OFICINA PARA A CONSTRUÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO COM MATERIAIS DE BAIXO CUSTO: Aplicabilidade em aulas experimentais em aulas do Ensino Médio

ÁREA

Ensino de Química


Autores

Pinheiro de Freitas, A.C. (UEAP) ; Monteiro Souza, A.A. (UEAP) ; Batista Cardoso, A. (UEAP) ; Souza Pinheiro, A. (UEAP) ; Lopes Soares, A. (UEAP) ; Moraes Guerra, I.R. (UEAP) ; Lima Costa, J. (UEAP) ; Sena Coelho, J.O. (UEAP) ; da Conceição Ribeiro, M. (UEAP) ; Pelaes Maciel, S.B. (UEAP) ; Batista Cardoso, R.D. (UEAP)


RESUMO

Com o objetivo de aprimorar o ensino de química, especialmente no ensino médio, considerando a falta de estrutura das escolas onde os estudantes estão inseridos, incluindo a escassez de laboratórios e equipamentos necessários para a realização de aulas experimentais, através da produção de equipamentos utilizando materiais alternativos/reciclados. Durante a oficina foram produzidos: funil de separação, recipiente para armazenagem de água destilada, suporte universal, bico de Bunsen (lamparina) e uma bureta. Foram feitos os testes para demonstração dos equipamentos e em seguida foram apresentados e utilizados em aulas práticas com seis turmas do Ensino Médio de uma escola pública de Macapá-AP. A produção e utilização desses materiais alia aspectos da Química Verde e experimentação.


Palavras Chaves

Ensino de Química; Materiais Alternativos; Experimentação

Introdução

A experimentação é uma parte fundamental do ensino de química, uma vez que permite aos alunos compreenderem os conceitos teóricos de maneira prática e tangível. De acordo com Gomes e Santos (2017), a experimentação possibilita que os alunos visualizem os fenômenos químicos, entendam as reações químicas e identifiquem as propriedades dos elementos. Além disso, a experimentação estimula o pensamento crítico e o raciocínio científico. Como afirma Duschl e Grandy (2013, p. 2), "o ensino de química baseado em experimentação oferece aos alunos oportunidades para desenvolverem habilidades críticas”. A produção de equipamentos de laboratório com materiais alternativos é um campo de pesquisa em expansão, impulsionado pela necessidade de desenvolver soluções para atender às demandas dos laboratórios que não possuem estruturas ou recursos para adquirir materiais essenciais. Essa abordagem tem sido explorada em estudos como o de Garcia, Deitos e Strieder (2020), que destacam a substituição de materiais convencionais por alternativas mais econômicas e ecologicamente viáveis, sem comprometer a qualidade e a precisão dos resultados experimentais. Essa abordagem prática promove a compreensão dos conceitos teóricos e a aplicação dos conhecimentos em situações reais (OLIVEIRA, 2017). Neste trabalho foram produzidos dois suportes universais, um recipiente para armazenagem de água destilada, 03 lamparinas com a finalidade de substituir o o bico de Bunsen, duas buretas e um funil de separação. Ao final da produção e após os testes, a aplicação dos equipamentos foi demonstrada em uma escola da rede pública de Macapá-AP.


Material e métodos

Materiais para a bureta: 1 seringa Bico Luer Lock 60mL ; 1 torneira 3 vias equipo; 1 estilete; 1 cola. Construção: inicialmente, com a seringa de 60mL se prepara a bureta encaixando a torneira de 3 vias na ponta da seringa; Com o auxílio do estilete, corta-se a ponta da segunda seringa de 60mL; cola-se as duas partes inferiores das seringas, em seguida deixe secar e fixar a bureta no suporte universal usando a garra de metal; posicionar um recipiente de vidro na posição da válvula da bureta. Para a construção do suporte universal, utilizamos: 1 Pedaço de madeira (22x36 cm) tábua de cortar carne não mais em uso; 1 Pedaço de vergalhão (50cm) sobra de ferro de construção; 1 bucha de construção; Furadeira doméstica 127V. A construção se deu da seguinte da forma: fazer um furo na madeira, a 10 cm do meio da largura da madeira. Os materiais utilizados para o funil de separação foram: equipo; bolsa de soro reaproveitada; frasco de vidro; barbante. É feito um furo no topo da bolsa de soro, onde a mistura heterogênea será inserida. Ademais, é necessário amarrar um barbante no tubo para que o mesmo possa ser elevado. Materiais para a lamparina: 2 latas de refrigerante vazias; álcool 96%; algodão; tesoura afiada; furador ou prego para fazer furos. Procedimento: limpeza das latas de refrigerante; corte da lata ao meio. Usa-se um furador ou prego para fazer alguns furos na parte superior da lata cortada. Certifique-se de fazer um furo no topo. Foi adicionado algodão suficiente para cobrir o fundo da lata não perfurada. Ao combinar o fundo das latas de refrigerante cortadas para fazer um mini recipiente. Materiais para a construção do armazenador de água destilada foram: Materiais:01 garrafão de 20L; 01 torneira comum ou de filtro; 01 Durepóxi.


Resultado e discussão

A fabricação de equipamentos laboratoriais com materiais alternativos pode ser uma solução sustentável e econômica para a redução dos custos e do impacto ambiental. Como a perspectiva deste trabalho, ele foi bem aceito pelos estudantes, capturando a atenção e a curiosidade dos mesmos. A montagem de uma bureta, um suporte universal e um recipiente para água destilada foi utilizando materiais alternativos que é uma abordagem para oferece benefícios como a redução de custos e a promoção de reciclagem. Os resultados demonstraram que a bureta constituída com as duas seringas descartáveis apresentou boa precisão nas medições, sendo viável para o uso em experimentos de laboratório. Contudo, a transparência e a resistência química devem ser consideradas para garantir a precisão das medidas e evitar interferências, além disso, é necessário realizar testes e calibrações adequadas para garantir a exatidão dos resultados obtidos. O suporte universal desempenhou um papel fundamental na estabilidade da bureta. A sua estrutura ajustável permitiu posicionar a bureta na altura adequada, facilitando a leitura dos volumes. Durante a exposição, não foi observado problema de instabilidade ou falhas estruturais no suporte. O recipiente para água destilada mostrou-se adequado para a tarefa. Não houve vazamentos ou problemas de vedação. O que mais foi de interesse aos alunos foi a lamparina, a simplicidade na fabricação e como ela pode ser útil em um laboratório. Além disso, o contato físico e visual como o equipamento possibilitou uma maior facilidade nas explicações. Essa metodologia busca proporcionar uma abordagem prática e acessível ao ensino de química, mesmo diante das limitações de infraestrutura das escolas.

Conclusões

Ao utilizar diferentes formas de abordagem metodológicas para a prática do ensino de química. Em síntese, a construção e exposição da bureta, suporte universal, recipiente para água destilada, funil de separação e lamparina durante a experimentação foi bem sucedida, com esses componentes demonstrando resistência e desempenho satisfatórios. Esses equipamentos desempenham um papel crucial na realização de análises químicas, e sua adequada utilização e cuidado contribuem para a obtenção de resultados precisos e confiáveis.


Agradecimentos

À Universidade do Estado do Amapá e ao Laboratório Pedagógico de Química - LAPEQUIM/UEAP.


Referências

DUSCHL, R., & GRANDY, R. Two views about explicitly teaching nature of science. Science & Education, 22(9), p. 2109-2139, 2013.
GARCIA, S. D; DEITOS, G. M. P; STRIEDER, D. M. Aspectos epistemológicos da Experimentação no ensino de ciências. Revista Eletrônica Científica Ensino Interdisciplinar. Mossoró, v. 6, n. 16, 2020.
GOMES, M. P., & SANTOS, A. M. (2017). A experimentação como metodologia de ensino no ensino de química. Revista Multidisciplinar da UNIESP, 5(10), p. 77-88, 2017.
OLIVEIRA, C. S. O ensino de química experimental: importância, desafios e segurança. Revista Eletrônica de Educação, 11(1), p. 112-123, 2017.

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