Autores
Ferreira, T.Y.F. (UEMA) ; Macedo, M.C.S. (UEMA) ; Martins, J.T.O. (UEMA) ; Costa, P.S. (UEMA) ; Campos, D.A.P.C. (UEMA) ; Khan, A. (UEMA) ; Fernandes, R.M.T. (UEMA)
Resumo
Desde os tempos mais remotos o ser humano vem
fazendo uso de plantas medicinais, é necessária a
realização de testes que vão comprovar a ausência ou
presença de composto com atividades biológicas. O
presente trabalho buscou identificar através de
testes fitoquimicos qualitativos, os principais
constituintes da Mangifera indica Linneaus,
popularmente conhecida como Mangueira, onde durante
esse procedimento foram identificados fenóis,
taninos piro gálicos, flavonoides, catequinas,
saponinas e esteroides nos extratos brutos das
amostras, que confrontados à literatura puderam ser
associados às atividades para as quais são comumente
utilizadas. Contudo, estudos científicos tornaram
seu consumo ainda mais popular e o os tratamentos à
base de plantas medicinais tornaram-se cada vez mais
comum.
Palavras chaves
Mangifera indica Linneaus; Metabólitos secundários; Prospecção Fitoquimica
Introdução
As plantas medicinais são uma fonte rica em
metabólitos secundários com distintas funções
ecológicas e que podem estar distribuídos de forma
taxonômica mais restrita, como os alcaloides, ou
então de forma ampla, como os compostos fenólicos
simples. A investigação fitoquímica tem por objetivo
verificar a presença de grupos de metabólitos
secundários e caracterizar os constituintes químicos
presentes em espécies vegetais.
Atrelada ao conhecimento tradicional e a pesquisa
científica, tem se tornado promissor na descoberta
de novas substâncias com características anti-
inflamatória, antifúngica, antimicrobiana,
antidepressiva, entre outras. Dentre as mais
variadas espécies de plantas utilizadas pela
população, pode-se citar a Mangifera indica
conhecida popularmente como mangueira. O uso das
plantas medicinais como remédios se refere às tribos
primitivas em que as mulheres extraiam das plantas
os princípios ativos para utilizá-los na cura de
diversas doenças (FRANÇA et. al.2007). Pesquisas
anteriores mostraram que a casca de mangueira é rica
em compostos bioativos, como alcaloides,
flavonoides, saponinas, taninos, fenóis, ácido
ascórbico, riboflavina e tiamina. (NIGÉRIA,
Universidade de Lagos;2018).
Nesse contexto, a busca de um grupo específico de
metabólitos em uma espécie já caracterizada
previamente, visando ao isolamento desse metabólito
de interesse para a investigação fitoquímica baseada
em aspectos etnofarmacológicos e/ou
quimiotaxonômicos (Porto Alegre: UFRGS; 2003).
Mediante a busca por novos fármacos de plantas
utilizadas pela medicina tradicional, o presente
trabalho tem por objetivo realizar a identificação
botânica da espécie vegetal Mangifera indica
Linneaus e Triagem fitoquímica dos extratos obtidos
das cascas do tronco desta espécie vegetal.
Material e métodos
O material vegetal coletado no dia 7 de novembro de
2021 foi seco à temperatura ambiente e triturado. O
processo utilizado foi extração a frio, no qual se
preparou com solução etanoica (70 %) à temperatura
ambiente, na proporção de 1:10. O extrato
hidroalcoólico bruto foi concentrado a um terço do
volume inicial, em chapa aquecedora entre
temperaturas de 70 °C para evaporação do álcool.
Esse material foi submetido ao fracionamento por
extração sequencial com solventes de polaridade
crescente: ciclohexano, acetato de etila e
diclorometano. As frações obtidas, inclusive a
aquosa remanescente e a hidro alcoólica, foram
avaliadas por meio da triagem fitoquímica. O
rendimento dos extratos será calculado pela
expressão: Rendimento (%) = (massa do extrato/massa
do material vegetal) x 100. De forma numerada temos
os procedimentos:
1: Coloca-se 2 mL de cada fração em tubos de
ensaios, logo em seguida adicionamos 3 gotas de
solução.
2: Separar 3 tubos para cada fração: tubo 1
acidificar à pH 3; tubo 2 alcalinizar à pH 8, tubo 3
alcalinizar à pH 11.
3: Aquecer em bico de Bunsen os tubos 3 pH 11 do
procedimento anterior por 2 minutos.
4: Colocar-se 2mL de cada fração em tubos de ensaio,
em seguida adicionar uma alíquota de Mg metálico no
tubo de ensaio juntamente com 0,5 ml de HCl.
5: Extrair o resíduo do procedimento de rendimento
com clorofórmio, adicionar uma alíquota de Na2SO4
anidro e 3 gotas de H2S.
6: Redissolver em água o insolúvel em clorofórmio do
processo anterior.
7: alcalinizar os extratos a pH 11 com solução de
NH3OH, adicionar 2 mL de solução ácida: dividir em 3
partes iguais em tubos de ensaio e adicionar 3 gotas
de cada reagente (Hager, Meyer e Dragendorff).
8: Em papel filtro não fluorescente, manchar com uma
gota do extrato e adicionar uma gota de solução KOH.
Resultado e discussão
Os testes para fenóis e taninos, foram considerados
negativos para todas as frações. E aparecimento de
coloração azul ou vermelho para a confirmação de
fenóis e, a formação de precipitado azul ou verde
para taninos.
Para o teste de identificação de antocianinas,
antocianidinas e flavonoides, não foram observadas
as intensificações da coloração vermelha para as.
Confirmando assim a presença de flavonóis.
Para o teste para leucoantocianidinas, catequinas e
flanovas após o aquecimento das frações acidificadas
à pH 3, se houver o aparecimento da coloração
vermelha e pardo – amarelada para as frações bruta e
acetato de etila, confirmando catequinas e
Leucoantocianidinas. E após aquecer as frações
alcalinizadas a pH 11, deve ter o aparecimento da
coloração vermelho laranja para as frações bruta,
acetato de etila e aquosa, confirmando a presença de
flavononas.
E para flavonóis, flavononas, flavononóis e xantonas
foi confirmada para as frações acetato de etila,
bruto e aquosa, após a intensificação da coloração
vermelha.
Para esteróides e triterpenoides, foi confirmada que
não houve aparecimento da coloração azul evanescente
seguida pela coloração verde para as frações,
indicando a presença de esteroides. As frações
aquosas e acetato de etila apresentou intensificação
para a coloração vermelha indicando a presença de
triterpenóides.
Para identificação de saponinas deu-se pela formação
de espuma abundante, sendo positivo para o extrato
bruto.
E alcaloides, somente na fração bruto apresentou
precipitado floculoso ao adicionar o reagente de
Dragendorff.
Para cumarinas apesar de haver fluorescência em
algumas frações, era de coloração amarelada e, não
azulada que identificaria a presença de cumarinas.
Conclusões
Os resultados encontrados na triagem fitoquímica do
extrato da casca da Mangifera indica Linneaus,
através de análises qualitativas, permitiram
identificar seus principais metabólitos em seu
extrato Bruto e suas frações ciclohexanica,
diclorometânica, acetato de etila e aquosa,
apresentou fenóis, flavonóides, catequinas,
saponinas, e esteroides, extrato datado 7 de
novembro. Podemos ressaltar a proeminência
encontrada nas pesquisas deste conduto se torna algo
progressivo e significativo, pois há uma grande
biodiversidade abrangente com diversos usos
medicinais internacionalmente.
Agradecimentos
Agradeço com enorme prazer a minha orientadora
Raquel Maria Trindade Fernandes pela oportunidade. E
a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) por
fornecer as salas de pesquisa e os laboratórios.
Referências
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BARRETO, M. J. A.; MARTÍNES, B. B.; BUENO J. C. Manual de plantas medicinais e fitoterápicos utilizados na cicatrização de feridas. Universidade do Vale do Sapucaí - Univás. Porto Alegre, 2016.
MATOS, F.J. Abreu. Introdução à Fitoquímica Experimental. Universidade Federal do Ceará, 1988 (EUFC)
ELLAINE, E. C.; Mangas são poderosos antidepressivos naturais, descobrem cientistas. Universidade de Lagos, Nigéria, Food News, 2018.