ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E FOTOPROTETORA IN VITRO DE EXTRATODE Hymenaea Courbaril

ÁREA

Iniciação Científica


Autores

Santos Barros, A.J. (INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ - CAMPUS MARACANAÚ) ; Pinehiro da Silva, M.S. (INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ - CAMPUS MARACANAÚ) ; Sales Bastos, R. (INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ - CAMPUS MARACANAÚ) ; Moreira Rebouças, L. (INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ - CAMPUS MARACANAÚ)


RESUMO

A fotoproteção tópica pode apresentar limitações devido à meia-vida especialmente curta na pele, devido a isso, requer-se reaplicações frequentes e podendo apresentar riscos potenciais de efeitos colaterais na pele. Diante disso, a hipótese é que compostos fenólicos da Hymenaea Courbaril podem apresentar atividade fotoprotetora e antioxidante podendo serem carreados para uso tópico. Os extratos foram obtidos por maceração do material seco e caracterizado quanto ao conteúdo de fenólicos totais e flavonoides totais. A avaliação da fotoproteção UVB in vitro foi realizada usando o método espectrofotométrico. O extrato de Hymenaea Courbaril mostrou potêncial antioxidante e fotoprotetor, sugerindo que pode ser usado em formulações fotoprotetoras demandando uma menor quantidade de ativos.


Palavras Chaves

Hymenaea Courbaril; Antioxidante; Fotoprotetor

Introdução

A fotoproteção tópica constitui uma estratégia de prevenção de primeira linha para câncer de pele, incluindo câncer de pele melanoma e não melanoma. No entanto, a fotoproteção tópica pode apresentar limitações devido à meia-vida especialmente curta na pele, o que requer reaplicações frequentes e apresenta riscos potenciais de efeitos colaterais (FANIA et al., 2021). Além disso, um estudo clínico demonstrou que pessoas que utilizaram formulações de protetores solares contendo os ativos fotoprotetores sintéticos oxibenzona, cinamatos, derivados de PABA (ácido p-aminobenzóico) e azo-naftol apresentaram reações alérgicas na pele (THUNE, 1984). A Hymenaea courbaril, popularmente conhecida como Jatobá, pertence à família Fabaceae, subfamília Caesalpinioideae, está bem distribuída em todo o Brasil, ocorrendo em quase todas as regiões. Costa et al. (2021) relataram que o extrato de seiva do caule do Jatobá tem potencial para induzir a cicatrização de feridas cutâneas devido à sua atividade antioxidante associada à presença de compostos fenólicos e flavonoides como catequinas, proantocianidinas e taxifolina (RUTH et al., 2021). Diante do exposto, a hipótese é que compostos fenólicos da Hymenaea Courbaril podem apresentar atividade fotoprotetora e antioxidante podendo serem carreados para uso tópico.


Material e métodos

Os extratos foram obtidos por maceração do material seco (cada lote com 5 g de cascado caule e 300 mL de solução etanólica 70% (v/v) sob agitação constante por 48 h. O extrato hidroetanólico bruto foi concentrado em rota evaporador a 45 °C e filtrado em papelfiltro de 0,28 µm e liofilizado. O extrato seco obtido foi caracterizado quanto ao conteúdode fenólicos totais e flavonoides totais. O valor de fenólicos totais foi determinado pelo método de Folin- Ciocalteu(SINGLETON, ROSSI, 1965). Uma alíquota (0,025 mL) da solução de extratohidroetanólico (1 mg mL −1) foi diluída para 0,5 mL e misturada com 0,5 mL de reagenteFolin-Ciocalteu, 1,0 mL de 20% m/v de carbonato de sódio (Na 2 CO 3 ) e 1,0 mL de águadestilada.O conteúdo total de flavonoides foi determinado de acordo com o método colorimétricode cloreto de alumínio (RODRIGUES et al., 2021). Alíquotas de solução do extrato daHymenaea courbaril (0,5 mL) foram misturadas com 1,5 mL de etanol a 95%,0,1 mL de 10% m/v de cloreto de alumínio hexahidratado (AlCl 3. 6H 2 O), 0,1 mL de 1 molL −1 de acetato de sódio (CH 3 COONa) e 2,8 mL de água deionizada. A atividade antioxidante do extrato foi investigada pelo método do DPPH˙ radical em triplicata. Foram preparadas duas curvas para o extrato. 2,5 mL de cada concentração foi misturada com 1,0 mL de uma solução 0,3mmol L -1 de solução etanólica de DPPH à temperatura ambiente no escuro por 30 min. Aabsorbância foi medida em 518 nm em Espectrofotômetro UV Vis (Genesys 10S, ThermoScientific, USA). A avaliação da fotoproteção UVB in vitro foi realizada usando o método espectrofotométrico descrito por Mansur et al. (1986) do extrato seco. A determinação do FPS é a correlação entre o efeito eritemogênico (EE) e a intensidade da radiação em cada comprimento de onda (I) (Tabela 1).


Resultado e discussão

O rendimento obtido foi de 3,34% ± 0,56 de extrato etanólico seco de Hymenea courbaril em relação ao material vegetal utilizado (cascas do caule). O valor de fenólicos totais do extrato da casca do caule da Hymenaea courbaril expresso como equivalente de ácido gálico foi de 419,4 mg ± 2,2 EAG/g de extrato. O teor de flavonoides totais do extrato etanólico seco da casca do caule da Hymenaea courbaril expresso como quercetina foi de 4,4 mg ± 0,1 EQ/g de extrato apresentando-se maior que o valor encontrado por Vencatoet al. (2016) de 3,9 mg ± 0,1 EQ/g de extrato do caule da Hymenaea courbaril.Atividade antioxidante (IC50) pelo método do DPPH de140,42 ± 1,03 µgde extrato /mL para o extrato seco da casca do caule, Veggiet al (2014) encontrou valor de 200 µg/mL e Vencatoet al. (2016), obteve um valor de IC50 de 33,97 µg/mL para o extrato do caule da Hymenaea courbaril e de 18,22 µg/mL para flavonoids totais. O método para determinação de FPS (Fator de Proteção Solar) espectrofotométrico é reprodutível quando se compara com o método in vivo recomendado pelo FDA (YANG et al., 2018). De acordo com a RDC 30/2012 ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o valor mínimo de FPS para um protetor solar cosmético é 6. O valor obtido de fator de proteção solar para o extrato seco foi de 9,8 concluindo-se que o extrato de Hymenaea courbaril pode ser usado para complementar o FPS de produtos cosméticos fotoprotetores diminuindo dessa forma a quantidade de filtros químicos sintéticos na formulação.

Tabela 1

Tabela 1 – Produto normalizado EE x I usado no \r\ncálculo do FPS.\r\nLegenda: EE: Efeito Eritermogênico; I: Intensidade \r\nda radiação.

Conclusões

O extrato de Hymenaea Courbaril foi obtido com sucesso mostrando potencial antioxidante e fotoprotetor corroborando com os altos valores de fenólicos encontrados no extrato, sugerindo que pode ser usado de forma complementar em formulações fotoprotetoras demandando uma menor quantidade de ativo sintético fotoprotetor para atingir o FPS desejado apresentando-se promissor.


Agradecimentos


Referências

FANIA, L. et al. Systemicphotoprotection in skincancerprevention: Knowledgeamongdermatologists. Biomolecules, v. 11, n. 2, p. 332, 2021.

THUNE, P. Contact andphotocontactallergytosunscreens. Photo-dermatology, v.1, n.1, p. 5–9, 1984.
COSTA, S. C. C. et al. Evaluationofantioxidant, photoprotectiveandantinociceptiveactivitiesofMarcetiamacrophyllaextract: potential for formulationofsunscreens. BrazilianJournalofBiology, v. 83, p. e246312, 2021.

RUTH, S. L. et al. AntioxidanteffectofHymenaea courbaril L (Jatoba) saponthehealingofwoundsonmice. Journalof Medicinal PlantsResearch, v. 15, p. 160–171, 2021.

SINGLETON, V.L.; ROSSI, J.A. Colorimetryof Total PhenolicswithPhosphomolybdic-Phosphotungstic Acid Reagent. American JournalofEnologyandViticulture, v.16, p. 144-158, 1965. Disponível em:http://www.ajevonline.org/content/16/3/144.full.pdf+html

RODRIGUES, F. A. M. et al.Spondiaspurpurea L.StemBarkExtract: Antioxidantand in vitro PhotoprotectiveActivities.JournaloftheBrazilian Chemical Society, v. 10, p. 1918-1930, 2021.
MANSUR, J. S.; BREDER, M. N. R.; MANSUR, M. C. D. A. Determinação do fator de proteção solar por espectrofotometria. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 61, p. 121-124, 1986.

VENCATO, S. B. et al. Avaliação do perfil fitoquímico e potencial antioxidante do extrato aquoso de Hymenaea courbaril. Revista de Iniciação Científica da Ulbra, v. 14, p. 55-66, 2016.
YANG, S. I. et al.Reliableandsimplespectrophotometricdeterminationofsunprotectionfactor: A case studyusingorganic UV filter-basedsunscreenproducts. Journalofcosmeticdermatology, v. 17, n. 3, p. 518–522, 2017.

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