• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

Estudo da influência dos Orbitais Moleculares HOMO e LUMO nas estruturas de combustíveis Benignas

Autores

Silva, L.G.P. (UEMA) ; Serra, K.F.C. (UEMA) ; Gomes, T.F. (UEMA) ; Ferreira, L.A. (UEMA) ; Gonçalves, J.C.S. (UEMA) ; Oliveira, A.L.T. (UEMA) ; Santos, P.L.L. (UEMA) ; Fernandes, R.M.T. (UEMA) ; Khan, A. (UEMA)

Resumo

Os métodos computacionais vêm sendo empregados na química como investigadores de propriedades físico-químicas e vibracionais de isômeros de substâncias já conhecidas e que podem servir de protótipos para combustíveis, dominar a estrutura que se trabalha é essencial, pois a partir de suas descrições energéticas e estruturais, pode-se analisar a interação da substância com seu alvo. A metodologia empregada foi a modelagem molecular feita pelos programas Gaussview e Gaussian 9, onde foram obedecidas as distâncias entre as ligações de C-C, C-H, C-O e O-H para cada isômero modelado. As otimizações foram trabalhadas com o modelo funcional B3LYP, PBE0 e PM6 de DFT, utilizando um conjunto de base cc-pVTZ. Já para o cálculo de frequências foram utilizado os conjuntos de base B3LYP, PB30 e PM6.

Palavras chaves

HOMO-LUMO; DFT; GAP DE ENERGIA

Introdução

O chamado gap de energia entre as regiões HOMO-LUMO das moléculas é um ramo da química quântica. A teoria dos orbitais moleculares (OMs) diz que uma determinada moléculas tem seus orbitais formados através da combinação linear de orbitais anteriormente atômicos. É neste ambiente de orbitais de fronteiras, especialmente o HOMO e o LUMO, que ocorrem a interação entre as moléculas e são responsáveis por muitas das características químicas e físicas das mesmas. Quando menor a diferença, mais próximos estarão os níveis de energia HOMO e LUMO, menor será a barreira energética e mais provável dá-se a passagem de elétrons do HOMO para o LUMO (ROCHA, 2005). Com a sobreposição de orbitais moleculares sobre outros orbitais criam uma interação eletrônica de novos orbitais, os chamados ligantes (mais baixa energia) e os antiligantes (mais alta energia). A diferença de energias nesses orbitais HOMO e LUMO cria a estabilidade e o ambiente reativo das moléculas, e esta reatividade se calcula com o gap HOMO-LUMO. Quando há uma alta estabilidade nesse intervalo de orbitais, haverá baixa reatividade química e pouca formação de novos compostos. O objetivo deste trabalho é investigar as interações eletrônicas e vibracionais das moléculas ditas isômeros do butanol, e a partir desse ponto poder afirmar ou predizer se são passíveis de aplicação na octanagem da gasolina.

Material e métodos

Neste estudo, primeiramente foi realizado o cálculo e modelagem de geometria e posteriormente foi feita a frequência, foi utilizado o funcional híbrido de 3 parâmetros de Becke combinado com o funcional gradiente-correlação de Lee–Yang– Parr (B3LYP) e o funcional puro de Perdew, Burke e Ernzerhof como um híbrido por Adamo (PBE0) (ADAMO; BARONE, 1999) foram testados nos cálculos usando a Teoria do Funcional da Densidade (DFT). Todos os conjuntos de bases polarizadas (cc- pVTZ) consistentes com correlação de dunnings de elétrons (zeta triplo) foram empregados. Um método semi-empírico no hamiltoniano PM6 (STEWART, 2007) também foi empregado, conforme implementado em gaussiano. A partir dos resultados obtidos foi feita a própria produção de energias de HOMO e LUMO no programa, que mostrou os seus resultados dos três funcionais. Com isso, foi observado como há as interações das estruturas de aditivos (N-butanol, Sec-butanol, Terc-butanol e Iso-butanol) com seus alvos e quais podem apresentar melhores resultados para serem utilizados em propelentes.

Resultado e discussão

O cálculo das moléculas apresentou os dados bem distintos para cada método utilizado. Segundo a tabela 1, quem apresentou o Gap de energia mais baixo foi o Terc-butanol na base PBE0, com o valor de 0,22393. A partir desse ponto percebeu-se um paralelo entre todos os cálculos que foi sempre da metodologia PBE0 ser a de menor valor entre todos os cálculos, isso vai ao encontro de como é feita essa metodologia no programa Gaussian 9, quem distingue bem os valores dos cálculos. Outro ponto importante foi a pouca interação (alto Gap) em relação aos valores encontrados na metodologia de PM6, isso por que as densidades modeladas não se aproximaram tanto e os cálculos tornaram-se diferentes das outras metodologias usadas. Pode-se afirmar que os métodos semiempíricos buscam encontrar soluções com proximidade a equação de Schrodinger e empregam parâmetros ditos empíricos e algumas restrições matemáticas mais pontuais do que as utilizadas em métodos ab initio (LASCHUK, 2005), nesse ponto pode haver diferença nos resultados encontrados. Com estes resultados, podemos afirmar que os menores valores podem identificar uma menor barreira na passagem dos elétrons dos orbitais homo para lumo e com isso uma alta reatividade, inferindo assim numa boa reação química das moléculas com outros reagentes que podem ser utilizados posteriormente em estudos de aditivos da gasolina. Isso é um bom resultado para se saber uma predição sem a utilização dos reagentes em questão, ajudando além de estudos preliminares a diminuição de compostos no meio ambiente, grande ponto para a utilização da química computacional.

Tabela 1

Tabela 1: Valores obtidos em cálculos utilizando o Gaussian 9

Conclusões

Concluiu-se que as moléculas apontam como precursoras na abordagem da modelagem molecular e suas interações vibracionais e eletrônicas quanto para possível aplicação prática como aditivos de gasolina. Alcançou-se os objetivos, pois podemos observar os valores de interações entre os orbitais moleculares (OMs) e como podem servir de elucidação para possíveis novas dúvidas na química computacional.

Agradecimentos

Ao meu orientador Dr. Alamgir Khan e ao meu grupo do Laboratório de Físico-química da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Ao suporte de bolsa FAPEMA durante os últimos anos de fomento.

Referências

ADAMO, Carlo; BARONE, Vincenzo. Toward reliable density functional methods without adjustable parameters: The PBE0 model. The Journal of chemical physics, v. 110, n. 13, p. 6158-6170, 1999.
DUNNING, T. H.; PETERSON, K. A.; WOON, D. W.; SCHLEYER, P. V. R. “Encyclopedia of Computational Chemistry”, Vol. 1, Wiley, New York, 1998, p. 88-115.
LASCHUK, E. F. Novo Formalismo Semiempírico para Cálculos Químicos-Quânticos. Tese. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-graduação em química. 2005. Disponível em:<https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/7140/000495676.pdf?sequence=1&isAllowed=y>.
MARINHO, Márcia Machado; CASTRO, Rondinelle Ribeiro; MARINHO, Emmanuel Silva. Utilização do método semi-empírico PM7 para caracterização do fármaco atalureno: HOMO, LUMO, MESP. Revista Expressão Católica Saúde, v. 1, n. 1, 2016.
Stewart, James J. P. "Optimization of Parameters for Semiempirical Methods V: Modification of NDDO Approximations and Application to 70 Elements." Journal of Molecular Modeling, v. 13, n. 12, 2007, 1173-213. Disponível em: DOI: 10.1007/s00894-007-0233-4.

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