Análise da qualidade da água, relacionando pH, turbidez e coliformes termotolerantes, do rio Guandu

ÁREA

Iniciação Científica


Autores

Leal, G.O. (IFRJ) ; Mendonça, M.L.T.G. (IFRJ)


RESUMO

O objetivo desse trabalho foi de avaliar a qualidade da água do rio Guandu, nos municípios de Seropédica e Nova Iguaçu, com base na resolução CONAMA nº 357/2005, observando o índice de qualidade da água (IQA), utilizando análises físico-químicas e microbiológicas. A metodologia empregada foi analisar pH, turbidez e coliformes termotolerantes no laboratório do Instituto Estadual do Ambiente. Observou-se que o pH se manteve constante (neutro) nos dois municípios praticamente durante todo o período analisado (2022), enquanto que a turbidez e o CT apresentavam-se correlacionados com valores altos principalmente nos períodos chuvosos. Concluiu-se então que o pH não está associado aos outros dois parâmetros, mas a turbidez, o CT e a pluviosidade apresentam uma relação entre si.


Palavras Chaves

Qualidade da água; pH; turbidez

Introdução

No cotidiano as pessoas apresentam diversas necessidades básicas, dentre elas são destacadas a necessidade universal de beber água em condições propícias de consumo, por apresentar uma importância ímpar para a sustentação e prolongamento da vida tanto de seres humanos, quanto de outros animais e plantas, e do saneamento básico. Dessa forma é perceptível que ambos direitos se encontram interligados, de forma que ao tratar o saneamento básico também é capaz de ampliar o acesso a água potável, e por consequência melhorar as condições do meio e a saúde dos animais, podendo até refrear possíveis liberações de poluentes e de patógenos com capacidade de impactar negativamente de forma direta a saúde dos animais, bem como do ambiente em que se localiza. De acordo com Limpando as Águas, um relatório da ONU, mais indivíduos morrem por águas contaminadas, do que por maneiras de violência como a guerra (MORLIN; EUZÉBIO, 2019). Com tudo isso em mente se faz de grande importância o monitoramento de áreas hídricas, como de lagos e rios, para a garantia da boa qualidade não só do meio, como desse bem de consumo, insubstituível. A literatura apresenta vários estudos em relação a qualidade da água nos Municípios de Seropédica e de Nova Iguaçu no Estado do Rio de Janeiro como de Mendonça et al (2020) que determinaram os parâmetros físicos e químicos mais pertinentes de águas provenientes de poços artesianos de Seropédica. Em Nova Iguaçu, Quintanilha (2019) investigou a qualidade da água do Rio Dona Eugênia no Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu, para isso realizou análises laboratoriais físico- químicos e microbiológicas na água do parque. Portanto, o objetivo deste trabalho foi de avaliar a qualidade da água do rio Guandu, (nesses dois municípios).


Material e métodos

No presente estudo a análise da água do Rio Guandu foi feita através da coleta em dois Municípios: Nova Iguaçu (31 amostras, entre janeiro/2022 até dezembro/2022) e Seropédica (12 amostras, entre janeiro/2022 até dezembro/2022), sendo suas estações de amostragem respectivamente GN200 (latitude -22.8093694444444, longitude - 43.6272861111111) e GN201 (latitude -22.65720000, longitude -43.6642194444444). A fim de garantir a padronização das amostras analisadas, a coleta, o transporte, a preservação e as análises seguiramm as normas expressadas no Standart Methods for the Examination & Wastewater, todas as amostras foram feitas em duplicatas, e analisadas no laboratório do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), sendo os seguintes parâmetros analisados: pH, turbidez e coliformes termotolerantes (CT).


Resultado e discussão

O município de Seropédica foi escolhido por ser próximo da cabeceira do rio Guandu, portanto é esperado que seus resultados assim como a qualidade de sua água sejam melhores, do que do município de Nova Iguaçu que está mais próximo do desbocamento do rio, na Baia de Guanabara. No Município de Seropédica observou- se que o todos os parâmetros encontraram-se relativamente constantes, vide tabela 1. O pH apresentou uma pequena elevação nos meses de junho e de novembro, mostrando um caráter levemente básico nesses meses e no restante do ano (Figura 1), o caráter foi moderadamente ácido (Tabela 1). O parâmetro da turbidez apresentou três picos (figura 1), o parâmetro de CT, observou-se novamente a constância praticamente o ano inteiro desse parâmetro e com valores máximos justamente nos meses da turbidez elevada (gráfico 1). O incremento da turbidez pode estar associado aos meses chuvosos, pelos dados fornecidos pela Clima Tempo (2023), em consequência da movimentação de sedimento, erosão das margens dos rios que não apresentam vegetação, folhas, galhos de árvores e outros que são carregados para dentro dos rios (CESTEB, 2009). Buzelli e Santino (2013) também constataram a correlação entre o aumento da turbidez com o incremento das chuvas. No Município de Nova Iguaçu o parâmetro de pH ficou quase que constante, apresentando um valor médio de 7,13 e apenas dois picos (Figura 1) a água do rio apresentou um caráter levemente básico. O parâmetro da turbidez apresentou quatro picos (Figura 1). O CT também apresentou praticamente os mesmos pontos de incremento, a turbidez e o CT encontraram-se relacionados. Esta relação também foi notada no Município de Seropédica e nos trabalhos de Alves et al (2008) e nos estudos de Buzelli e Santino (2013).

Tabela 1

Resultados das análises de pH, Turbidez e CT

Figura 1

Gráficos dos parâmetros analisados dos Municípios de \r\nSeropédica e Nova Iguaçu

Conclusões

Conclui-se que em ambos os municípios (Seropédia e Nova Iguaçu) o pH permaneceu relativamente semelhante e constante (praticamente neutro), a turbidez e os CT apresentaram altas concentrações em períodos similares, sendo primariamente nos períodos chuvosos, altas concentrações, e baixas concentrações, principalmente nos períodos de seca, demostrando que realmente há uma relação entre turbidez e coliformes termotolerantes assim como outros autores haviam mencionado anteriormente. Para um estudo detalhado, seria necessário um número mais expressivo de pontos de coleta e com maior frequência.


Agradecimentos

Ao INEA pelo fornecimento de bolsa ao aluno.


Referências

ALVES, E. C.; SILVA, C. F. da.; COSSICH, E. S.; TAVARES, C. R. G.; FILHO, E. E. de S.; CARNIEL, A. Avaliação da qualidade da água da bacia do Rio Pirapó – Maringá, Estado do Paraná, por meio de parâmetros físicos, químicos e microbiológicos. Rev. Acta Sci. Technol, v. 30, n. 1, p. 39-48, 2008.
APHA, AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for the examination of water and waster water. 20. ed. Washington-USA, 1997.
BUZELLI, G. M.; CUNHA-SANTINO, M. B. Análise e diagnóstico da qualidade da água e estado trófico do reservatório de Barra Bonita (SP). AmbiAgua, Taubaté, v. 8, n. 1, p. 186-205, 2013. (http://dx.doi.org/10.4136/ambiagua.930)

CLIMA TEMPO, 2023. Disponível em:<https://www.climatempo.com.br/climatologia/1784/seropedicarj>. Acesso em: 23 jun. 2023.
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). Variáveis de qualidade de água. São Paulo, 2009. Disponível em: https: . 40 Acesso em 24 jun. 2023
RESOLUÇÃO No 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005 Publicada no DOU nº 053, de 18/03/2005, págs. 58-63.
MENDONÇA et al. Determinação dos parâmetros físicos e químicos mais relevantes de água de uso doméstico, Revista Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 7, n. 1, jan. 2021

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