ÁREA
Iniciação Científica
Autores
Sampaio Pimentel, S. (IFCE CAMPUS BOA VIAGEM) ; Rafaella Scheibler, J. (IFCE CAMPUS BOA VIAGEM) ; da Silva Santos, J. (IFCE CAMPUS BOA VIAGEM) ; Gregório da Silva Souza, L. (IFCE CAMPUS BOA VIAGEM) ; Carvalho dos Santos, C. (IFCE CAMPUS BOA VIAGEM)
RESUMO
Óleos essenciais de plantas da Caatinga, bioma brasileiro semiárido, são valiosos para pesquisa devido à sua biodiversidade diversificada, potencializando óleos aromáticos e terapêuticos. Este presente trabalho, objetivou-se avaliar o rendimento de óleos em cinco plantas nativas da Caatinga: Aroeira, Marmeleiro, Jurema Preta, Bamburral e Mofumbo. A coleta ocorreu durante o período chuvoso dentro da área verde do IFCE Campus Boa Viagem. O processo de extração foi realizado por hidrodestilação com folhas verdes frescas. As amostras obtidas foram armazenadas em recipientes de vidro, etiquetadas e conservadas em ambiente refrigerado. Os resultados indicam que, exceto pelo Marmeleiro, o rendimento entre as espécies não difere significativamente, indicando variações nos teores de óleos e plantas
Palavras Chaves
extração; óleo essencial; plantas
Introdução
A Caatinga, um bioma singular e distintivo do Brasil, abriga plantas que são preciosas fontes de óleos essenciais. Situado em uma região com características climáticas áridas e semiáridas, esse ecossistema adaptou-se às adversidades e desenvolveu propriedades aromáticas e terapêuticas notáveis. Diante disto, os óleos essenciais são encontrados em diversas partes das plantas, tais como folhas, flores, cascatas, raízes e sementes, nos quais são responsáveis pelo aroma característico de cada planta, onde desempenham um papel de cultor em suas funções biológicas, tais como atração de polinizadores, proteção contra pragas e repulsão de patógenos. Adicionalmente, em sua composição, uma mistura de numerosos compostos químicos se faz presente, com destaque para os compostos voláteis, como terpenos, aldeídos, fenóis e ésteres. Com isso, diversos métodos são utilizados para extrair as misturas complexas de óleos essenciais, incluindo destilação por arraste de vapor, hidrodestilação, enfleurage, extração com solventes orgânicos, fluido supercrítico. No caso da extração das folhas, as técnicas mais comuns são a hidrodestilação, destilação por arraste a vapor e com solventes orgânicos (AZIZ et al., 2018). Desta forma, a extração de óleos essenciais de plantas da Caatinga é uma área de pesquisa relevante devido ao potencial desses como fonte de compostos naturais com propriedades aromáticas e terapêuticas. A busca por métodos eficientes e projetados de tais óleos é crucial para maximizar o rendimento e a qualidade das substâncias valiosas encontradas nessas plantas. Além disso, explorar as plantas nativas da Caatinga para o desenvolvimento econômico local, enquanto respeitando as comunidades tradicionais que dependem desses recursos naturais, promove a geração de empregos e o crescimento de negócios locais, fortalecendo a economia regional e valorizando o conhecimento tradicional das comunidades.
Material e métodos
As espécies foram coletada na área verde de estudo do IFCE Campus Boa viagem -CE no qual foi retiradas ramos e folhas, o material foi levado para laboratório para processamento. Inicialmente, foram feitos o desfolhamento e a repicagem e, posteriormente, as folhas foram pesadas em uma balança analítica para retirada de amostra de 400 g de cada espécie. A extração foi empreendida por meio do método da hidrodestilação, que envolve o contato direto do material em estudo com a água. O procedimento foi realizado utilizando um balão de fundo redondo de capacidade volumétrica de 1000 mL, aquecido por uma manta térmica, com o material imerso. Para tal especificamente, foi utilizado o aparelho Clevenger, conectado a um banho ultrassônico. Os vapores emanados da mistura ascendem pela coluna condensadora, sendo posteriormente resfriados através do fluxo de água fria das espécies botânicas: Aroeira (Myracrodrun urundeuva Allemão), Marmeleiro (Croton sp.), Jurema Preta (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.), Bamburral (Hyptis suaveolens Poit.) e Mofumbo (Combretum leprosum Mart), nos quais foram empregados no processo de extração, cuja duração compreende um período de 1 hora. A pesquisa foi realizada no Laboratório de Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) Campus Boa Viagem.
Resultado e discussão
Os resultados preliminares da extração de óleos essenciais das plantas da
Caatinga por meio do método de hidrodestilação revelaram uma série de
observações notáveis. O Marmeleiro, em particular, apresentou um rendimento mais
significativo em relação à quantidade de óleo essencial extraído, demonstrado
através do uso do aparelho Clevenger. No entanto, é importante mencionar que as
demais plantas não exibiram resultados igualmente evidentes a olho nu. Esta
discrepância nos rendimentos pode ser atribuída às características intrínsecas
de cada planta, como o teor de óleo essencial, sua distribuição e o método de
extração utilizado. Vale ressaltar que os resultados obtidos neste estudo
extensas das conclusões expostas na Revista Fitos (2022). No referido artigo, é
apresentado um rendimento de óleos essenciais, o que demonstra divergências em
relação aos resultados da presente pesquisa. Cabe destacar, no entanto, que os
métodos experimentais e as condições utilizadas podem variar consideravelmente,
contribuindo para as disparidades nos resultados.
O rendimento é um fator é crucial para avaliar a eficiência do método de
remoção, uma vez que a relação entre a quantidade de planta utilizada e a
quantidade de óleo essencial obtido que é um indicador fundamental da eficácia
do processo.
Além disso, os resultados obtidos indicam a influência das características
específicas das plantas da Caatinga na extração de óleos essenciais. As
discrepâncias entre os resultados deste estudo e com outros estudos podem ser
explicadas por diferenças nos protocolos experimentais. A atenção aos detalhes
das plantas utilizadas e a exploração de abordagens para minimizar as perdas
durante o processo de remoção são fatores cruciais para melhorar os rendimentos.
Esta pesquisa ressalta a necessidade contínua de aprimoramento das técnicas de
extração de óleos essenciais, considerando a singularidade de cada planta e suas
propriedades intrínsecas.
Conclusões
Os resultados deste estudo reforçam a promissória natureza da Bioprospecção de plantas nativas da Caatinga para a extração de óleos essenciais. Embora a limitação na quantificação do rendimento da garantia tenha sido reconhecida devido à disponibilidade limitada de material, a pesquisa destaca a riqueza de diversidade química presente nas plantas investigadas. Os objetivos fundamentais deste estudo estão alinhados com a crescente importância da preservação da biodiversidade da Caatinga e a promoção do uso sustentável de seus recursos naturais. A busca por métodos eficazes de geração visa otimizar a exploração desses recursos valiosos, confiante assim para o desenvolvimento econômico local por meio da geração de empregos e do fomento de negócios regionais. Assim, apesar das restrições nos resultados quantitativos de rendimento, esta pesquisa enfatiza a importância contínua da extração de óleos essenciais das plantas da Caatinga. Essa prática não apenas conserva a biodiversidade, mas também se alinha aos objetivos de desenvolvimento sustentável, ressoando os propósitos iniciais deste estudo.
Agradecimentos
Agradecimentos ao Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE),Campus Boa Viagem, ao Centro de Inovação e Difusão Tecnológica para o Semiárido (CIDTS) e à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA)
Referências
AZIZ, Z. A. A.; AHMAD, A.; SETAPAR, S. H. M.; KARAKUCUK, A.; AZIM, M. M.; LOKHAT, D.; RAFATULLAH, M.; GANASH, M.; KAMAL, M. A.; ASHRAF, G. M. Essential oils: extraction techniques, pharmaceutical and therapeutic potential: a review. Current Drug Metabolism, v. 19, 2018.
Souza, AVV de; Hernandes, C.; Souza, DD de; Costa, ES; Bispo, L. dos P.; Oliveira, FJV de; Pereira, AMS "Bioprospecção de plantas da Caatinga com potencial para produção de fitomedicamentos." Revista Fitos, Rio de Janeiro, 2022; Supl. (2): 212-226. e-ISSN: 2446-4775. Disponível em: www.revistafitos.far.fiocruz.br. CC-BY 4.0.