Autores
Nogueira da Silva, L. (IFRJ) ; Pereira de Andrade, T.A. (IFRJ) ; Muza Aversa, T. (IFRJ) ; Rodrigues de Almeida, Q.A. (IFRJ)
Resumo
Através da chegada da tecnologia, é unânime que a difusão das produções
científicas passaram por diversos avanços, contribuindo na agilidade da
transmissão de informações entre pesquisadores e a comunidade científica. Em um
mundo altamente conectado, surge a necessidade de divulgar ciência utilizando as
ferramentas disponíveis, principalmente nas redes sociais. Com o objetivo de
democratizar o acesso às informações científicas, impulsionar discussões e
prestar atenção no impacto dos aspectos tecnológicos e ambientais que mudam o
mundo, resultou a ideia de promover a divulgação da Química Verde através do uso
das mídias digitais disseminando como as tecnologias ambientais e o
desenvolvimento sustentável estão ajudando a reduzir os prejuízos das ações
poluidoras no planeta.
Palavras chaves
Química Verde; Educação Ambiental; Mídia Social
Introdução
A disseminação da Ciência, durante um longo período, esteve relacionada apenas
aos periódicos científicos impressos. De fato, eles possuem um papel crucial
tanto na propagação de pesquisas científicas quanto para a comunicação
acadêmica, pois são considerados como “o principal canal formal de disseminação
da Ciência” (AMBIENDER, 2012, p. 40). Entre os vários impactos causados pelas
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), o uso de novas tecnologias
auxiliaram na disseminação da informação apresentando maior interatividade e
acompanhando as mudanças que o ambiente digital traz para as relações de
comunicação, como as mídias sociais. Devido à crescente demanda pelo
desenvolvimento de métodos ambientalmente seguros e sustentáveis por conta de
diversos acontecimentos relacionados à crise ambiental, alguns perfis
desenvolvidos nas mídias sociais está metodologicamente e didaticamente
fundamentada nos parâmetros dos cuidados relacionados ao meio ambiente e da
sustentabilidade, contribuindo assim, aos objetivos de uma Educação para o
Desenvolvimento Sustentável (ODS). Desta forma, é necessário que se tenham
pesquisas que estejam fundamentadas nos princípios da Química Verde, que
incluem, entre outros, a utilização de meios para divulgação científica sobre
esse tema muito importante e ainda pouco disseminado na área da educação. A
proposta deste trabalho é identificar experiências, problemas socioambientais,
pesquisas e estudos na área da Química Verde e fornecer a sociedade esses
conteúdos através das mídias digitais, ampliando assim o potencial de
compreensão, acesso e popularização desses conteúdos científicos promovendo
mudanças de comportamentos necessários para o alcance de um futuro mais
sustentável.
Material e métodos
O perfil no Instagram foi criado em maio de 2021 e foi cadastrado como perfil
educacional. Em seguida, foram selecionados os conteúdos relacionados
diretamente com a temática proposta baseados em diversos materiais provenientes
de fontes seguras como livros de autores renomados no assunto (Anastas e Warner,
2000; Côrrea e Zuin, 2012; Machado, 2014), artigos científicos da base de dados
ScienceDirect (palavras chaves: quimica verde, sustentabilidade ou educação
ambiental) e também artigos de divulgação de jornais e revistas que estão
inseridas no nosso cotidiano. As postagens possuem cunho educativo/informativo
e, a abordagem para plataforma foi escolhida de modo que as publicações sejam
atrativas, com uma linguagem acessível e que estimule a interação do público com
o conteúdo abordado. A seleção dos conteúdos e a elaboração das postagens é
realizada pelos discentes envolvidos no projeto sob a supervisão dos
orientadores do mesmo. A construção do design gráfico do perfil foi elaborado
no programa Canva, uma plataforma disponível online integrada por diversas
fontes, modelos e ilustrações utilizadas para o desenvolvimento dos conteúdos
visuais de modo que as postagens sigam um padrão que facilite a compreensão das
mesmas(Figura 1). Por fim, os dados relacionados a quantidade de comentários,
curtidas, compartilhamentos, faixa etária e alcance são obtidos pelas métricas
fornecidas pelo próprio aplicativo sendo base para as análises das ações de
divulgação científica em redes sociais. Para além dos dados, a ideia do projeto
consiste em desconstruir a imagem que muitas pessoas têm acerca da ciência como
algo complicado, desinteressante e de difícil acesso atraindo cada vez mais
pessoas que não tenham interesse por conteúdos relacionados à Química Verde e
sustentabilidade
Resultado e discussão
A mídia social VerdeLab_IFRJ no período de maio de 2021 a agosto de 2022 possui
262 seguidores que com base nas métricas fornecidas pelo Instagram possui 72,8%
de mulheres e 27,1% de homens. As faixas etárias são de 18 a 24 anos(35,7%), 35
a 44 anos (20,7%), 25 a 34 anos (27,3%) e entre 45 e 54 anos (10,3%) conforme
visto na figura 2. Através da análise destes dados do perfil, observamos que as
postagens conseguem atingir uma diversidade quanto à faixa etária dos seguidores
de maneira satisfatória e possui majoritariamente um público feminino, chamando
atenção exatamente por retratar o aumento do protagonismo da mulher no âmbito
científico , segundo o relatório Gender in the Global Research Landscape de 2017
publicado pela Elsevier. Podemos ainda notar que o público é quase em sua
totalidade brasileiro (98%),há grande interação com os membros do IFRJ e também
membros de comunidades externas, incluindo profissionais de outras instituições
de ensino. O perfil atualmente possui 110 publicações disponibilizadas aos seus
seguidores, sendo compostas entre vídeos e fotos. Na série de publicações sobre
os 12 princípios da Química Verde se observa uma constância entre 90 e 120
visualizações em todas as postagens, representando a importância de se manter
uma ordem e constância entre os conteúdos abordados. Outras séries com sucesso
de visualizações são hidrogênio verde e o futuro verde. O vídeo de maior alcance
é intitulado como “solventes verdes” com 544 visualizações, que foi desenvolvido
por um aluno da disciplina eletiva de Química Verde do IFRJ-Campus Duque de
Caxias, disciplina esta que incentiva a participação e a contribuição dos alunos
e estimula o papel protagonista ao produzir o próprio conteúdo científico
oriundo de suas pesquisas.
Design gráfico usado no instagram com o uso da ferramenta Canva
Gráfico da faixa etária e gênero dos seguidores
Conclusões
A utilização das redes sociais pelas Instituições de Ensino vem se
consolidando no âmbito educacional, o alcance e a velocidade dessas mídias
proporcionam maior visibilidade, permitem e facilitam a interação direta com os
alunos da IE e também de outros locais. A produção de conteúdo é enriquecedora
contribuindo com iniciativas para transpor os conteúdos para além da sala de aula
tradicional, estimulando a participação ativa dos alunos envolvidos no processo de
ensino aprendizagem. A construção do conhecimento científico só é possível devido
à divulgação e à discussão de seus resultados
Agradecimentos
IFRJ - CAMPUS DUQUE DE CAXIAS, VERDE LAB IFRJ, CNPQ
Referências
AMBIENDER, Déborah Motta. Artigos científicos digitais na web: novas experiências para apresentação, acesso e leitura, 2012. 165f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Universidade Federal Fluminense, Niterói/RJ, 2012.
ANASTAS, P. T.; WARNER, J. Green Chemistry: Theory and Practice. Oxford University Press: Great Britain, cap. 9, p. 94-95, 2000.
CORRÊA, A.G.; ZUIN, V.G. Química Verde: Fundamentos e aplicações. EdUFSCAR, 2012.
ELSEVIER RESEARCH INTELLIGENCE. Gender in the global research landscape: analysis of research performance through a gender lens across 20 years, 12 geographies and 27 subject areas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. Disponível em: <https://www.elsevier.com/__data/assets/pdf_file/0008/265661/ElsevierGenderReport_final_for-web.pdf >. Acesso em: 12 agosto 2021.
MACHADO, A.A.S.C. Introdução às Métricas da Química Verde: uma visão sistêmica. 1 ed. Florianópolis: UFSC, 2014.