ÁREA
Iniciação Científica
Autores
Almeida Rodrigues, A.L. (IFCE, CAMPUS BOA VIAGEM) ; Rafaella Scheibler, J. (IFCE, CAMPUS BOA VIAGEM) ; Carvalho dos Santos, C. (IFCE, CAMPUS BOA VIAGEM) ; da Silva Santos, J. (IFCE, CAMPUS BOA VIAGEM) ; da Silva Souza, L.G. (IFCE, CAMPUS BOA VIAGEM) ; Sampaio Pimentel, S. (IFCE, CAMPUS BOA VIAGEM) ; Rodrigues Lôbo, F.E. (IFCE, CAMPUS BOA VIAGEM)
RESUMO
Os resíduos oleosos representam um desafio ambiental significativo em várias indústrias e setores. Dentro desse contexto, a adsorção pode ser uma grande aliada. Este trabalho objetivou analisar a capacidade adsortiva dos materiais derivados do Mororó. O carvão foi preparado utilizando uma autoclave na temperatura de 800°C por 04 horas. Analisou-se a capacidade adsortiva da planta utilizando o método denominado de capacidade de adsorção em solventes orgânicos. O carvão apresentou uma melhor capacidade de adsorção ao compararmos com os demais materiais testados. Verificou-se que, o Mororó possui uma excelente capacidade de adsorção envolvendo óleos residuais.
Palavras Chaves
adsorção; óleos; caatinga
Introdução
A Caatinga é um bioma único e exclusivo do Brasil, caracterizado por sua vegetação adaptada às condições áridas e semiáridas do interior nordestino. Abrangendo cerca de 11% do território nacional (SOUSA, 2023). Desse modo, o Mororó (Bauhinia variegata L) planta nativa da Região Nordeste, possui grande potencial para ser utilizada como um material adsorvente. A pequena solubilidade dos óleos vegetais na água constitui um fator negativo no que se refere à sua degradação em unidades de tratamento de despejos por processos biológicos e, quando presentes em mananciais utilizados para abastecimento público, causam problemas no tratamento da água. Atualmente, a reciclagem de um modo geral, vem se mostrando cada vez mais necessária e vantajosa no setor empresarial, quer seja por razões econômicas quer seja pelas ambientais (CHRISTOFF, p. 13, 2006). A adsorção é uma operação de transferência de massa, a qual estuda a habilidade de certos sólidos em concentrar na sua superfície determinadas substâncias existentes em fluidos líquidos ou gasosos, possibilitando a separação dos componentes desse fluído (NASCIMENTO et al, p. 14, 2014). Com isso, a utilização de plantas oriundas da Caatinga e uso na adsorção de óleos residuais é uma área promissora de pesquisa, pois contribui para a preservação da biodiversidade, sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento regional. Diante disso, esse trabalho objetivou analisar a capacidade adsortiva dos materiais derivados do Mororó.
Material e métodos
Os procedimentos avaliados nesse trabalho foram realizados no laboratório de Química do IFCE Campus Boa Viagem. O método utilizado foi o “Standard Methods of Testing Sorbent Performance of Adsorbents” baseado nas normas ASTM F716 99, que consiste em um teste de avaliação da capacidade de adsorção em solventes orgânicos, e que foi realizado da seguinte forma: em um recipiente, béquer, colocou-se os solventes a serem testados, no caso o óleo residual, até uma altura de 2 cm. Foi confeccionada uma cesta em tela de aço inoxidável com malha ABNT 200, abertura de 0,075 mm, onde colocou-se 1,00 g do material adsorvente, o material seco, as cinzas e o carvão oriundos da planta Mororó. Esse conjunto foi pesado e colocado no béquer com o solvente, onde permaneceu em contato durante 5 minutos. Após esse tempo, deixou-se escorrer o excesso por 15 segundos e realizou-se uma nova pesagem. Os resultados da capacidade de adsorção foram apresentados em gramas de solvente adsorvido por grama do adsorvente, sendo representados a partir da porcentagem de aumento de massa.
Resultado e discussão
A tabela 1 apresenta os resultados da capacidade de adsorção da planta seca,
cinzas e carvão do Mororó.
Na tabela 1, a planta seca do Mororó apresentou uma capacidade de adsorção de
340%, tendo o material aumentado na proporção de 4,40g. As cinzas demonstraram
uma capacidade de adsorção de 436%, significando que o material aumentou na
proporção de 5,36g. Já o carvão apresentou uma capacidade de adsorção de 447%,
tendo o material aumentado na proporção de 5,47g.
Os resultados mostraram que, o material seco apresentou uma elevada capacidade
de adsorção, no entanto, as cinzas e o carvão demonstraram uma capacidade
adsortiva excelente. Comprovando que, o processo de calcinação elevou a área
superficial dos materiais fazendo com que mais óleo adsorvesse à superfície do
adsorvente.
Capacidade de adsorção da planta seca, cinzas e \r\ncarvão.
Conclusões
Os resultados desse estudo ressaltam o potencial da planta Mororó como fonte de materiais adsorventes de baixo custo e ecologicamente sustentáveis envolvendo óleos residuais. Além disso, abre caminhos para novas pesquisas visando otimizar os processos de preparação e aplicação desses materiais, bem como explorar outras possíveis aplicações. Dessa forma, nota-se que é uma excelente alternativa a processos adsortivos utilizando óleos residuais.
Agradecimentos
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) Campus Boa Viagem, ao Centro de Inovação e Difusão de Tecnologias para o Semiárido (CIDTS) e à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).
Referências
CHRISTOFF, Paulo. PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DO ÓLEO RESIDUAL DE FRITURA COMERCIAL.: estudo de caso: guaratuba, litoral paranaense. 2006. 66 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Desenvolvimento de Tecnologias, Instituto de Tecnologia Para O Desenvolvimento – Lactec Instituto de Engenharia do Paraná - Iep, Curitiba, 2007.
LIMA, A. C. A; MELO, Q. D; NASCIMENTO, F. R; RAULINO, S. G; VIDAL, B. C. Adsorção: aspectos teóricos e aplicações ambientais. Fortaleza: Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará. p. 14, 2014. Coordenação Editorial: Ivanaldo Maciel de Lima.
SOUSA, Rafaela. Caatinga: resumo, características, fauna, vegetação e clima, 2023. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/caatinga.htm. Acesso em: 24 ago. 2023.