alves, Sangiogo e Pastoriza (2021), uma das dificuldades do Ensino de Química remetem a sua característica de ser um campo abstrato, o que dificulta a aprendizagem, em contrapartida, temos a contextualização que colabora para a compreensão dos fenômenos e conteúdos estudados na Química, segundo Wartha, Silva e Bejarano (2013) ela é entendida como um dos recursos para realizar inter-relações entre conhecimentos escolares e fatos presentes no dia a dia dos alunos. Dessa forma, o uso de metodologias de ensino alternativas contribui para a aprendizagem e fixação dos conteúdos ao unir teoria e prática, de forma significativa e interativa explorando a curiosidade natural dos alunos e direcionando para as atividades práticas da química.
Material e métodos
Os autores participaram de duas edições do projeto de Extensão da UNIFAP denominado ExpoQuímica, nos meses de abril e junho de 2023, e teve como expositores acadêmicos do curso de Licenciatura em Química da UNIFAP, IFAP e UEAP, o evento foi realizado em duas escolas no refeitório de uma escola pública com alunos do ensino médio e fundamental, na zona norte de Macapá-AP. Ao tratar sobre materiais e métodos, entende-se que ambos são indispensáveis na materialização do presente trabalho, portanto, foram reunidos os materiais necessários para a realização do experimento, e são eles: Permanganato de Potássio (KMnO4), Açúcar (C12H22O11), Hidróxido de Sódio em pastilha (NaOH), Água (H2O), um recipiente transparente grande de vidro para observar a mudança de cor, Luvas descartável, Jaleco, Colheres descartáveis. Inicialmente os autores perguntaram para os alunos de forma que se contextualiza o conteúdo do experimento trazendo para as vivencias do dia a dia, por exemplo, por quê quando se corta uma maçã, batata ou banana, a parte exposta adquire uma cor escura rapidamente? Temos a relação com o processo químico da oxidação, conteúdo de química visto no 2° grau e relacionado ao experimento “Camaleão Químico”. Depois são preparadas as duas soluções do experimento, a 1° solução é a de Permanganato de Potássio (KMnO4) diluído em 250 mL de água, ficando com uma coloração violeta. A 2° solução é a de Hidróxido de sódio (NaOH), e Açúcar (C12H22O11), adicionando 8 e 6 colheres descartáveis respectivamente em 250 mL de Água. Em seguida é feita a mistura das duas soluções em um recipiente de vidro já com 500 mL de água, inicia adicionando a 2° solução no recipiente, e logo após a 1°.
Resultado e discussão
O docente de química tem ao seu dispor uma ótima ferramenta pedagógica para o
ensino de ciências, a experimentação, uma vez que é possível fazer a relação
entre e prática, além de despertar o interesse dos alunos por fugir do conceito
da aula convencional na qual o professor transmite o conteúdo de forma
expositiva dentro da sala de aula.
Durante a exposição dos experimentos os alunos puderam interagir com os
expositores/autores e tirar suas dúvidas, além de fazerem a relação com o
assunto estudado na sala de aula com os docentes de química da escola. Pôde-se
notar o interesse dos alunos nas dúvidas relacionadas as etapas do experimento
pela interação e perguntas levantadas por eles, o que contribui para uma
aprendizagem significativa da química.
A mudança de coloração é um fator visual que chama a atenção dos discentes e
essa questão é levantada para compreender o que aconteceu durante a reação de
oxirredução, a transferência de elétrons do agente redutor para o agente
oxidante pode ser notada facilmente devido à essa mudança, e ajuda na fixação do
conteúdo de química. O experimento “Camaleão Químico” pode ser feito com
materiais alternativos que podem ser encontrados facilmente, e sua escolha se
justifica por ser uma prática em que podem ser mostradas as reações que
acontecem no nosso cotidiano (VER FIGURA 1).
Para os autores, a experiência foi incrível, os acadêmicos se aprofundam no
conteúdo de química do seu experimento, o que contribui com a formação inicial
do aluno e expositor uma vez que, a cada feira de Química o discente se
aperfeiçoa tanto no conhecimento em Química quanto em sua oratória, elementos
importantes para seu futuro como pesquisador e educador (VER FIGURA 2).
Solução de permanganato de potássio (KMnO4) e suas \r\nmudanças de coloração conforme a variação do NOX do \r\nMn.
Execução na feira de Química na escola.
Conclusões
O experimento do Camaleão Químico e a abordagem da oxirredução foram fundamentais para o entendimento dos alunos sobre o tema. A experimentação permitiu uma compreensão mais profunda do contexto, gerando maior interesse e engajamento. A interação entre professor e alunos foi aprimorada durante a feira de ciências, despertando admiração. O método experimental revelou-se eficaz na apresentação, proporcionando um aprendizado dinâmico e interativo, utilizando materiais de baixo custo. Dessa forma, os alunos puderam absorver melhor o conteúdo e interagir de maneira mais significativa.
Agradecimentos
Referências
ALVES, Natália Bozzetto; SANGIOGO, Fábio André; PASTORIZA, Bruno dos Santos. Dificuldades no ensino e na aprendizagem de química orgânica do ensino superior-estudo de caso em duas Universidades Federais. Química Nova, v. 44, n. 6, p. 773-782, 2021.
DOS SANTOS, Lucelia Rodrigues; DE MENEZES, Jorge Almeida. A experimentação no ensino de Química: principais abordagens, problemas e desafios. Revista Eletrônica Pesquiseduca, v. 12, n. 26, p. 180-207, 2020.
WARTHA, Edson José; SILVA, EL da; BEJARANO, Nelson Rui Ribas. Cotidiano e contextualização no ensino de química. Química nova na escola, v. 35, n. 2, p. 84-91, 2013.
