Autores
Ribeiro, E.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUEDOESTE DA BAHIA- UESB) ; Silva, R.A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUEDOESTE DA BAHIA- UESB) ; Oliveira, G.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUEDOESTE DA BAHIA- UESB) ; Gonzaga, F.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUEDOESTE DA BAHIA- UESB)
Resumo
O uso de plantas medicinais é bastante comum na sociedade, e com o avanço da
química para fins comerciais revolucionou a ciência como um todo. Entre as
inúmeras plantas com ação medicinal, encontra-se a Jatropha (Euphorbiaceae) com
sua enfática espécie J. gossypiifolia, conhecida como Pinhão-Roxo. Este trabalho
realizou uma prospecção tecnológica por meio do portal “Espacenet” de natureza
quali-quantitativo em que foram encontradas 114 patentes relativas. A China e os
Estados Unidos detêm o maior depósito de patentes relacionadas, enquanto o
Brasil possuiu baixo desempenho. Companhias farmacológicas demonstraram 39% das
tecnologias patenteadas. Observou-se a importância de pesquisas através da
química orgânica e bioquímica visando produtos medicinais a partir do gênero
Jatropha.
Palavras chaves
Combates radicais livres; Pinhão-Roxo; Restauração da pele
Introdução
No Brasil, muitas plantas são utilizadas para usar como medicamento.
Várias dessas plantas ainda são inexploradas e precisa ser investigada através
de pesquisa para uso como novas drogas. Uma família de grande diversidade a
Euphorbiaceae representa aproximadamente 222 gêneros e 7.000 espécies, tendo o
gênero Jatropha pertence a esta família e consiste em 175 espécies tropicais e
subtropicais. A espécie Jatropha gossypifonlia L. é encontrada em savana onde
pode ser conhecido como pinhão roxo (OLIVEIRA et al., 2008; SERVIN et al.,
2006).
Jatropha gossypiifolia L. (Euphorbiaceae), é utilizada no tratamento de
hemorróidas, queimaduras, dores estomacais, entre outras doenças (VEIGA, Andrex;
2008). Além disso, outras das principais atividades farmacológicas da Jatropha
gossypiifolia incluem atividades antiinflamatórias, antineoplásicas,
antimicrobianas, antioxidantes, anticolinesterásicas e antihipertensivas (WU,
Qinghua et al; 2019). Ademais, as espécies de Jatropha possuem valor medicinal
no campo de pesquisa (Devappa et al., 2011).
Dessa forma, este trabalho visa analisar as atuais tecnologias protegidas
por patentes relacionadas ao Jatropha como poduto com atividade cicatrizante e
antioxidante apresentando os resultados quantitativos de análises de dados de
patentes observando o que já foram realizadas e novas formas possíveis de
encontrar e aprimorar o desenvolvimento de novos produtos farmacológicos a
partir desta planta.
Material e métodos
O banco de dados utilizado neste trabalho foi coletado em Agosto de 2022 a partir
da plataforma Espacenet, escritório europeu de buscas de patentes, com acesso a
mais de 130 milhões de documentos. A busca foi feita utilizando as seguintes
palavras chaves: Antioxidant, Healing e Jatropha. A partir dos dados coletados foi
possível realizar uma análise quanti-qualitativa, objetivando mapear tecnologias
geradas e possíveis tendências para novas tecnologias que envolvam a espécie
Jatropha e seu uso como aditivo antioxidante e cicatrizante.
Resultado e discussão
Na Figura 1 é mostrado que em 2013 teve o maior número de depósito tendo 18
patentes, dos 114 depósitos, seguido de 2018 e 2010. Além disso, entre 2019 a
2021 as patentes submetidas permaneceram estáticas com cerca de 2 e em 2022 não
houve nenhum depósito. Ademais, os principais países depositantes são a China,
Estados Unidos e o Japão, assim como, a Organização Mundial de Propriedade
Intelectual. Entretanto, é notório ressaltar que mesmo a China sendo o maior
país depositante de patentes, no ano de 2013 apenas 4 patentes foram
depositadas por ele, tendo como maior número de depósitos os Estados Unidos
com cerca de 8. No ano de 2007 e 2008, por exemplo, houve apenas 5 e 3 patentes
depositadas, respectivamente, dentre elas 2 do Brasil. Assim, é notório
observar que o Brasil tendo uma vasta vegetação e tem um reconhecimento
potencial muito grande com produtos naturais, ainda sim, tem pouco depósito de
patentes.
Os gráficos mostrados na figura 2 é possível identificar que entre os setores o
empresarial é o depositante que mais se destaca em número de depósitos sendo
mias da metade com 68%. Outros setores com um valor significativo de submissões
são os(as) pesquisadores(as) autônomos(as), responsável por 15% e o acadêmico,
chegando a ser 2 vezes maior do que o setor governamental. Nas aplicações
tecnológicas, o desenvolvimento de produto farmacológico possui 39% e as
metodologias de preparação de produtos Orgânicas e Bioquímicas com 34%. É
evidente que produtos de Jatropha com aditivos antioxidantes e cicatrizantes
ainda não possui grande procura na área de pesquisa e depósitos de patentes,
mesmo sendo de grande importância para o mercado farmacêutico e de produtos
naturais.
Relação entre o número de patentes entre 1994 a 2022 e os países depositantes
Empresas Aplicantes e Aplicação Tecnológica
Conclusões
Os dados mostram que a partir de 2010 as buscas por pesquisas relacionadas ao tema
cresceram, tendo seu ápice de registros em 2013, tendo como os principais líderes
nestes registros os Estados Unidos, China e Japão. O Brasil, apesar do reconhecido
potencial com produtos naturais, e seu grande número vegetação gerados no país,
tem números pouco expressivos em depósito de patentes, sendo em sua maior parte
depositado há mais de 14 anos, visando que é uma área que pode e deve ser
explorada.
Agradecimentos
Ao Grupo de Pesquisa em Inovação Química (GPEIQ) e a Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia (UESB).
Referências
DEVAPPA, R.K.; MAKKAR, H.P.S et al.; 2011. Diterpenos de Jatropha: uma revisão. Disponível em: <https://www.scopus.com/record/display.uri?eid=2-s2.0-79953038023&origin=inward&txGid=ef5b74f4806c536cf0b9eb8c2a01cf26>. Acesso em: 05 set. 2022.
OLIVEIRA, L. I.; JABOUR, F. F.; NOGUEIRA, V. A.; YAMASAKI, E. M. Intoxicação experimental com folhas de Jatropha gossypifolia (Euphorbiaceae) em ovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v. 28, n. 6, p. 275-278, 2008. Disponível em: < https://vdocuments.com.br/intoxicacao-experimental-com-as-folhas-de-jatropha-gossypifolia-2008-08-12.html>. Acesso em: 05 set. 2022.
SERVIN, S. C. N.; TORRES, O. J. M.; MATIAS, J. E. F.; et al.;. Ação do extrato de Jatropha gossypifolia L. (pião roxo) na cicatrização de anastomese colônica: estudo experimental em ratos. Acta Cirúrgica Brasileira, São Paulo, v. 21, n. 3, p. 89-96, 2006. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/acb/a/Z9zFszqCcrS7GsWB57qmP9d/?lang=pt>. Acesso: 05 set. 2022.
VEIGA, Andrex A. S. ISOLAMENTO E QUANTIFICAÇÃO DE FLAVONÓIDES E ABORDAGEM DAS ATIVIDADES ANTIOXIDANTE E ANTIMICROBIANA DE Jatropha
gossypiifolia L.; 2008. Disponível em: <http://repositorio.ufpa.br/bitstream/2011/2155/1/Dissertacao_IsolamentoQuantificacaoFlavonoides.pdf.>. Acesso em: 17 set 2022.
WU, Qinghua et al;. Jatropha gossypiifolia L. e seus metabólitos biologicamente ativos: uma mini revisão, v. 234 , ed. 1, p. 197-203, 2019. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0378874118319780?via%3Dihub>. Aceso em : 05 set. 2022.