CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS PEDAGÓGICOS PARA ALUNO COM PARALISIA CEREBRAL: INCLUSÃO

ÁREA

Ensino de Química


Autores

Mendonça, M.L.T.G. (IFRJ) ; Cruz, R.P. (UFRRJ)


RESUMO

O objetivo do trabalho foi construir materiais pedagógicos, para serem utilizados nas aulas teóricas da disciplina de Química Geral I, para um aluno que continha paralisia cerebral. A metodologia abrangeu na execução de material específico para o aluno poder participar ativamente das aulas teóricas e também estudar em casa. Os resultados foram consideráveis, o estudante incluído na aula e respectivamente ao seu curso. Conclui-se que é possível realizar a inclusão de um aluno, mesmo que ele apresente um comprometimento grande.


Palavras Chaves

Química; Material Pedagógico; Paralisia Cerebral

Introdução

A Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994) é uma decisão das Nações Unidas sobre, principalmente, a prática em educação especial, abordando procedimentos para a equalização de oportunidades para pessoas com deficiência. Na literatura existem trabalhos que foram idealizados com essa concepção, no sentido de igualdade e justiça, para que aja a inserção da pessoa com necessidades específicas, ao mundo. O trabalho de Mendonça et al (2020) foi concebido com este fundamento, a construção e adaptação de materiais para um aluno com paralisia cerebral, mas para ser executado nas práticas básicas de laboratório de química. O objetivo deste trabalho foi de elaborar materiais pedagógicos para ser utilizado por um aluno com paralisia cerebral, com comprometimento nas mãos, nas aulas teóricas da disciplina de Química Geral I.


Material e métodos

A metodologia empregada foi construir materiais de forma que o aluno com paralisia cerebral, com comprometimento nas mãos, pudesse participar das aulas da disciplina de Química Geral I, do curso de graduação de Biologia, do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), campus Maracanã, de maneira autônoma e de forma efetiva, realizando as atividades propostas, como exercícios e a avaliação (antes era necessário um professor para escrever as suas respostas). O trabalho foi dividido em relação aos conteúdos pertencentes a ementa da disciplina: - Teoria atômica, foram elaborados caixinhas com fórmulas e caixinhas com números, onde o aluno lia o exercício, pegava a fórmula e os números correspondentes e por meio de uma calculadora com os botões bem grande, realizava os cálculos. Também foi construído um diagrama de Linus Pauling de madeira, com um dominó foi elaborado a representação dos subníveis, dos elétrons e dos orbitais para ele fazer a distribuição eletrônica. - Ligação Iônica, Ciclo de Born-Haber e Ligação Covalente foi planejado todo o material em papelão e velcro, por meio desse material o aluno podia montar as fórmulas de Lewis, tanto das ligações iônicas, como covalentes. - Avaliações passaram a ser também confeccionadas de papelão e velcro.


Resultado e discussão

A construção de todo esse material pedagógico acarretou ao aluno bastante autonomia em sala de aula, onde o aluno não ficava mais parado, observando seus colegas a realizarem as atividades propostas, como exercícios, desta maneira ele encontrava-se completamente inserido à disciplina, à turma e também ao seu curso de graduação. Com este material, da mesma forma, o aluno levava para casa, para poder estudar e fixar os conteúdos. A Figura 1-A mostra as caixinhas criadas para ele poder realizar exercícios de cálculos de energia, freqüência, comprimento de onda e outros. A Figura 1-B aponta como era feita a distribuição eletrônica, o aluno pegava o diagrama de madeira fazia a distribuição por subinível e depois com o dominó concebido, era possível fazer a distribuição dos elétrons por orbitais. A Figura 2-A exibe os exercícios efetuados pelo aluno, mostrando o quanto o estudante pode fazer qualquer atividade com este material (papelão e velcro). A Figura 2-B expressa o grau máximo de autonomia, onde o aluno não mais precisa fazer a prova, sem ser junto com a sua turma, em outro local e com um professor para transcrever o que ele fala, desta maneira, o aluno encontra-se realmente incluído.

Figura 1

A - Caixinhas com fórmulas e números.\r\nB - Dmoninó representando a distribuição de elétrons \r\npor orbital.

Figura 2

A - Ligação iônica, covalente e ciclo de Born-Haber.\r\nB - Avaliação.

Conclusões

Conclui-se que trabalhos planejados e elaborados para alunos com paralisia cerebral, principalmente, aqueles que apresentam comprometimentos nas mãos, são possíveis e desta maneira promovem o conhecimento, a independência, a auto-estima e por fim, a inclusão de alunos com necessidades específicas ao mundo que o cerca.


Agradecimentos


Referências

MENDONÇA, Maria Lucia Teixeira Guerra et al. Inclusão: construção e adaptação de materiais de laboratório de química para um aluno com paralisia cerebral. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 12, p. 98620-98627, 2020.
UNESCO Declaração de Salamanca sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. Conferência Mundial de Educação Especial. Salamanca, Espanha. 1994.

PATROCINADORES

CFQ PERKINELMER ACMA LABS BLUCHER SEBRAE CRQ XV CAMISETA FEITA DE PET LUCK RECEPTIVO

APOIO

UFRN UFERSA IFRN PPGQ IQ-UFRN Governo do Estado do Rio Grande do Norte Natal Convention Bureau Nexa RN