DETERMINAÇÃO DE MANGANÊS EM AMOSTRAS DE BANANAS POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA COM CHAMA (F AAS) UTILIZANDO MÉTODO DE DIGESTÃO POR VIA ÚMIDA

ÁREA

Química Analítica


Autores

Nunes, L. (UESB) ; Oiiveira, M.R. (UESB) ; Santos, S.O. (UESB) ; Andrade, G.K. (UESB) ; Araujo, S.A. (UESB) ; Rocha, M.E. (UESB) ; Silva, D.D. (UESB) ; Carvalho, A.L. (UESB)


RESUMO

Neste trabalho, foi avaliado o teor de manganês em amostras de banana da terra, nanica e da prata na cidade de Jequié-BA por Espectrofotometria de Absorção Atômica com Chama (F AAS). As amostras foram digeridas pelo método da digestão ácida por via úmida em um bloco digestor. O método apresentou limites de detecção e quantificação de 0,045 e 0,14 mg L-1, respectivamente.


Palavras Chaves

Mangânes; FAAS; Via úmida

Introdução

A banana é uma das frutas mais consumidas mundialmente, presente na dieta alimentar por ser rica em diversos minerais, vitaminas e outros compostos. Com o aumento na produtividade desses alimentos, muitos agricultores usam fertilizantes ricos em compostos de manganês para melhorar o processo de crescimento (LETERME; BULDGEN; ESTRADA; LONDOÑO, 2006). Assim, podem ocorrer alteração na composição desses produtos, pois parte deles podem ficar aderidos nos vegetais e no solo, causando uma possível contaminação. Embora o manganês seja um micronutriente, a exposição a altas concentrações pode causar sérios efeitos no organismo, especialmente os neurológicos (FRANCO, 2007; GOMES; COLACIOPPO, 2023). Dessa forma, é importante a quantificação do manganês no solo, na água e nos alimentos, a fim de preservar a saúde humana e o meio ambiente. O objetivo deste trabalho é determinar a concentração de manganês em amostras de banana da terra, nanica e prata, coletadas na cidade de Jequié-BA por técnica de F AAS.


Material e métodos

As amostras de banana (da terra, prata e nanica) passaram por secagem, moagem e digestão ácida. Uma massa de aproximadamente 0,200 g das amostras foi pesada em um béquer e transferidas para um tubo de bloco digestor. Em seguida, foram adicionados 3,0 mL de peróxido de hidrogênio e 2,0 mL de ácido nítrico concentrado. A mistura foi deixada em repouso por 15 minutos e aquecida em um bloco digestor a 120ºC até a quase secura. A digestão foi realizada totalmente, resultando numa amostra incolor e límpida. Todas as amostras foram realizadas em duplicata, além de um branco. Após o resfriamento à temperatura ambiente, o digerido foi transferido para um balão volumétrico de 10,0 mL, e o volume completado com água ultrapura. E por último, as amostras digeridas foram analisadas em duplicata no F AAS. O aparelho foi operado com um comprimento de onda de 279,5 nm para o manganês e o oxidante utilizado foi o acetileno.


Resultado e discussão

A calibração por padrão externo foi usada para determinação da concentração de manganês na amostra. A calibração é o procedimento que determina a relação entre a resposta analítica e a concentração do analito. Padrões externos são utilizados para calibrar instrumentos quando não há efeitos de interferência de componentes da matriz na solução do analito. Prepara-se uma série de padrões contendo o analito em concentrações conhecidas e em seguida se procede a calibração, obtendo- se o sinal de resposta (absorbância) como função da concentração conhecida. A curva de calibração para determinação de Mn por F AAS está demonstrada na Figura 1. O limite de detecção foi de 0,045 mg L-1, o limite de quantificação de 0,14 mg L-1. Os dados dos teores de Mn nas três amostras dos alimentos e os valores padrões estão listados na Tabela 1. Todos os resultados estão expressos em miligrama de Mn por kilograma do peso seco do alimento analisado. Os valores médios de Mn foram 0,68 mg.Kg-1 para banana da prata e da terra e 0,94 mg.Kg-1 para banana nanica. De acordo com os dados mostrados na Tabela 1, os níveis de manganês foram baixos em relação aos valores previstos na literatura (ANVISA, 2007; TACO, 2006). Existem alguns fatores que podem ter influenciado, como o tipo de solo, o processo de digestão das amostras, dentre outros fatores (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2005).

Figura 1. Curva de calibração para determinação de Mn por FAAS.

Figura 1. Curva de calibração para determinação de \r\nMn por FAAS.

Tabela 1. Resultados das concentrações obtidas para a determinação de

Tabela 1. Resultados das concentrações obtidas para \r\na determinação de Mn em amostras de banana.

Conclusões

Os resultados obtidos nas amostras de banana consumidos na cidade de Jequié-BA apresentaram baixos níveis de Mn quando comparados com valores encontrados na literatura. Esse fato pode ser atribuído à área menos impactada pelos compostos de Mn, assim como uma baixa absorção desse elemento pelo solo e pela planta e o processo de digestão da amostra. Esses fatores podem interferir na quantidade de manganês encontrada nas amostras analisadas.


Agradecimentos

Programa de Pós-Graduação em Química (PGQUI) Mestrado Profissional em Química – (PROFQUI) UNIVESRSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA.


Referências

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Sistema de Informações sobre Agrotóxicos, 2007. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relatorio_nacional_vigilancia_populacoes_expostas_agrotoxicos.pdf. Acesso em: 02 de ago. de 2023.

FRANCO, G. Tabela de Composição Química dos Alimentos. 9.ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2007, 307p.

GOMES, J. R.; COLACIOPPO, S. Doenças ocupacionais causadas pelo manganês e seus compostos. Faculdade de Saúde Pública/USP. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/274655053. Acesso em: 02 ago. 2023.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos. 4 ed., Brasília. Brasil, Ministério da Saúde. Agência de Vigilância Sanitária. 2005, 1018p.

LETERME, P.; BULDGEN, A.; ESTRADA, F.; LONDOÑO, A. M. Mineral content of tropical fruits and unconventional foods of the Ands and the rain forest of Colombia. Food Chemistry, v. 95, p.644 – 652, 2006.

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